Docência e o processo de adoecimento: Reflexões necessárias

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Palavras-Chave: Adoecimento Docente. Ambiente Educacional. Ambiente de Trabalho. Processo de Ensino e Aprendizagem. Teaching and the illness process: Reflections required ABSTRACT Research on working conditions and teacher malaise have gained important prominence in recent times. Nesse ínterim, a docência é uma prática profissional, diante de situações adversas, qualificada pela predisposição de adquirir enfermidades ligadas às circunstâncias do espaço laboral. Constatam-se inúmeras causas que influenciam na saúde e nas atividades profissionais do professor, destacando-se na organização educacional o grande aumento de trabalho, a instabilidade e as significativas alterações das relações laborais, entre outros aspectos que refletem na identidade e na conjuntura do docente, bem como podem causar problemas no processo de ensino e aprendizagem (FREITAS, 2015) Considerando-se a precariedade da educação brasileira da atualidade, e o contexto profissional docente e as dificuldades relativas ao ofício, é de suma importância reconhecer a grande carência para o aperfeiçoamento das condições de trabalho dos docentes, que sofrem inúmeras críticas a respeito da sua contribuição para a sociedade.

Associado a este fator, existe uma enorme depreciação dos trabalhadores deste ramo, com baixas remunerações, condições de trabalho instáveis, falta de respeito, e também, as péssimas condições do ambiente laboral, entre outros (VASCONCELOS, 2014). Com base neste contexto, a presente pesquisa destacou o seguinte questionamento: quais são as principais características relacionadas ao adoecimento docente? Quanto ao objetivo geral desse estudo, foram analisadas as principais questões associadas ao adoecimento de professores, com ênfase para os aspectos presentes no ambiente de trabalho dos docentes no Brasil. Sobre os objetivos específicos, destacam-se: descrição sobre aspectos conceituais e a conjuntura educacional, com ênfase para o ambiente de trabalho do professor no Brasil; caracterização de questões associadas ao processo de adoecimento docente no ambiente educacional brasileiro; análise sobre o 3 adoecimento docente no Brasil, com ênfase para aspectos legais e medidas preventivas.

O trabalho do professor, trata-se de uma das profissões mais remotas, e teve sua metodologia alterada no decorrer dos sistemas de formação dos profissionais, particularmente devido as alterações de trabalho da humanidade e da produção, das alterações culturais e da ascensão da tecnologia, que refletiram e refletem no modo de vida e de ocupação dos professores (LEMOS, 2005). Ao analisarmos o trabalho efetuado pelos docentes, compete evidenciar a ocupação como imaterial; podendo ser estabelecido como uma ocupação que gera um bem imaterial, podendo ser prestação de serviço ou informação, mercadorias culturais, educacionais ou comunicação. À vista disso, nas metodologias laborais imateriais a colaboração torna-se essencial; englobando a relação e a participação social para ser possível sua execução (HARDT; NEGRI, 2003).

Por este ponto de vista, distingue-se a função deste servidor que não somente representa um intercessor do conhecimento do acadêmico, como igualmente tem relação com o comportamento fora do ambiente educacional. Deste modo, além de lecionar, seu ofício reivindica a participação na administração e na organização escolar, ou seja, seu campo de atuação é expandido com a intenção de assegurar a relação dos indivíduos incluídos nesse procedimento (GASPARINI; BARRETO; ASSUNÇÃO, 2005). Verificou-se que a base proposta aos profissionais da área educacional, nesta metodologia de revisões educacionais, incluem novas responsabilidades técnicas, as quais causam reações na saúde e bem-estar destes profissionais. Com destaque à intensa rotina de trabalho, reconhecida pelas alterações das atividades sem o correto apoio, com o propósito de resolver às exigências do mercado, assim como o crescente aumento das funções (FREITAS, 2015).

Ressalta-se que, perante estas atribuições que são conferidas aos docentes, diversas vezes, o volume de trabalho cresce e é acompanhado de tensões transitórias. Por esse lado, este fator, torna-se importante não somente para desenvolver as propostas educativas que lhe são concedidas, mas também com o intuito de assegurar o relacionamento com as entidades envolvidas e com a comunidade envolvida no processo educacional. Em tal caso, recomenda-se, estabelecer fatores que permitam esclarecer o progresso de morbidade que a classe docente passa, de uma maneira genérica, vem transcorrendo, ligadas a fatores de organização e do ambiente laboral, tal como as consequências referentes a consumação do mesmo. Acredita-se que compreender as métodos de trabalho e seus reflexos na saúde, na qualidade de vida e na maneira de adoecer dos funcionários é de suma 8 relevância para o entendimento e para a mediação em circunstâncias laborais que estejam ocasionando angústia e danos à saúde (HELOANI; LANCMAN, 2004).

Nesta situação, introduz-se a Psicodinâmica Laboral, que é voltada para a compreensão dos resultados da organização do trabalho sobre o sistema psicológico dos seres humanos, admitindo como propósito a compreensão da maneira como os trabalhadores conservam o seu equilíbrio psicológico, mesmo submetidos à condições laborais desestruturadas (DEJOURS, 2011). Primeiramente, a concepção de Psicodinâmica Laboral manifesta-se baseada em um estudo especializado da regularidade sobre a anomalia em si. Diante disso, o que primeiramente se concentrava no estudo dos procedimentos que, em situações de trabalho, seguiam por vezes à satisfação, e por vezes a angústia e ao modo como este conseguia assumir diversas repercussões, até mesmo que resultavam em anomalias psicossomáticas ou mentais, que no decorrer dos anos ampliou este ângulo, ultrapassando os limites dos estudos da situação saúde/doença (SELIGMANN-SILVA, 2011).

Ao lidar com a Psicodinâmica Laboral, torna-se pertinente associar dois princípios nela introduzidos, com referência ao trabalho caducado e ao trabalho existente, os quais vem agravando simultaneamente às modificações. Por esta perspectiva, a angústia é estabelecida como uma experiência coletiva ou individual, constante e duradoura, frequentemente inconsciente, composta de experiências dolorosas como a preocupação e insegurança oriundas da divergência entre as necessidades de recompensa do binômio corpo-mente e a limitação de agradá-las, pelas exigências dos episódios de trabalho. Assim sendo, a experiência de angústia instala-se quando a realidade não oferta as expectativas de gratificação das imposições dos funcionários, sendo no ambiente de trabalho ou em situações de sistematização, condições e convivências sociais que se enquadram os motivos desta sensação (MENDES; COSTA; BARROS, 2003).

Com referência ao resultado destes aspectos na saúde do docente, destacouse a consciência do desenvolvimento do adoecimento de maneira singular para cada indivíduo, salientando o surgimento de sintomas, um agrupamento de causas existentes no ambiente laboral e a falta de entusiasmo como os mais importantes tópicos pertinentes ao tema. Executar outras tarefas durante o curso da ação principal, atender ao aluno individualmente e controlar a turma coletivamente e preencher múltiplos instrumentos e formulários de controle são dimensões da intensificação do trabalho que implicam regular na urgência. Situações de sobreposição de tarefas podem explicar o cansaço físico, vocal e mental do docente. Tornase contraditório conviver em um espaço que deveria promover bem estar se caracterizar como um ambiente tão hostil.

Porém, é exatamente neste contexto que se fornece lugar para o adoecimento resultante do trabalho, de acordo com a forma como a angústia reflete na vida 11 pessoal de dos profissionais que são responsaveis pela mediação do ensino e aprendizagem. Entende-se desta maneira, que esse contexto que engloba as relações de trabalho também abrange os docentes de uma maneira integral e os reflexos acabam elevando as taxas de afastamento provenientes da necessidade de intervenção médica. A formação nas instituições brasileiras, independentemente dos sacrifícios dos trabalhadores da área educacional, direcionam para uma condição duradoura de dificuldades em administrar as metodologias trabalhistas, seja pelo aumento da precariedade das condições de trabalho ou então pela inaptidão de conscientização da sociedade referente os perigos envolvendo as condições e a organização do trabalho na saúde dos profissionais docentes e os outros trabalhadores educacionais (CRUZ; LEMOS, 2005).

Aspectos Legais A legislação brasileira referente ao Direito do Trabalho analisa a condição do professor como um trabalho difícil, que ocasiona enfraquecimento do organismo, de maneira psicológica e física, devido movimentos repetitivos, opressões e angústias psicológicas que afetam emocionalmente o docente (MONTEIRO; DALAGASPERINA; QUADROS, 2012). Já a da saúde correlaciona-se com a confrontação dos casos de pressão e exigências da administração, concedendo lugar para o bem-estar quando as situações que ocasionam o sofrimento podem ser modificadas (MENDES, 2007). A metodologia dos perigos laborais estabelecidos por Webber e Lima (2011) são integralmente elementos participativos das atividades docentes, comprovando sua catalogação como uma prática de riscos. Medidas Preventivas O atual cenário em que encontra-se o docente e suas funções trabalhistas retratam um sistema de constante desvalorização.

Refletir sobre a construção de um novo cenário deve iniciar pelo modo como vemos e valorizamos esta categoria profissional, pelos órgãos públicos, pelo país, pelo estado, pelos alunos e progenitores e também pelos próprios docentes (WEBBER; LIMA, 2011). São indispensáveis modificações dos princípios éticos e socioculturais, para o modo como entendemos o nosso entorno, e o docente como um elemento social, a base da concepção da condição social em que vivemos (NEVES, 2006). Destarte, para alcançar a saúde satisfatória, e especialmente a saúde laboral, não é suficiente somente realizar exercícios físicos, prevenir-se ou ingerir medicamentos, é muito mais abrangente, pois a saúde engloba a execução de direitos e uma identificação possitiva à sua atribuição profissional, que repercutirá em boas condições para o trabalhador.

Considerações Finais Quanto ao objetivo geral desse estudo, foram analisadas as principais questões associadas ao adoecimento de professores, com ênfase para os aspectos presentes no ambiente de trabalho dos docentes no Brasil. Sobre os objetivos específicos, destacam-se: descrição sobre aspectos conceituais e a conjuntura educacional, com ênfase para o ambiente de trabalho do professor no Brasil; caracterização de questões associadas ao processo de adoecimento docente no ambiente educacional brasileiro; análise sobre o adoecimento docente no Brasil, com ênfase para aspectos legais e medidas preventivas. É notório o constante comprometimento dos docentes com o trabalho desenvolvido, o que reflete no excesso de responsabilidades do docente com consequências refletidas na sua saúde, procedentes do intenso ritmo e do excesso de trabalho. O cotidiano de trabalho apresentando considera-se desgastante, sobrando um curto período de tempo para o descanso.

O dia a dia do docente e a situação laboral à eles proporcionada, estão sendo apontadas por pesquisadores da área laboral e educacional, como as principais responsáveis pelo adoecimento destes profissionais. Nota-se que a docência padece com episódios estressantes no seu local de trabalho. A rotina laboral, com grandes reinvindicações do mercado educacional, com a efetivação de leis e protocolos, ocasiona inúmeras vezes angústia, acarretando em problemas físicos e psicológicos que se aglomeram no decorrer do período letivo, induzindo o afastamento do docente do meio escolar, em virtude de enfermidades. Mesmo já existindo uma lei, que regulamente as atividades profissionais dos docentes, há muito o que evoluir, para que se possa modificar a situação atual, que encontram-se os integrantes desta classe profissional, considerada de grande importância para a concepção e aperfeiçoamento da sociedade e da vida cotidiana.

A atuação dos órgãos governamentais e a cultura da sociedade, no que diz respeito à educação e dos seus profissionais necessitam de mudanças. Educ. Soc. BRASIL. Decreto nº 53. de 25 de março de 1964. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: <http://www. planalto. gov. br/ccivil_03/LEIS/L8080. Bauru: Anais do XIII SIMPEP, 2006. CRUZ, R. M. LEMOS, J. C. FREITAS, Natiellen Quatrin. Adoecimento Relacionado ao Trabalho de Docentes Universitários da Área da Saúde. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Centro de Ciências da Saúde. n. pp. Belo Horizonte: Educação e Pesquisa, 2005.

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WEBBER, Deise Vilma. LIMA, Letícia Gonçalves Dias. Meio ambiente de trabalho do professor: visão crítica a partir da teoria marxiana. I Congresso Internacional de direito e marxismo. pp.

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