A teoria de Winicott: relação mãe/bebê; mãe suficientemente boa, ambiente facilitador. A teoria de Winicott: Objeto transicional; comportamento anti-s

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão de crédito

Documento 1

INTRODUÇÃO A formação psicanalítica de Donald Winnicott carrega, sem dúvida, heranças e influências que coube a ele assumir e transformar ao longo de sua carreira, como teórico e clínico. O presente artigo procura situar a posição de Winnicott na história da psicanálise, tomando o conceito de experiência como o eixo principal de sua teoria e clínica. Começa mostrando que a noção de experiência contempla um novo ponto de vista (o do bebê) e apóia-se na descoberta da existência de psiquismos verdadeiros e falsos. MÃE SUFICIENTEMENTE BOA, AMBIENTE FACILITADOR E SELF (FALSO E VERDADEIRO) Winnicott supõe que anteriormente à relação diádica, que envolve o bebê e a mãe (ou substituta), que é seguida pela relação triádica, quando surge um pai diferenciado, haveria um estágio unipessoal, individual.

Sua proposta  difere do que conhecemos de Freud sobre o narcisismo ou o auto-erotismo, pois o que sugere é que a possibilidade de ficar só em estado tranqüilo, condição a que ele chama de “solidão sofisticada”, depende de uma experiência, enquanto lactante, de ter ficado só, na presença da mãe. Winnicott acha precoce falar em impulsos e fantasias antes dos seis meses. Segundo ele, a criança ainda precisa organizar-se e para isto ela precisa da mãe. A tensão de necessidade é um precursor de um impulso instintivo. Na sua concepção, o bebê tem uma tensão de necessidade, uma falta. A fome poderia ser um exemplo disto. Creio, porém, que se temos em mente a hipótese winnicottiana de área de ilusão e sua importância enquanto base da manutenção de um potencial criativo saudável, isto determina uma forma de conduzir as sessões que pode favorecer este aspecto vital.

Por outro lado, a ignorância de tais formulações poderá nos levar a tender a interpretar algumas formas de expressar o desejo de encontrar o objeto imaginado como manipulação, intolerância à frustração, etc. Deste tipo de interpretação poderá resultar a supressão da criatividade primária com um prejuízo importante na condição dos nossos pacientes de organizarem internamente e operacionalizarem bons projetos de vida. Assim, no primeiro estágio do desenvolvimento do bebê a figura materna é de importância primordial. A presença de uma mãe atenta na vida do bebê cria um ambiente suficientemente bom que permite ao bebê alcançar, conforme as necessidades do momento que está vivendo, as satisfações apropriadas e também vivenciar sem temor de desintegrar-se, as angústias, ansiedades e conflitos.

a tradução é minha). Por fim, a criação e o funcionamento do espaço potencial significam a possibilidade (ou não) de a experiência acontecer e se desdobrar ao longo do tempo, formando uma história de vida. Isso depende de uma mãe-suficientemente-boa, capaz de produzir sentimento de confiança no bebê, levando-o a introjetar a condição de dependência e a confiar no mundo, de forma a poder brincar sem se sentir ameaçado. Quando o ambiente não é suficientemente bom, um espaço potencial não pode se formar, o que significa dizer que o bebê fica impossibilitado de desenvolver a sua capacidade de brincar e de experiências. Isso porque, sempre que o ambiente do bebê estiver em excesso ou em falta diante das suas necessidades e sempre que esse excesso ou essa falta ultrapassarem certo nível de suportabilidade, o bebê tenderá a formar um falso self, como uma barreira ante o meio ambiente ou diante dos impulsos vitais ameaçadores, barreira esta destinada a proteger o self verdadeiro daquilo que Winnicott denominou angústias impensáveis.

Para exemplificar a força desse argumento, Winnicott cita o exemplo de um artista renomado que só conseguia se sentir real durante os períodos de criação artística, ou seja, enquanto funcionava na terceira área: Aqui, estou tentando {. relacionar experiência aos fenômenos transicionais. Estou sugerindo que a experiência real não se origina diretamente nem da realidade psíquica individual, nem dos relacionamentos externos do indivíduo. Isso soa um tanto surpreendente, mas se pode apreender o sentido do que digo ao se pensar em Van Gogh experienciando, quer dizer, sentindo-se real enquanto pinta um de seus quadros, mas se sentindo irreal seja nos seus relacionamentos com a realidade externa, seja na sua vida privada interna retraída” (Winnicott 1987b, p. a tradução é minha). Entretanto, essas duas dinâmicas descritas de forma assim distinta têm apenas um cunho didático, nunca se realizando de maneira absoluta.

Na verdade, o ambiente intrusivo também deixa, em algum nível, a criança à mercê dos impulsos vitais, já que impõe formas e padrões que pouco têm a ver com as necessidades reais do bebê: seu ritmo e tempo de mamadas, etc. De modo análogo, o ambiente que não atende às necessidades mínimas do bebê também acaba levando à criação de barreiras protetoras contra o ambiente, já que gera uma total desconfiança do bebê sobre o que pode esperar dele. Isso significa dizer que o falso self sempre se forma como uma barreira, em parte diante do ambiente, em parte perante os impulsos vitais ameaçadores, em maior ou menor grau. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NAFFAH NETO, Alfredo. • SVARTMAN, Betty. Winnicott: conceitos que abrem novos caminhos.

Rev. SPAGESP, Ribeirão Preto , v. n.

801 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download