Ser e o Tempo - Martin Heidegger - Analise de Trecho do livro

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Serviço Social

Documento 1

Como se viu, o modo mais imediato de lidar não é o conhecimento meramente perceptivo e sim a ocupação no manuseio e uso, a qual possui um “conhecimento” próprio. A questão fenomenológica vale, sobretudo, para o ser dos entes que vêm ao encontro nessa ocupação. Para se assegurar a visão aqui exigida, faz-se necessária uma observação metodológica preliminar. Embora em toda abertura e explicação do ser o tema seja propriamente o ser, o ente sempre acompanha previamente a tematização. No âmbito da presente análise, o ente pré-temático é o que se mostra na ocupação do mundo circundante. Heidegger para tentar fazer uma ligação com esta expressão grega designa o ente que vem ao encontro na ocupação como instrumento.

Deste modo, o instrumento ganha sua determinação quando se relaciona como “algo para. ” e que em sua relação com outros instrumentos ganha sua determinação. Assim, qualquer instrumento se relaciona como em uma teia relacional com outros instrumentos e assim seu uso só é possível devido a totalidade em que está inserido. Assim, a “coisa” tem seu uso explicado pela sua participação na totalidade e não isoladamente. Assim, na produção da obra esta primordialmente se apresenta em um todo relacional que se relaciona como a conclusão de sua produção. Ou seja, a obra finalizada, carrega consigo não apenas o uso dos instrumentos envolvidos em sua produção, mas, também a natureza e o modo de quem a produz e manuseia. Além disso, Heidegger afirma que a partir da obra a ser produzida, há a descoberta do ente natureza, ou seja, instrumentalizamos o “ente natureza” para uma coisa que em seu uso “descobre” a sua natureza, o autor exemplifica através do seguinte trecho: Quando olhamos um relógio, fazemos um uso implícito da posição do sol, segundo a qual se faz o ajuste astronômico da medição oficial do tempo.

No uso do instrumento relógio, manuseado discreta e diretamente, a natureza do mundo circundante também está à mão (HEIDEGGER, 2009, p. Toda esta “teia” de diferentes modos de se ocupar que Heidegger chama de natureza do mundo circundante.

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