Desempenho de vigas de concreto armado construídas com armadura transversal, em estribos verticais e estribo contínuo quando sujeitas a carregamentos

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Odontologia

Documento 1

A armadura transversal do tipo estribo vertical é o método mais difundido para o combate de esforços cisalhantes em vigas de concreto armado e seu desempenho idealizado pela ABNT NBR 6118:2014, atende aos padrões de segurança estrutural vigentes. No entanto, a industrialização da construção civil busca, evidentemente, economia e agilidade, todavia, sem o detrimento da segurança, em especial, a segurança estrutural das edificações. Inserido nesse contexto, surge o estribo contínuo como alternativa ao estribo vertical. O estribo contínuo é uma armadura industrializada que chega ao canteiro de obras pronto para utilização, eliminando operações como o corte e dobra da armadura, consequentemente reduzindo o tempo de produção além da redução de espaço utilizado no canteiro de obras. Contudo não há normatização a respeito de sua sistemática, resultando em desconfiança entre os profissionais da construção civil quanto ao seu desempenho.

Figura 6 - Barras lisas (esquerda); barras corrugadas (direita). Figura 7 - Sequência de passos para realizar o ensaio de abatimento do tronco de cone. Figura 8 - Abatimento verdadeiro, cisalhado e desmoronado. Figura 9 - Ensaio de abatimento de tronco de cone. Figura 10 - Vibrador mecâncido de imersão. Figura 23 - Tipos de ruína em vigas de concreto armado 52 Figura 24 - Viga na iminência da ruptura e os tipos de fissura que podem ocorrer. Figura 25 - Analogia de treliça idealizada por MÖRSCH e RITTER (para α = 90º) 54 Figura 26 - Treliça análoga de Mörsch para o caso de: a) estribos; b) barras dobradas. Figura 27 - Armadura com estribo vertical. Figura 28 - Armadura com estribo contínuo. Figura 29 - Esquema do ensaio. Gráfico 6 - Média da porcentagem de carregamento para o início das fissuras.

Gráfico 7 - Carregamento máximo: estribo vertical X estribo contínuo. LISTA DE SÍMBOLOS E SIGLAS ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas cmín Cobrimento mínimo cnom Cobrimento nominal ELS Estados-limites de serviço ELU Estados-limites últimos F ou P Carga / ação solicitante fck Resistência característica do concreto à compressão fcm Resistência média do concreto à compressão fct,f Resistência do concreto à tração na flexão fyk Resistência ao escoamento do aço kN Kilonewton L Vão / distância LN Linha Neutra Mmáx Momento fletor máximo Mmín Momento fletor mínimo N Força normal NBR Norma Brasileira Regulamentadora Ø Diâmetro Qmáx Força cortante / cisalhante máxima Qmín Força cortante / cisalhante mínima R Reação / apoio RAA Reação Álcali-Agregado WK Abertura característica de fissuras na superfície do concreto Δc Tolerância de execução para cobrimento σI e σII Tensões principais σx, σy e τ Componentes, em relação aos eixos x-y, das tensões principais σI e σII φ Ângulo SUMÁRIO 1.

INTRODUÇÃO 11 1. APRESENTAÇÃO 12 1. Agregado para concreto armado 24 2. Aço para concreto armado 26 2. CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO CONCRETO 29 2. Aspectos gerais do concreto fresco 29 2. Consistência 30 2. Tipos de ruína em vigas de concreto armado 51 2. Treliça generalizada de Mörsch e Ritter 52 2. Armadura transversal para vigas de concreto armado 55 3. MATERIAIS E MÉTODOS 58 3. FINALIDADES DA PESQUISA 58 3. O estribo contínuo é constituído de uma armadura única dobrada no formato de uma espiral imperfeita que forma uma espécie de sanfona. Quando esticado para amarração na viga, suas barras laterais ficam inclinadas e distribuem-se automaticamente com espaçamentos uniformes, não sendo necessária a amarração individual como quando utilizado o estribo vertical, proporcionando economia e agilidade no processo (MÜLLER; ROHDEN; MATOS, 2017). A diferença entre o estribo vertical e o contínuo é ilustrada na Figura 1, onde é possível observar as armaduras longitudinais (superior e inferior) e o estribo contínuo (à esquerda) composto de uma única armadura a qual se estende em diagonal entre a armadura inferior e superior.

À direita, os estribos verticais, compostos de armadura dobrada e fechada no formato de um retângulo, distribuídos de forma equidistante ao longo da viga. Figura 1 - Detalhe do estribo contínuo e estribos verticais. A vantagem do estribo contínuo em relação aos estribos verticais é nítida durante o processo construtivo, pois sua utilização implica na redução do tempo de serviço e desperdício de material na obra (MÜLLER; ROHDEN; MATOS, 2017). Embora seja uma inovação já utilizada em obras, o estribo contínuo não possui normatização, não há diretrizes que regulem seu tamanho, diâmetro ou espaçamento, como é o caso dos estribos verticais, que são normatizados pela ABNT NBR 6118:2014. Logo, entre os profissionais da construção civil, surgem questionamentos quanto ao real desempenho do estribo contínuo (MÜLLER; ROHDEN; MATOS, 2017).

É sob esse contexto que questionamos: O estribo contínuo como armadura transversal para vigas de concreto armado possui desempenho superior ao estribo vertical no combate de esforços cisalhantes? 1. OBJETIVOS Neste capítulo são descritos o objetivo geral do presente trabalho, bem como os objetivos específicos. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA No decorrer deste item se dará a explanação dos diversos assuntos necessários para o melhor entendimento da problemática à que se refere este trabalho. CIMENTO PORTLAND Cimento é todo material com propriedades aglutinantes e, por tanto, com capacidade de unir fragmentos minerais resultando em uma massa compacta. Logo, esse conceito abrange uma larga gama de produtos que ao longo da história e avanço da tecnologia dos materiais vem se ampliando ainda mais. ANDRIOLO, 1984). A utilização de cimento, na forma genérica da palavra, não é recente.

BATTAGIN, 2017). Atualmente, o cimento utilizado ainda é chamado de cimento Portland, no entanto, não é o mesmo material patenteado por Joseph Aspdin. Embora a matéria prima continue sendo rocha calcária e argila, os fornos utilizados por Aspdin eram precários, ineficientes e não alcançavam a temperatura necessária para produção do clínquer, uma rocha artificial e o principal componente do cimento Portland comercializado atualmente. PEDROSO, 2009). Tipos de cimento Portland Segundo Botelho e Marchetti (2011), basicamente, o cimento Portland é a mistura de clínquer e gesso, sendo o clínquer o resultado da trituração e cozimento de uma mistura de pedra calcária e produtos argilosos. Quadro 1 - Tipos de cimento Portland e descrição Tipos de cimentos Descrição Cimento Portland Comum CP I e CP I-S Um tipo de cimento Portland sem quaisquer adições além do gesso (utilizado como retardador da pega) é muito adequado para o uso em construções de concreto em geral quando não há exposição a sulfatos do solo ou de águas subterrâneas.

O Cimento Portland comum é usado em serviços de construção em geral, quando não são exigidas propriedades especiais do cimento. Também é oferecido ao mercado o Cimento Portland Comum com Adições CP I-S, com 5% de material pozolânico em massa, recomendado para construções em geral, com as mesmas características. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2017c). Cimento Portland CP II-Z (com adição de material pozolânico) Empregado em obras civis em geral, subterrâneas, marítimas e industriais. Cimento Portland de Alto Forno CP III (com escória) Apresenta maior impermeabilidade e durabilidade, além de baixo calor de hidratação, assim como alta resistência à expansão devido à reação álcali-agregado1, além de ser resistente a sulfatos. É um cimento que pode ter aplicação geral em argamassas de assentamento, revestimento, argamassa armada, de concreto simples, armado, protendido, projetado, rolado, magro e outras.

Mas é particularmente vantajoso em obras de concreto-massa, tais como barragens, peças de grandes dimensões, fundações de máquinas, pilares, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos com agregados reativos, pilares de pontes ou obras submersas, pavimentação de estradas e pistas de aeroportos. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2017h). Cimento Portland CP IV (com pozolana) Para obras correntes, sob a forma de argamassa, concreto simples, armado e protendido, elementos pré-moldados e artefatos de cimento. Pode ser usado em concreto dosado em central, concreto de alto desempenho, obras de recuperação estrutural e industriais, concretos projetado, armado e protendido, elementos pré-moldados de concreto, pisos industriais, pavimentos, argamassa armada, argamassas e concretos submetidos ao ataque de meios agressivos, como estações de tratamento de água e esgotos, obras em regiões litorâneas, subterrâneas e marítimas.

De acordo com a norma NBR 5737, cinco tipos básicos de cimento – CP I, CP II, CP III, CP IV e CP V-ARI – podem ser resistentes aos sulfatos, desde que se enquadrem em pelo menos uma das seguintes condições: • Teor de aluminato tricálcico (C3A) do clínquer e teor de adições carbonáticas de no máximo 8% e 5% em massa, respectivamente; • Cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de escória granulada de alto-forno, em massa; • Cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e 40% de material pozolânico, em massa; • Cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa duração ou de obras que comprovem resistência aos sulfatos. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, 2017d). Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) O Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) é designado por siglas e classes de seu tipo, acrescidas de BC.

Por exemplo: CP III-32 (BC) é o Cimento Portland de Alto-Forno com baixo calor de hidratação, determinado pela sua composição. Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Cimento Portland (2017). Em continuidade a explanação sobre cimento Portland, o Quadro 2 abaixo é uma compilação de informações oriundas de normas específicas de cada tipo de cimento já mencionado. Reunimos informações como classe de resistência, resistência mínima à compressão segundo a idade do concreto e características quanto sua composição expressa em porcentagem da massa total do cimento. Quadro 2 - Tipos de cimento Portland e propriedades Sigla Classe de resistência Resistência mínima à compressão (MPa) Componentes (% em massa) 3 dias de idade 7 dias de idade 28 dias de idade Clínquer + sulfatos de cálcio Escória granulada de alto-forno Material pozolânico Material carbonático CP I 25 32 40 ≥ 8,0 ≥ 10,0 ≥ 15,0 ≥ 15,0 ≥ 20,0 ≥ 25,0 ≥ 25,0 ≥ 32,0 ≥ 40,0 100 0 CP I-S 99 - 95 1 - 5 CP II-E 25 32 40 ≥ 8,0 ≥ 10,0 ≥ 15,0 ≥ 15,0 ≥ 20,0 ≥ 25,0 ≥ 25,0 ≥ 32,0 ≥ 40,0 94 - 56 6 - 34 - 0 - 10 CP II-Z 94 - 76 – 6 - 14 0 - 10 CP II-F 94 - 90 – – 6 - 10 CP III 25 32 40 ≥ 8,0 ≥ 10,0 ≥ 12,0 ≥ 15,0 ≥ 20,0 ≥ 23,0 ≥ 25,0 ≥ 32,0 ≥ 40,0 65 - 25 35 - 70 – 0 - 5 CP IV 25 32 ≥ 8,0 ≥ 10,0 ≥ 15,0 ≥ 20,0 ≥ 25,0 ≥ 32,0 85 - 45 – 15 - 50 0 - 5 CP V-ARI – 1 dia de idade ≥ 14,0 3 dias de idade ≥ 24,0 7 dias de idade ≥ 34,0 100 - 95 – – 0 - 5 CPB (estrutural) 25 32 40 ≥ 8,0 ≥ 10,0 ≥ 15,0 ≥ 15,0 ≥ 20,0 ≥ 25,0 ≥ 25,0 ≥ 32,0 ≥ 40,0 100 - 75 – – 0 - 25 CPB (não estrutural) – ≥ 5,0 ≥ 7,0 ≥ 10,0 74 - 50 – – 26 - 50 Fonte: Adaptado de ABNT NBR 11578, 1991; ABNT NBR 5732, 1991; ABNT NBR 5733, 1991; ABNT NBR 5735, 1991; ABNT NBR 5736, 1991; ABNT NBR 12989, 1993.

AÇÕES “Denomina-se ação qualquer influência, ou conjunto de influências, capaz de produzir estados de tensão ou de deformação em uma estrutura”. Essas cargas ou ações podem ser divididas em duas: as ações verticais e as ações horizontais. As ações verticais são oriundas do peso próprio da estrutura, paredes, revestimentos e de ações variáveis que dependerão da utilização da estrutura, seja ela comercial, residencial ou industrial, por exemplo; ações específicas como a massa de equipamentos, também devem ser previstas. Já as ações horizontais, salvo em regiões sujeitas a abalos sísmicos, se limitam a ação do vento. SANTOS, 2006). A distribuição das ações verticais tem início nas lajes que, além de seu próprio peso, devem suportar as cargas de ações permanentes, as ações variáveis de uso e até paredes que podem estar apoiadas diretamente sobre a laje.

A Figura 12 traz a representação das cargas oriundas do peso da laje e alvenaria, distribuídas linearmente ao longo do vão. A Figura 13 representa a carga concentrada devido ao apoio de outra viga. Figura 12 - Viga sujeita às cargas de laje e alvenaria. Fonte: Rebello (2005). Figura 13 - Viga sujeita a carga concentrada devido ao apoio de outra viga. A flexão em vigas é consequência dos esforços denominados de “momento fletor” e sempre que o momento fletor varia de uma seção para a outra, o que é muito frequente, surgem tendências de escorregamento longitudinal e transversal, simultâneos, entre as seções horizontais e verticais da viga. Este esforço que provoca o escorregamento entre as seções é denominado de “esforço cortante” ou “cisalhamento”. REBELLO, 2005). A Figura 15a e Figura 15b trazem, respectivamente, a ilustração dos escorregamentos longitudinais e transversais das seções de uma viga sujeita a momento fletor e cisalhamento.

Figura 15 - a) Escorregamento longitudinal; b) Escorregamento transversal. grifo do autor). A Figura 16a, a seguir, representa uma viga de seção retangular, biapoiada, com uma carga concentrada (P) situada no meio de seu vão. Logo, como visto anteriormente, o esforço à que este elemento está sujeito pode ser classificada como flexão normal, simples e não pura, ou seja, com a carga (P) perpendicular à linha neutra, sem esforços normais (N=0) e com a presença de esforço cortante. A deformação do elemento pode ser visualizada na Figura 16b, juntamente com as tensões de compressão na parte superior da viga e tração na parte inferior, assim como a “linha neutra” que, de acordo com Ugural (2009), trata-se de uma camada de fibras que separa as tensões de tração e compressão, resultando numa faixa onde as tensões são nulas.

Os diagramas com a representação dos esforços cortante e momento fletor podem ser observados nas Figura 16c e Figura 16d. Figura 17 - Distribuição das tensões normais e tangenciais em uma seção retangular, desprezando a armadura. Fonte: Adaptado de Carvalho e Figueiredo Filho (2015). Estádio I, II e III de fissuração em vigas de concreto armado No início do século XX, os pesquisadores Leonhardt e Walther realizaram estudos na Alemanha sobre o comportamento de vigas de concreto armado, cujo arranjo adotado no carregamento da viga ficou conhecido como o ensaio de Stuttgart. O ensaio consistiu em uma viga biapoiada, armada longitudinalmente e transversalmente, que fora submetida a duas cargas concentradas de igual intensidade e posicionadas de forma equidistante dos apoios, conforme pode ser observado na Figura 18.

Os resultados obtidos por este experimento comprovou as ideias fundamentais da Teoria Clássica de Mörsch, além de servir como base para o desenvolvimento de normas técnicas relacionadas ao cálculo de estruturas de concreto. A partir deste momento, as armaduras longitudinais inseridas na região inferior do elemento, passam a resistir aos esforços desenvolvidos entre as fissuras. O início do desenvolvimento de fissuras, marca a passagem do Estádio de deformação I para o Estádio II, onde as fissuras verticais de flexão se desenvolvem no sentido da região comprimida da seção, alterando a posição da linha neutra para cima e aumentando a tensão na armadura longitudinal. BARROS, 2009). No início do desenvolvimento das fissuras na região central do vão, embora esta esteja no Estádio II, as regiões extremas da peça ainda encontram-se no Estádio I de deformação (Figura 20a).

Uma vez que se continue aumentando o carregamento, nos trechos entre a carga e o apoio também começam a surgir fissuras, marcando o início do Estádio II nesta região (Figura 20b). Segundo Carvalho e Figueiredo Filho (2015), podem-se caracterizar os três estádios de deformação de uma viga de concreto na flexão normal simples: Estádio I (estado elástico) – sob a ação de um momento fletor de baixa intensidade, a tensão de tração não ultrapassa a resistência à tração do concreto. ◦ O diagrama de tensão normal (tração e compressão) é linear; ◦ As tensões nas fibras são proporcionais às suas deformações; ◦ Não há fissuras aparentes. Estádio II (estado de fissuração) – com o aumento do momento fletor, as tensões de tração abaixo da linha neutra, superam a resistência à tração do concreto.

◦ Apenas o aço é considerado a resistir aos esforços de tração; ◦ A tensão de compressão, acima da linha neutra, mantém-se linear; ◦ São visíveis fissuras na parte inferior. Estádio III – aumento do momento fletor até próximo à ruína. Treliça generalizada de Mörsch e Ritter Uma viga esbelta de concreto armado simplesmente apoiada sujeita à flexão simples terá próximo à ruptura o aspecto mostrado na Figura 24. Nas regiões próximas aos apoios, onde o esforço cortante é predominante, apresenta fissuras inclinadas e, entre elas, elementos de concreto comprimidos (bielas comprimidas). CARVALHO; FIGUEIREDO FILHO, 2015). Figura 24 - Viga na iminência da ruptura e os tipos de fissura que podem ocorrer. Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho (2015). No entanto, conforme ressalta Carvalho e Figueiredo Filho (2015), verificou-se por meio de pesquisas experimentais que o cálculo baseado na treliça de Mörsch resultava em armaduras transversais exageradas, ou seja, a tensão real atuando na armadura é menor que a obtida pelo modelo proposto.

Essa majoração pode ser atribuída aos seguintes fatores: • A treliça é hiperestática, os nós entre os banzos e diagonais não são articulações perfeitas; • Nas regiões onde a força cortante atua com mais intensidade, a inclinação das fissuras, e, portanto, das bielas, é menor que 45º como admitira Mörsch; • Os banzos não são paralelos; • As bielas de concreto são parcialmente engastadas na ligação com o banzo comprimido (superior), consequentemente são sujeitas à flexocompressão, aliviando as diagonais tracionadas ou montantes. • Por serem mais rígidas que as diagonais tracionadas, as bielas acabam por absorver uma parcela maior do esforço cortante do que aquela determinada pela treliça clássica. • A taxa de armadura longitudinal (quantidade) interfere no esforço da armadura transversal É devido a todos esses fatores que a tensão na armadura transversal seja menor que as obtidas com o esquema da teoria clássica de Mörsch.

Entretanto, introduzir todas essas variáveis no cálculo resultaria em elevadas dificuldades matemáticas, logo, a solução foi adotar modelos simplificados, mantendo os princípios do modelo de treliça, mas também com base em resultados de ensaios, resultando no que se chama de treliça generalizada de Mörsch. deste trabalho. Segundo Araújo (2014), a armadura transversal pode ser composta por estribos verticais ou inclinados, combinados ou não com barras dobradas. De acordo com o autor, os estribos inclinados reduzem a compressão nas bielas de concreto, no entanto, ocasionam maiores dificuldades construtivas visto que é necessário um controle mais rigoroso para evitar a inversão do sentido de inclinação dos estribos. Já “o uso de barras dobradas (cavaletes) apresentam inconvenientes relacionados à concentração de tensões e à possibilidade de fendilhamento do concreto, além de exigir maior mão-de-obra”.

ARAÚJO, 2014, p. Fonte: Carvalho e Figueiredo Filho (2015). Onde: 1. Banzo superior comprimido: formado pela região comprimida de concreto acima da linha neutra, de altura x; 2. Banzo inferior tracionado: formado pelas barras da armadura longitudinal de tração; 3. Montantes ou diagonais tracionadas: formadas pela união dos estribos que cruzam certas fissuras; podem ter inclinação (α), em relação ao eixo longitudinal da viga, entre 45º [. p. ARAÚJO, José Milton de. Curso de concreto armado. ed. Cidade Nova: Dunas, 2014. Cimento Portland Branco (CPB) – (NBR 12989). Disponível em: <http://www. abcp. org. br/cms/perguntas-frequentes/cimento-portland-branco-cpb-nbr-12989/>. Disponível em: <http://www. abcp. org. br/cms/perguntas-frequentes/cimento-portland-cp-rs-resistente-a-sulfatos-nbr-5737/>. Acesso em: 28 ago. abcp. org. br/cms/perguntas-frequentes/cimento-portland-cp-iv-com-pozolana-nbr-5736/>. Acesso em: 28 ago. f. org. br/cms/perguntas-frequentes/cimento-portland-de-alto-forno-cp-iii-com-escoria-nbr-5735/>. Acesso em: 28 ago. h. Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) – (NBR 13116).

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 Cálculo e detalhamento de estruturas de concreto armado: segundo a NBR6118:2014. ed. São Carlos: Edufscar, 2015. br/>. Acesso em: 11 jun. FONSECA, Regina Célia Veiga da. Metodologia do trabalho científica. Curitiba: IESDE Brasil, 2012. p. LEONHARDT, Fritz; MÖNNIG, Eduard. Construções de concreto: princípios básicos sobre a armação de estruturas de concreto armado. Tradução de José de Moura Villas Boas. Revisão técnica de João Luís Escosteguy Merino. MÜLLER, Andrei Lucas; ROHDEN, Abrahão Bernardo; MATOS, Lúcio Flávio da Silveira. Aplicação de reforço transversal contínuo em vigas de concreto armado: comparação com estribos convencionais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 59. Bento Gonçalves. Anais eletrônicos. com. br/construcao-reforma/54/artigo273724-2. aspx>. Acesso em: 27 set. NEVILLE, A.

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