ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR EM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Administração

Documento 1

O atendimento pré-hospitalar em IAM pode se dar de diferentes maneiras e por técnicas diferentes. As técnicas de reperfusão, a utilização de terapias antiplaquetárias, anticoagulantes, as drogas analgésicas, as beta-bloqueadoras e as inibidoras da enzima conversora de angiotesina são alguns exemplos, além do eletrocardiograma e a utilização de desfibriladores em âmbito pré-hospitalar também auxiliam no seu diagnóstico e na melhoria do atendimento ao paciente, aumentando sua rapidez e a eficácia dos tratamentos que poderão ser realizados posteriormente o que, consequentemente, diminui a mortalidade do IAM. Independentemente do tratamento escolhido em casos de IAM, é de extrema relevância que ele ocorra o mais rápido possível, assim que os sintomas se iniciarem, uma vez que a eficácia de diversos tratamentos está diretamente relacionada a extensão e severidade dos danos causados pelo IAM e indiretamente relacionado ao tempo de início do tratamento Palavras-chave: Atendimento pré-hospitalar.

Infarto Agudo do Miocárdio. Emergência ABSTRACT Acute Myocardial Infarction (AMI) is a multifactorial cardiovascular disease responsible for the death of millions of people and resulting from irreversible cell damage caused by decreased oxygen availability in cardiac muscle tissue. BRAHIN, (2014); KIM, (2015). A alta mortalidade atribuída ao IAM estar, em geral, relacionada a sua extensão e severidade, que pode aumentar dependendo da demora no atendimento médico. XIE, (2015). Por sua vez, a demora no tratamento pré-hospitalar de pacientes com quadro de IAM se relaciona com características pessoais, sociais e econômicas e a compreensão de tais fatores pode ajudar no desenvolvimento de intervenções para diminuir seus prejuízos. BEIN, (2017); FATHI, (2015). A partir desses expostos, a pesquisa teve como objetivo compreender a fisiopatologia do IAM demonstrando as principais características do paciente portador de IAM e subsídios para equipe de enfermagem orientar o paciente sobre os riscos e complicações.

Esta pesquisa justifica-se pela necessidade e importância em socializar conhecimentos referentes ao Infarto Agudo do Miocárdio, de forma a viabilizar intervenções efetivas direcionadas ao tratamento do paciente, possibilitando o conhecimento teórico e prático dos profissionais de saúde que atuam nas unidades de Emergências públicas e privadas. Dessa forma, percebe-se a necessidade em alertar os profissionais e gestores de saúde, sobre o despreparo dos profissionais, frente à assistência ao paciente em curso de IAM. O trabalho foi dividido em cinco capítulos. Dessa forma, no primeiro capítulo será abordado o assunto sobre a descrição da doença, as causas e o seu diagnóstico. REVISÃO DE LITERATURA 2. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma doença cardiovascular com altos índices de morbidade e mortalidade, que consiste no resultado da síndrome isquêmica e de suas lesões celulares irreversíveis, devido à baixa disponibilidade de oxigênio às células miocárdicas.

ABRAHIN, (2015); KIM, (2015). Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2011), o Infarto Agudo do Miocárdio é uma patologia multifatorial, tendo como fatores de risco o excesso de peso e tecido adiposo, a hipertensão arterial, ausência de atividade física, dietas desbalanceadas e ricas em lipídios, estresse e uso de drogas como o cigarro. O diagnóstico do Infarto Agudo do Miocárdio é, na maioria das vezes, realizado por um conjunto de análises que envolvem ensaios bioquímicos, avaliação clínica médica, eletrocardiograma (ECG), e técnicas invasivas e não-invasivas de imagem. KENPF, (2012). A chegada de tais células de defesa ao local da lesão celular permite que o conteúdo intracelular extravasado das células do miocárdio possam ser fagocitados e metabolizados, o que será sucedido pelo processo de cicatrização.

KENPF, (2012). Sendo assim, o fator chave para o impedimento da expansão do infarto e, também, da ocorrência da insuficiência cardíaca é a modulação desta resposta inflamatória, processo que depende da eficiência da resposta cicatricial e do grau de êxito no remodelamento cardíaco e que duram dias ou até semanas após o evento isquêmico. KENPF, (2012). CARVALHO, (2013). Por meio de uma percepção aguçada e um ideal de humanização, os profissionais que prestam o atendimento pré-hospitalar obtém êxito na assistência a pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio oferecendo um planejamento de cuidado personalizado a cada indivíduo, respeitando-o como um ser humano íntegro, o qual possui suas crenças, ideais e valores, o que torna o paciente o agente elementar no processo de assistência, CARVALHO (2013).

O precoce diagnóstico de enfermagem é um item conspícuo no atendimento dos pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio. Por meio de tal detecção antecipada, é possível que os cuidados emergenciais sejam iniciados rapidamente, o que colabora sobremaneira nas expectativas prognósticas, refletindo no aumento da sobrevida do paciente. CARVALHO, (2013). COSTA, (2008). Os enfermeiros de emergência precisam estar cientes de que os pacientes que estão tendo um evento cardíaco podem apresentar sintomas atípicos como náusea e vômito, falta de respiração, ou geralmente mal-estar. Da mesma forma, os pacientes que apresentam um evento cardíaco podem se queixar de dor no lado esquerdo do pescoço, mandíbula, ombro ou braço, mas sem dor no peito. XIE, (2015). Não são apresentações incomuns de problemas cardiovasculares, particularmente em pacientes diabéticos, e falha em reconhecer uma causa cardíaca pode resultar em possível atraso no tratamento.

Estima-se que anualmente mais de 15 milhões de pessoas morram devido a doenças cardiovasculares e que, mais da metade desta totalidade possam ser atribuídas a IAM (6). Com o processo de envelhecimento da população mundial, a tendência é que esses números possam aumentar, caso não haja mudanças nas estratégias de tratamento e prevenção deste tipo de doença. CHEN, (2009). Considerando o número alarmante de mortes e casos de IAM, surgiram os conhecidos “Protocolos de Dor Torácica”, que são recomendações e protocolos para a realização de terminados procedimentos, entre eles a trombólise, já no atendimento pré-hospitalar. Em conjunto, foram desenvolvidas uma série de campanhas públicas e reportagens educativas com o intuito de orientar a população acerca do tema.

ABRAHIN, (2014); XIE, (2015). Pacientes que sofrem de distúrbios psiquiátricos, comportamentais ou de uso de substâncias são comumente atendidos pelo setor de emergência. Nos Estados Unidos, aproximadamente 8,4 milhões de pessoas sofrem distúrbios de saúde mental ou uso de substâncias, incluindo álcool ou drogas ilícitas e o setor de emergência se tornou cada vez mais a rede de segurança para estes pacientes, os quais frequentemente requerem mais tempo e recursos da equipe e experimentam uma maior duração da permanência no atendimento de emergência, o que pode afetar o fluxo de pacientes e levar à superlotação. ABRAHIN, (2014); XIE, (2015). Pacientes em condições de rua geralmente não possuem meios para pagar pelos cuidados de saúde e, muitas vezes, os atendimentos de emergência representam uma forma de entrada para que consigam o atendimento necessário, uma vez que há grande dificuldade deste grupo de pacientes lidarem com doenças crônicas e estratégias de medicina preventiva estão, quase sempre, fora de seu alcance.

No entanto, poucos estudos discutem ou mesmo evidenciam a importância deste tipo de estratégia pré-hospitalar no atendimento de IAM. ASSOCIATION, (2006). Este tipo de atendimento pré-hospitalar também pode auxiliar o hospital que receberá o paciente, uma vez que realizado o exame e identificado o quadro de IAM, o hospital recebe uma notificação e pode se mobilizar antecipadamente os procedimentos, recursos e equipe necessários. ASSOCIATION, (2006). DESFIBRILADORES EXTERNOS AUTOMÁTICOS (DEA) Outra estratégia no atendimento pré-hospitalar em IAM é a utilização de desfibriladores externos automáticos. A partir disso, se identificada a necessidade, é liberado um choque de corrente elétrica de curta duração. DEA). DA SILVA, (2007). Diversos estudos têm comprovado a eficiência no uso de DEA em paradas cardíacas no atendimento pré-hospitalar.

Algumas de suas vantagens são a facilidade, rapidez, acurácia, necessidade de treinamento de baixo custo para sua manipulação, possibilitando o atendimento em menor tempo e, consequentemente, maior sobrevida. CHEN, (2009). De maneira geral, a uroquinase funciona significativamente bem em 50% dos pacientes em um período de 90 minutos. CHEN, (2009). Bonnefoy e colaboradores discutiram a eficácia e as possíveis diferenças da Angioplastias primárias e da Fibrinólise pré-hospitalar em IAM, levando em consideração o tempo de sobrevida dos pacientes nos quais foram realizados estes 2 tipos de tratamentos. CALIL, (2008). Neste caso, a padronização da conduta frente a analgesia em pacientes com IAM evidenciam a necessidade da investigação da dor e tornar a prática uma rotina, uma vez que estudos indicam a subavaliação e subtratamento deste tipo de sintoma, já que em muitos casos, este tipo de tratamento é ignorado pela equipe de atendimento pré-hospitalar.

HONG, (2012). A avaliação da dor envolve sua localização, início, periodicidade, duração, padrão evolutivo, bem como a qualidade sensitiva do paciente e seus fatores agravantes ou atenuantes. HONG, (2012). A utilização de opióides é uma possibilidade uma vez que, além de seu efeito analgésico, é capaz de reduzir o consumo de oxigênio pelo miocárdio e promover leve sedação no paciente. Os tromboxanos são moléculas com propriedades vasoconstritoras na circulação sistêmica e que facilitam a agregação plaquetária. As aspirinas inibem a ação da enzima ciclooxigease (COX), responsável pela síntese de moléculas precursoras de tromboxanos. Com isso, a administração de aspirinas pode diminuir o trombo e melhorar a distribuição sanguínea no miocárdio CHEN, (2009).

TERAPIAS BETA-BLOQUEADORAS As terapias com beta-bloqueadoras, embora tenham sido muito recomendadas e utilizadas anteriormente no atendimento pré-hospitalar no IAM, vêm sendo questionada nas últimas décadas devido a preocupação provenientes de alguns estudos, os quais questionam sua eficácia e dificuldade de padronização da dose efetiva e do meio de administração, uma vez que a aplicação deste tipo de droga pode ser realizada de maneira intravenosa ou oral. CHEN, (2009). A demora no tratamento pré-hospitalar para pacientes com quadro de IAM é um problema multifatorial que envolve, de maneira geral, características demográficas como sexo, idade, raça, nível de educação, fatores comportamentais e clínicos como histórico de problemas cardiovasculares na família, comorbidades, e sintomas atípicos, além da qualidade do serviço de atendimento médico naquela localidade, que envolve o tempo de transporte, admissão e início do tratamento o paciente.

BEING, (2017). Alguns estudos mostram que cerca de 25% dos pacientes com emergências cardiovasculares esperam até 6h antes do início do tratamento médico, o que é extremamente preocupante uma vez que cada 30 minutos de atraso no início do tratamento aumenta o risco de mortalidade em 7,5% em pacientes com infarto agudo do miocárdio. FATH, (2015). Outros estudos, no entanto, mostram uma distribuição diferente no tempo de espera do atendimento pré-hospitalar, o que pode ser atribuído a peculiaridades dos pacientes, do sistema hospitalar local e dos profissionais envolvidos. COSTA, (2008). Embora a importância em diminuir o tempo de início de tratamento em pacientes com IAM seja conhecida há muito tempo, são recentes os estudos que quantificam os efeitos no atraso do tratamento. BOTA, (2009). Os estudos já realizados, de uma maneira geral, evidenciam a importância das terapias de reperfusão e a necessidade do estabelecimento de sistemas de saúde os quais possibilitem este tipo de tratamento sem, no entanto, especificar as metodologias utilizadas para avaliação perante as diversas técnicas possíveis.

BOTA, (2009). Factors associated with longer delays in reperfusion in ST-segment elevation myocardial infarction. IJC Hear Vessel. ANDERSON JL, et al. A randomized trial of intracoronary streptokinase in the treatment of acute myocardial infarction. N Engl J Med. p. BATA I, et al. Time from first medical contact to reperfusion in ST elevation myocardial infarction: a Which Early ST Elevation Myocardial Infarction Therapy (WEST) substudy. Can J Cardiol. BEIG, JR, et al. CARVALHO, DC, et al. A importância das intervenções de enfermagem ao paciente com infarto agudo do miocárdio. Rev Recien-Revista Científica Enferm. CHEN Z, Jiang L. Changing strategies in the management of acute myocardial infarction in modern China. FATHI, M, et al. Risk factors of delayed pre-hospital treatment seeking in patients with acute coronary syndrome: A prospective study.

Turkish J Emerg Med. HONG, K, et al. Effects of chitosan coating on postharvest life and quality of guava (Psidium guajava L. Rio Janeiro Rubi. KEMPF, T, et al. Anti-inflammatory mechanisms and therapeutic opportunities in myocardial infarct healing. J Mol Med. KIM, JA, et al. XIE, L, et al. Factors influencing pre-hospital patient delay in patients with acute myocardial infarction. Chinese Nurs Res.

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