2 - INDÚSTRIA CULTURAL

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Física

Documento 1

A faixa nº11 do CD O pior disco do ano1 busca uma reflexão acerca das possibilidades da indústria contemporânea. O eu lírico não se limita apenas à indústria musical (algo muito presente no rap mundial), mas expande isso para uma concepção próxima a de estandardização (ADORNO e HORKHEIMER, 1947, p. “ficar rico é ganância, pobre é burrice,/ neutro é chato classe média é arrogância”. O termo indústria cultural aparece no livro Dialektik der Aufklärung (Dialética do esclarecimento), lançado em 1947, escrito por Adorno e Horkheimer. Surge com a intenção de esclarecer o que era conhecido por “cultura de massa”, uma ideia vendida através da vendagem. “Indústria cultural” ou cultura industrial? Pensemos. A ideia de indústria cultural é estudada englobando alguns ramos, sendo estes, o cinema, o rádio, e a literatura.

O cinema é o principal centro dessa indústria, pois introduz inovações como uso de máquinas para auxiliar o manuseio de equipamentos durante a filmagem, além disso, desenvolve a noção de “estandardização” com o uso de gêneros para categorizar os tipos de filmes, e também evidencia ou amplifica a separação: trabalhadores X donos de estúdio. Lembra-se da noção de aura? Com todas as inovações para a criação de um cinema cada vez mais padronizado se perde mais e mais. A estrutura narrativa que contém “mocinha” (normalmente branca, indefesa), “vilão” e “mocinho” (normalmente: branco, herói), é um padrão que se repete e habita os roteiros de filmes de variados gêneros. É um fenômeno que se repete no cinema negro brasileiro, onde o racismo que ocorre no meio da sociedade é reproduzido nos roteiros de filmes por conta da padronização (preconceituosa) imposta, em que a beleza branca é superior, sendo atribuídos a estas personagens os principais e melhores papéis.

Agora, se por um lado ser mulher é algo negativo, e por outro lado ser negro é inferior, como é ser mulher negra numa sociedade machista-patriarcal? Felizmente com as inovações tecnológicas2 na década de 20, um novo espaço no meio cinematográfico foi nascendo. Laura Mulvey fala de um cinema artesanal, possível, por conta das alterações nas condições econômicas necessária para a produção de um filme em contraponto a um cinema capitalista, o que era predominante, com grandes produções, e muito trabalho envolvido. “Cinema alternativo” como ela chama, vem pra bater de frente com as produções estruturadas, impossíveis de serem feitas mesmo que em transgressões amadoras. Um exemplo de cultura de massa impossível de ser realizada pela massa. ’” (2018, p. O cinema, as novelas, os seriados, apesar de não terem a função de documentar, em grande número (não em totalidade), refletem com precisão o que se passa na sociedade, a imagem do negro à margem.

É contra isso, reivindicando o espaço do negro no meio do cinema brasileiro que Jeferson De (nome artístico de Jeferson Rodrigues de Rezende) em 2000 coloca em cena o manifesto Dogma Feijoada – Gênese do Cinema Negro Brasileiro tornado público no 11º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo. A sociedade formada pela “cultura de massa” chega ao ponto de precisar de movimentos, manifestos e diversas formas de protestos de um grupo que não se encaixa no padrão para poder aparecer o mínimo possível em lugares comuns. No entanto, isso passa despercebido por grande número dos consumidores dessa indústria cultural, pois o material produzido em massa não tem como intenção despertar o interesse pela reflexão, mas sim criar a necessidade de consumir mais e mais.

vol. n. MULVEY, Laura. Prazer visual e cinema narrativo. In: XAVIER, Ismail (org.

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