A História Iraniana e o Jogo de Poder Mundial

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Estatística

Documento 1

INTRODUÇÃO Para garantir ordem e hegemonia, o Irã participou de diversos conflitos regionais e mundiais relacionados a questões como petróleo e desenvolvimento nuclear. A principal consequência desses conflitos é a instabilidade interna do país que passou por revoluções populares e mudanças de governo dentro de alguns anos, como também influenciando o status quo de países vizinhos que poderiam se inspirar nas mudanças, ou teme-las. O Irã possui uma história fascinante e de certa forma complexa, com origem na antiguidade, quando ainda se chamava Pérsia e era regido como um Império. DESENVOLVIMENTO O Irã está no centro da cena política, religiosa e militar do Oriente Médio, mas esse papel não começou com a tensão nuclear envolvendo os Estados Unidos, ou algumas disputas de influência envolvendo a Arábia Saudita e Israel.

Para entender como o Irã se tornou uma potência regional de peso é preciso voltar bastante no tempo, até as origens do Irã, a partir de pontos que exercem influência no atual jogo de poder. Temas como sexo antes do casamento e o voto feminino entravam em choque com o xiismo, e no campo político o choque era com o nacionalismo que contestava a crescente subordinação do país à potências como os EUA. Esse cenário somado a crise econômica, levou a população iraniana ao limite, principalmente no interior do país – mais pobre e religioso – e no ambiente universitário – mais nacionalista. Os dois tiveram um peso fundamental naquele que pode ser considerado o epicentro da história recente do Irã, a revolução de 1979.

Nesse ano, o Xá foi derrubado por um levante popular liderado por jovens estudantes, muitos deles de esquerda, socialistas e comunistas, que depois acabaram engolfados pelo poder dos clérigos xiitas. No lugar do Xá, quem assumiu o poder foram os Aiatolás – um nome dado às autoridades clericais do islamismo xiita. Voltando na linha do tempo, as mudanças da revolução iraniana de 79 foram sentidas imediatamente, não só no Irã mas em todo o Oriente Médio; xiitas no Líbano sentiram-se inspirados e o governo do Iraque começou a temer passar pelo mesmo, por isso em 1980 – ano seguinte à revolução dos Aiatolás – o Irã xiita e o Iraque sunita entraram em guerra. O então presidente Iraquiano Saddam Hussein, apoiado pelos norte-americanos, invadiu o Irã esperando uma vitória relativamente fácil diante da convulsão social do vizinho, mas essa vitória não aconteceu.

A guerra se estendeu por mais de 7 anos até 1988 com um enorme custo às populações civis de ambos os lados. Além do Iraque, a Arábia Saudita – maior potência militar e sunita do Oriente Médio – passou a rivalizar com esse novo Irã, e por fim Israel, único país de maioria não muçulmana do Oriente Médio, também ficou atento em relação ao regime teocrático que crescia em termos políticos, econômicos e militares. Israel e Irã haviam sido próximos no governo do Xá, mas essa conexão acabou no regime dos Aiatolás. Com a pressão, Rohani deu sinais de que aceitaria desmontar o programa nuclear que havia sido reerguido pelo seu antecessor. Em 2015, o grupo das cinco potências com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas – Estados Unidos, Inglaterra, França, Rússia e China – somado a Alemanha, conseguiram firmar um acordo com o Irã.

À época o presidente norte-americano era Barack Obama, porém em 2016 com a eleição de Donald Trump mudou-se novamente o cenário. O novo presidente norte-americano se refere a esse acordo como “o pior da história” e tenta derrubá-lo; a ofensiva de Trump por hora fracassou. Enquanto isso o front regional se acirra, o Irã apoia grupos armados em países vizinhos como forma de contrabalancear o relativo baixo gasto militar e a pressão dos EUA e de potências sunitas ao redor. bbc. com/portuguese/internacional-49325372/ Acesso em: 8 de dezembro de 2019. TOURINHO, Marcos. O acordo nuclear com o Irã: O papel e as contribuições das sanções internacionais. Política Externa, São Paulo, 2015.

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