A Guerra do Paraguai

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Religião

Documento 1

O Barão de Mauá, pioneiro bancário no Uruguai (com indústrias variadas, exportação elevada, maior rebanho bovino – dinamismo de capital), assustava a Argentina que começava seriamente a aliar-se ao Brasil para frear o crescimento oriental. O real motivo da queda do Uruguai, na ação brasileira, não trataria da defesa dos rio-grandenses, e sim, da fome inglesa pelo Paraguai; inclusive, os prejuízos que o Brasil terá com o desmantelamento da estrutura uruguaia, seriam evidentes. A desestabilização do Uruguai, tendo a Argentina como aliada, seria compensada pelas fatias extraídas do Paraguai: a falência de Mauá fazia-se necessária, em nome da unidade nacional e da destruição paraguaia; a chantagem caudilhista (RS) far-se-ia de pretexto à intervenção, embora os interesses dessa camada fossem indiferentes aos do Império.

O Brasil não estava disposto a ocupar o país oriental, já que a soberania deste lhe era vantajosa; entretanto, ao fim de Solano López tudo constituía prontidão. As manobras políticas executadas em 1864 pelos representantes de Brasil, Argentina e o agente diplomático inglês Thornton pressionaram o governo uruguaio até seu desmonte, em fevereiro de 1865, com a intervenção armada e a elevação de Venâncio Flores, congregando os caudilhos da região para aliar-se aos ensejos dos aliados para a guerra com o Paraguai; representando a “civilização”, contra o “barbarismo” de López. A Argentina, Uruguai, e bem como o extremo sul do Brasil, possuíam uma longa tradição belicosa, produto cultural localista, afamada pelo método principal das degolas em quaisquer opositores, marcando o derramamento – literal – de sangue como um símbolo político.

Os métodos de tortura mais pavorosos, tão exaustivamente acusados ao paraguaios, no discurso aliado, subliminarmente era propugnado por meio do infame Tratado da Aliança. Os crimes de guerra mais virulentos cometidos por brasileiros, argentinos e até uruguaios certamente foram o Protocolo Secreto (que autorizava a destruição e pilhagem do Paraguai), a compulsão de obrigar paraguaios prisioneiros a lutar contra seus conterrâneos, a contaminação das aguas fluviais com cadáveres seriamente enfermos, a eliminação de paraguaios pelo contato com soldados aliados infectados com moléstias, e, principalmente no que diz respeito ao Império, o rapto de prisioneiros orientais para serem vendidos como escravos. Nenhuma bestialidade individual talvez tenha sido significativa quanto à de Conde D’Eu, genro do Imperador D. Pedro II, que ordenou degola geral, queima de hospital com crianças e velhos dentro, queima de macega contendo mulheres e crianças, soltura de cavalos (pisoteando) sobre mulheres, entre outros horrores.

57 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download