AS PRÁTICAS DE LEITURA EM UMA CLASSE HOSPITALAR

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

DESENVOLVIMENTO. CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. INTRODUÇÃO Por muitos anos, o processo educativo foi visto como uma prática institucional pertencente apenas à escola, sendo este o único lugar onde o pedagogo poderia atuar. Contudo, o desenvolvimento tecnológico, juntamente com a ideologia global de uma sociedade inclusiva e da igualdade social, fez com que emergisse uma nova forma de pensar a educação: o processo educativo se tornou prioridade não mais apenas da escola institucionalizada, como também de outros espaços cujo objetivo é a formação humana. Esse mediador teria que saber lidar com a prática de ensino, sem deixar de lado seu caráter humano, sua preocupação com o sujeito. E esse profissional não podia ser ninguém mais que o pedagogo. Carneiro e Maciel (s.

d) discutem essa situação quando afirmam que, [. à medida que a sociedade se tornou tão complexa, há que se expandir a intencionalidade educativa para diversos contextos, abrangendo diferentes tipos de formação necessários ao exercício pleno da cidadania. O pedagogo tem a chance de mudar muitas coisas. Possibilidades da atuação do pedagogo em espaços não escolares O fazer pedagógico no espaço não escolar está diretamente relacionado às atividades que envolvem trabalho em equipe, planejamento, formação pessoal, orientação, coordenação, sendo que o objetivo principal desse fazer está direcionado às transformações dos sujeitos envolvidos na prática pedagógica. Porém, para que essas transformações sejam eficazes, é necessário que o profissional mediador seja competente. Ou seja, devido às constantes modificações pelas quais a sociedade passa, as competências do pedagogo precisam ser reconstruídas pelo próprio profissional, para que suas práticas sejam diferentes e possam mudar seguindo os passos da sociedade ou da instituição em que atua.

De acordo com Geralda, pedagoga do Hospital Estadual Y, o pedagogo tem em sua formação subsídios que facilitam consideravelmente o trabalho em outros espaços que não sejam as escolas. Cabe ao profissional demarcar seu espaço e construir sua forma de trabalho. É o que acontece com a pedagoga Joana, da ONG X. Como trabalha com crianças e adolescentes em risco social, muitas vezes ela se vê prejudicada em seu trabalho no que diz respeito à intervenção na realidade daqueles sujeitos. Porém ela estuda o caso, recorrendo a aportes teóricos de sua formação para solucionar um determinado problema. Isso acontece, por exemplo, quando se depara com uma situação de abuso sexual ou de drogas entre as pessoas atendidas na ONG. Isso quer dizer que um dos grandes desafios da prática pedagógica, em qualquer espaço e, sobretudo, em ONGs, é a delimitação de atuação.

Os indivíduos envolvidos naquela prática estão sujeitos a variações de abordagens de acordo com o contexto em está. Ou seja, a partir do momento em que está com o pedagogo na ONG, a criança/adolescente/adulto adquire habilidades que, talvez, sejam desconstruídas no seio familiar. O pedagogo não pode fazer nenhuma intervenção por motivos éticos, profissionais ou até mesmo por medo de alguma repreensão que pode ser causada, quando se trata de reações negativas dos indivíduos envolvidos no trabalho porque sofreram algum tipo de constrangimento, agressão, abusos, violência em geral que, na maioria das vezes, ocorrem no próprio âmbito familiar. Porém, Carneiro e Maciel (s. A aprendizagem, nesse segundo momento, se renova e se amplia sob o comando da experiência, com que o docente se depara no cotidiano de sua prática.

Quanto ao objetivo de analisar como os educadores resolvem as dificuldades práticas nas atividades da Classe Hospitalar tem-se que a práxis educativa constitui a aprendizagem contínua que envolve o conjunto de todos os saberes que o educador possui. O desafio está em conhecer as teorias implícitas da prática dos professores, mediá-las e promover condições para que o educador modifique suas concepções, posturas, crenças e ações na prática educativa. Conclui-se que há a necessidade de se construir uma atitude crítica em relação à prática pedagógica e aos conhecimentos no sentido de que reflitam a articulação entre teoria e a prática na construção do conteúdo de ensino, valorizando a formação inicial e a formação continuada, como definidores de uma prática.

Quanto ao objetivo de identificar práticas de resiliência dos educadores/as na prática da Classe Hospitalar, pode-se concluir que pensar em pessoas resilientes implica em supor seres humanos mais autônomos, críticos, participativos, sensíveis e amorosos. Os hospitais são centros de referência de tratamento e saúde, onde na maioria das vezes é comparado a um local de dor, sofrimento e morte, causando um rompimento em crianças e adolescentes com o seu cotidiano e com a aprendizagem. Mediante dessa situação, através de políticas públicas e estudos acadêmicos, surge à necessidade da implantação da Pedagogia Hospitalar. A Pedagogia Hospitalar está dividida em: Classe Hospitalar, que se refere ao estudo dado às crianças que se encontram internado provisoriamente ou permanente, assim, quando retornarem ao seu grupo escolar, não estarão atrasadas em relação aos estudos; a Brinquedoteca, que é muito importante para a criança, pois através dela são desenvolvidas novas competências, socializa, e é o espaço assegurado à criança o direito de brincar; e por fim a Recreação Hospitalar, onde são oferecidas atividades onde há a possibilidade de mudar a rotina hospitalar trazendo alegria e ânimo para as pessoas que passam pelo processo de hospitalização.

O TRABALHO PEDAGÓGICO NO CONTEXTO HOSPITALAR O trabalho pedagógico em ambientes hospitalares é reconhecido com um fator positivo em diversos estabelecimentos clínicos, tendo como objetivo o restabelecimento da criança doente e hospitalizada. Nesse sentido, a instrução educacional que a Pedagogia Hospitalar se ocupa, não deve ser vista como uma simples instrução formalizada. Para Bettelheim (1980): “[. Os contos de fadas divertem as crianças, esclarece situações para elas mesmas e favorece o desenvolvimento da personalidade humana. Eles ainda estão repletos de significados psicológicos que promovem respostas conscientes e inconscientes na psique da criança. ” (1980, p. Zilbermann (1987) diz que: “A literatura possibilita ao leitor o reconhecimento da realidade da organização social que o cerca e o acesso ao mundo do imaginário e da fantasia.

destacam alguns projetos de Literatura Infantil que são utilizadas nos hospitais para auxiliar no tratamento das crianças hospitalizadas. Em 1994 foi criado o “Projeto Literatura Infantil”, que surgiu após perceber que as crianças ficavam “presas” aos leitos, tornando o tempo interminável dentro do hospital. O projeto buscou desenvolver atividades que ajudassem também a minimizar os efeitos que o hospital traz, surgindo também como uma fonte terapêutica no auxílio ao tratamento das crianças e adolescentes e servindo como aliado ao processo de humanização. A forma de conduzir o projeto se dá com a divisão das crianças em faixa etárias e também em área de interesse. Os livros são levados aos leitos e os contadores de história, que na maioria das vezes são voluntários, encantam as crianças, os adolescentes e acompanhantes com deliciosas narrativas.

Podem-se citar ainda os projetos: “Contadores de Histórias” em Brasília-DF; “Leitura no Hospital” em Londrina-PR; “Estação da Leitura” em Crateús – CE; “Ler, um bem para todos” em Mato Grosso na cidade de Rondonópolis, “Ler é Preciso” em Garanhuns – PE, dentre muitos outros trabalhos espalhados por todo o país com um objetivo em comum: dar uma nova vida ao ambiente hospitalar. Os projetos de leitura desenvolvidos nos hospitais como se pode perceber, vem se expandindo e promovendo um bem enorme para quem ouve e para quem conta uma história, tornando a humanização do ambiente hospitalar possível através deste atendimento. A Literatura Infantil nos hospitais reconstitui um espaço de vitalidade, de preservação e de desenvolvimento psíquica da criança internada. Com a leitura dos livros é possível integrar as crianças com a família e funcionários promovendo estímulos para o processo de cura da criança.

As tensões causadas pelos procedimentos dolorosos e o dia-a-dia exaustivo, também são amenizadas com os contos, trazendo a descontração. A ARTE DE LER E CONTAR HISTÓRIAS Não há “fórmula mágica” para transformar um indivíduo em contador de histórias. Esta tarefa não é tão fácil quanto parece, o processo precisa de estímulo e incentivo, de segurança e criatividade por parte do contador. Para se tornar um “contador de histórias”, é preciso saber ouvir histórias, estudar, pesquisar, ensaiar. Conhecer como funciona a imaginação das crianças também é um grande passo, pois não se deve querer ensinar ou manipular os seus pensamentos, somente deve-se contar a história, deixando a criança livre imaginar e sonhar.

É sempre necessário ler várias vezes a história que se pretende contar, pois o indivíduo que se propõe a esta tarefa, deve conhecê-la muito bem, com suas pontuações, os momentos de respirar, de se surpreender, de mudar o timbre da voz, assim, quem ouvir a história irá se surpreender mesmo que ela seja contava muitas vezes. Assim, é reafirmada a necessidade de uma formação mais diversificada para o profissional de pedagogia onde possa colocá-lo “em frente” ao mundo, com a versatilidade que os novos tempos exigem. REFERÊNCIAS: BARROS, A. S. A prática pedagógica em uma enfermaria pediátrica. Contribuições da classe hospitalar à inclusão desse alunado. AQUINO, Júlio Groppa. O professor, o aluno, a diferença e a hospitalização.

In: FONSECA, Eneida S. org. Atendimento Escolar Hospitalar. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Lei Federal 8069 de13/07/90. Brasília: Ministério da Ação Social/Centro Brasileiro para Infância e Adolescência, 1990. CARDOSO, Clodoaldo Meneguelli, Uma visão de holística de educação. São Paulo: Summus, 1995. Porto Alegre/RS: Editora UFRGS, 1997. FONTES, RS e VASCONCELLOS, V. M. R. O Papel da educação no Hospital: Uma reflexão com base nos estudos de Wallon e Vigotski. C. Pedagogia, Ciência da Educação?São Paulo; Cortez, 1996. MAINARDES, J. O medo no livro infantil. In: SILVA, M. Brasília: MEC/SEESP, 2002. MUGGIATI, Margarida Maria Teixeira de Freitas. Hospitalização Escolarizada: uma nova alternativa para o escolar doente. Dissertação de Mestrado. PUC/RGS.

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