CAÇA AS BRUXAS E A COSTRUÇÃO DA MODERNIDADE BURGUESA

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Estatística

Documento 1

Misoginia. Genocídio. Violência. Resume: The witch hunt did not happen by chance, during the beginning of the Modern Age, the woman was identified as a dangerous agent of Satan, as Jean Delumeau says, the Catholic church called the female image, as an evil, impure being, made it generate a fear in men, of the possible harm the woman could cause; fear that gradually became hatred, proclaiming war on these poor and innocent women, who were tortured and burned to death at the stake. Key words: Hunt the witches. Seguindo essa ideologia, em sua obra “História do medo no ocidente” Jean Delumeau discute as raízes que traz a mulher como um ser maligno, “agente do Satã”, no capítulo "Os agentes de Satã: III. A mulher". Por um período a mulher chegou a ser um pouco exaltada, sendo caracterizada por qualidades como pureza, delicadeza e um ser divino.

Na Grécia antiga a imagem feminina era representada pelas Deusas que tinham grandes influencias sob o povo grego, como por exemplo na história da criação do universo, no qual de acordo com a mitologia grega, uma Deusa chamada Gaia deu origem ao que é denominado hoje com planeta terra e tudo que há nela. Diante dessa ideologia, observa-se a influencia da figura feminina, pois se tem como referencia a mulher, que por sua vez tem o poder em suas mãos e a capacidade de organiza o universo. Sendo assim, intitula-se o sexo feminino como desonrada representando um perigo para o homem cristão e a igreja. A intensificação do medo dos homens pelas mulheres, ocasionou um sentimento misógino pelas mesmas e perseguição constante por aquelas, que obtinham personalidades fortes e não seguiam os padrões implantados pela sociedade no período da idade média.

Essas mulheres eram denominadas “bruxas” e foram caçadas por milhares de anos. É possível ter um melhor compreendimento sobre a caça as bruxas no livro “Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva” de Silvia Federici, onde ela traz no capitulo “A grande caça às bruxas na Europa”, a origem da misoginia que levaram as perseguições dessas mulheres que foram taxadas como bruxas. Tais comportamentos como, a busca por revoluções, demonstração de curiosidade, independência, coragem e por serem sexualmente liberais, fazia o homem sentir-se intimidado, intensificando ainda mais a divisão entre os homens e as mulheres, “inculcou nos homens o medo do poder das mulheres”. Ao meado do século XV a situação foi se agravando, uma época em que ouve muitas revoltas populares, epidemia de doenças e pragas e da crise feudal, período no qual ocorreu os primeiros julgamentos de bruxas, por quase toda Europa.

Por toda a sociedade europeia foi espalhado uma campanha de terror contra as mulheres, e a bruxaria torna-se uma nova ameaça; no século XVI aumenta a quantidade de mulheres sendo julgadas como bruxas, sendo essas na maioria das vezes mulheres das classes baixas. Silvia Federici, em sua obra Calibã e a bruxa, afirma que a caça às bruxas aguçou no período de 1550 e 1660, a autora defende que, a caça essas mulheres pelo território europeu estava relacionado á acumulação primitiva durante o processo de colonização do novo mundo, “em menos de dois séculos centenas de mulheres foram queimadas, enforcadas e torturadas”. “Não é um exagero dizer assim que a caça às bruxas foi o primeiro terreno de unidade na politica dos novos Estados nação europeus, o primeiro exemplo de unificação europeia depois do cisma provocado pela Reforma.

” (Federici, 2004) Desta forma é possível compreender que a caça as “bruxas”, necessariamente fazia parte de mais uma tática da classe dominante, na organização de seus modelos de dominação, um meio permanente da privatização social e econômica. Assim a violência foi tomando formas diferentes, deixa de ser apenas domestico num eixo patriarcado familiar, e passa a ganhar espaço nas ruas e nos trabalhos das mulheres. A violência contra as mulheres, vai além da agressão física ou verbal, a violência também está no ato de extingui o direito da mulher de trabalhar, de se expressar, de escolher se quer casar e ter filhos ou não, de querer estudar; está no ato de querer controlar as escolhas de uma mulher.

Por isso é de suma importância cada movimento feminista, a luta por liberdade não pode parar, é preciso resistir, para que em algum momento, na vida de cada mulher deste mundo, chegue por inteiro o fim a “caça ás bruxas”. “A violência contra as mulheres terminará a penas com a construção de um mundo diferente, onde as vidas das pessoas não sejam “consumidas” em prol da acumulação de riquezas. ”( Federici, 2019). São Paulo: Boitempo, 2019. p. Tradução: Heci Regina Candida. GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI.

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