Resenha Crítica dos Textos: A literatura da ficção ou a ficção da literatura de IV e te Camargo e Gênero da Ficção de Afrânio Coutinho.

Autor: Afrânio Coutinho. A Obra “A Literatura da Ficção ou a Ficção da Literatura?” da Autora Ivete Lara Camargos Walty, desde o seu título propõe uma pergunta interessante, tendo em vista se tratar de um texto que argumenta as diferenças entre ficção e realidade, no contexto da Literatura. Tal Obra refere-se a um Ensaio apresentado no VI Congresso Brasileiro de Teoria e crítica literárias e II Seminário Internacional de Literatura em Campinas Grande (Paraíba), em Setembro de 1982. Ao início, tem-se um pequeno resumo descrevendo o objetivo do Ensaio e, dentre as 10 páginas analisadas (da 25 a 35), há referência a vários autores, como é o caso de Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Machado de Assis, Millor Fernandes e até o trabalho de Platão, no Mito da Caverna, quando se trata da descrição da realidade, um dos principais motivos da existência da Obra.

Da mesma forma, o texto “Gênero da Ficção”, do Autor Afrânio Coutinho trata de assuntos referentes a ficção, com todos os seus elementos. Provavelmente, seria descrevendo com sua linguagem a diversidade de caracteres da imagem. O que nos faz retornar ao conceito de realidade, que no Mito da Caverna, de Platão evidencia que “a percepção da realidade se dá conforme o lugar que o indivíduo ocupa no espaço físico, econômico, político e sociocultural. ” O fato de haver diálogos que reforçam ou que refutam as crenças e crendices populares, expõe a dificuldade do estabelecimento de limites entre a realidade e a ficção. Pra isso, tem-se a construção de Machado de Assis sobre estória e história, onde fala que “o contador de história é justamente o contrário do historiador.

” Através das relações sócio econômicas, surgiu-se a caracterização do discurso como história ou ficção. Entre ficção e realidade, Afrânio Coutinho, no trecho “Gêneros da Ficção”, resgata a proveniência Latina da palavra ficção e seu significado, sendo coisa imaginária, suposição, etc. Segundo o Autor, a literatura é a forma do artista de traduzir a vida através da palavra. Assim como Ivete, Afrânio, através do trecho “a ficção distingue-se da história e da biografia, por estas serem narrativas de fatos reais”, compreende a visão de ficção e realidade/estória e história, como conflitantes e opositoras. Mas o caso do Autor, a ficção busca abrandar a conjuntura, criando uma revisão, uma imagem interpretativa artística da realidade.

Afrânio Coutinho fala da ficção também como um tipo de gênero narrativo. E em outra fase prática, Afrânio menciona Odisseia, de Homero, dando vida ao mesmo pensamento exposto no ensaio a respeito da ficção e o mítico. Ambos os autores tratam a respeito de ficção e realidade, atentando-se Ivete para uma visão micro da ficção, sua influência na Literatura e sua oposição à realidade, ponto este que, por uma visão periférica, Afrânio trata a ficção no campo da Literatura e todos os seus pormenores. Pra ele, a ficção se aproxima e se afasta da realidade ao mesmo tempo, ao cenário em que são opositoras. A ficção pode ser considerada como a cosmovisão do artista sobre a sua realidade.

Por exemplo, na Grécia antiga, quando ainda não se tinham explicações dos fenômenos naturais, criou-se explicação fictícia para tais situações.