RESUMO ENFERMAGEM MODERNA: A ORDEM DO CUIDADO

Elucidando no artigo os primórdios da enfermagem, não se pesquisa a origem exata ou a essência da enfermagem pois como Foucault, acredita-se que “atrás das coisas há algo inteiramente diferente” ou seja a essências das coisas são constituídas, parte por parte de outras essências que lhe antes estranhas. Assim escreve-se este artigo baseando-se nos trabalhos de Foucault, identificando-se com os Estudos Culturais, que desenvolveu-se propondo uma análise exterior dos conceitos da racionalidade moderna. De início os Estudos Culturais foram uma invenção Inglesa, transformando em um fenômeno mundial, não indicando que este estudo seja sistemático e adapte-se a qualquer cultura e periodo, do contrário representa um conjunto de representações flexíveis, descentralizadas que não objetivam ser uma disciplina acadêmica.

No entanto caracteriza-se por uma conjuntura de abordagens e problematizações e reflexões em vários campos, pretendendo que a cultura seja pautada democraticamente para as pessoas comum, o povo, possa ter seu saber comtemplado. Enfermagem Moderna Tendo essas referenciais em pauta, pode-se então entender o panorama e as condições em que a “enfermagem moderna” se constituiu. Lembra-se que as enfermeiras norte-americanas, trouxeram um modelo de enfermagem profissional bem definido de como deveria ser, trazendo maior importância a profissão de modo que está foi introduzida como disciplina acadêmica já no estado novo. Devido a sua força política e econômica e principalmente a sua influência, anglo-saxônica, a fundação Rockfeller foi alvo de inúmeras críticas, uma vez que as famílias queixavam-se que as moças deveriam ficar em suas casas, com os intelectuais da época vendo como uma intromissão na estrutura existente.

Apesar do ideal de servir a todos há incoerência no discurso e critérios utilizados no ingresso de enfermeiras, pois nestes casos só eram admitidas moças de família. Em relação ao papel da missão Rockfeller entende-se que está teve um papel civilizador, sendo as enfermeiras americanas as agente civilizatórias, que vinham transmitir um saber cientifico a um povo “atrasado”, com estas se reconhecendo como herdeiras do modelo de enfermagem cientifica do “Velho Mundo”. Estas enfermeiras atuaram como agentes civilizatórios junto aos sanitaristas, e depois principalmente na orientação de suas alunas modelando o comportamento destas. Para manter esse padrão as escolas de enfermagem brasileiras mantiveram internatos em suas sedes até a década de 60, onde os mesmo cumpriam o papel regulador da conduta das enfermeiras.

Nightingale com sua experiência elaborou após a guerra um grande plano de reformas que foi estudado e implantado pela Comissão Real de Saúde do Exército, sistema que se mostrou eficiente para preservação do corpo e da saúde dos soldados feridos em guerra. Desta maneira os métodos de Nightingale chegaram aos hospitais de Londres e Paris. Seria inexato atribuir apenas a Nightingale todo o movimento de criação da enfermagem moderna, no entanto a emergência de Nightingale ocorreu em plena modernidade, onde houve também a invenção e de diversos aparelhos que auxiliaram no diagnóstico e tratamento das doença. As propostas de Nightingale valorizaram a enfermagem, tratando-a como uma arte, disciplinando e regulando o modo de vida de seus agentes.

Estas foram organizadas como um saber no início do século XX nos Estados Unidos. Inicialmente estas técnicas eram registradas em livros dos hospitais. A partir da década de cinquenta do século passado foram sendo construídos os princípios científicos de enfermagem que representavam a incorporação destas técnicas. Sofrendo influência americana e na ânsia de pular etapas, a enfermagem brasileira não hesitou em copiar modelos de assistências de ensino americanos, influencia esta percebida na REBEn, assimilando assim uma nova onde americana, das teorias de enfermagem, buscando consolidar-se como ciência e ocupar um certo status social. Esta “onda americana” representa parte de um processo histórico de construção de bases de uma ciência da enfermagem, com elaboração de um campo de conhecimento próprio.