ADMINISTRAÇÃO RURAL: Desafios enfrentados pelo Gestor Rural do Sítio Cordilheiras situado no Córrego Fazenda da Alegria no Município de Iúna - ES

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Engenharias

Documento 1

Iúna - ES 2016 Aleduan Rogério da Costa Neves Paulo Ricardo Mendes Alves ADMINISTRAÇÃO RURAL: Desafios enfrentados pelo Gestor Rural do Sítio Cordilheiras situado no Córrego Fazenda da Alegria no Município de Iúna - ES Monografia submetida à Comissão examinadora designada pelo Curso de Graduação em Administração como requisito para obtenção do grau de Bacharel e aprovada pela seguinte banca examinadora _______________________________________ Prof. Msc. Paulo Eduardo Frinhani (Orientador) Instituto Ensinar Brasil _______________________________________ Prof. ª Instituto Ensinar Brasil _______________________________________ Prof. Instituto Ensinar Brasil Iúna-ES, __ de Novembro de 2016 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus por me capacitar e ter dado forças para completar mais essa etapa da minha vida, sendo a luz que me ilumina. A metodologia quanto aos objetivos classifica-se como descritiva e quanto aos procedimentos de coleta de dados classifica-se em bibliográfica e de levantamento de dados.

Por meio dos resultados desta pesquisa evidenciou-se que o maior desafio do gestor do sítio Cordilheiras tem sido a mudança climática (altas temperaturas) que influencia diretamente em sua produção. Verificou-se ainda que o estilo de liderança adotado pelo gestor é o democrático e que não há diversificação de produtos agrícolas no sítio Cordilheiras, sendo o café Arábica (tipo exportação) o único produto comercializado. Descobriu-se que não existe um mecanismo de controle financeiro preciso por parte do gestor que faz uso de uma caderneta para anotar que entra e o que sai no sítio, o que por vezes acaba sendo ineficaz. A falta de conhecimento das ferramentas administrativas e sua aplicabilidade também foram citadas como sendo a maior dificuldade neste processo nos últimos 5 anos.

CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS DA PESQUISA. ANÁLIDE E DISCUSSÃO DE DADOS. PESQUISA COM O GESTOR RURAL DO SÍTIO CORDILHEIRAS SITUADO NO CORREGO FAZENDA DA ALEGRIA MUNICÍPIO DE IÚNA ES. Atualmente, o setor rural não possui um modelo de gestão adequado a sua realidade, e entre esses possíveis motivos para esta dificuldade destacam-se as diferenças regionais em termos de clima, solo, disponibilidade, distância dos mercados, capacitação de mão de obra, entre outras (VILCKAS; NANTES, 2006). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014), a cidade de Iúna – ES localiza-se numa região da Caparaó Capixaba, próxima ao Pico da Bandeira, com relevo montanhoso de clima frio, rica em belezas naturais e tem como principal atividade rural a cafeicultura, seguido de eucaliptos e pinheiros.

Esta pesquisa se aterá à cafeicultura do município de Iúna – ES. As condições de mercado dão ao produtor rural, noções do que, quando e onde produzir, para obtenção de resultado positivo, consequentemente a obtenção de investimentos futuros. Vale ressaltar que o clima e o solo de cada região devem ser levados em conta na tomada de decisão do que plantar (CREPALDI, 2006). A metodologia da pesquisa se caracteriza quanto aos fins propostos como descritiva, e quanto aos procedimentos e instrumento de coleta de dados como bibliográfica e de levantamento de dados. Os dados foram coletados por meio de um questionário semiestruturado aplicado e conduzido pelos dois autores no mês de outubro de 2016 na própria propriedade ao gestor do sítio Cordilheiras localizado no Córrego Fazenda da Alegria no Município de Iúna – ES, caracterizando um estudo de caso.

GESTÃO RURAL A solução para um mundo globalizado e moderno é a administração (CHIAVENATO, 2003). Sobre esta afirmativa Chiavenato (2000) esclarece que ela é imprescindível para que a organização exista, sobreviva e tenha sucesso. Cabendo ao administrador ainda, solucionar problemas, planejar, controlar, decidir, dirigir e desenvolver estratégias combinando habilidades técnica, humana e conceitual. Segundo o Ministério da Agricultura e Planejamento Agrícola (MAPA, 2004), o agronegócio foi responsável por:  37% dos empregos Brasileiros;  3% do Produto Interno Bruto (PIB);  42% das exportações totais. Ainda segundo o MAPA (2004), no ano anterior (2003), as vendas externas de produtos agropecuários lucraram ao Brasil US$ 36 bilhões, com superávit de USS% 25,8 bilhões. De acordo com Tejon e Xavier (2009) a cada dia vem aumentando mais o número de empresários rurais plantando e cultivando o solo, bem como o número de laboratórios e universidades produzindo estudos para o aumento da produtividade no campo, podendo esta ser a grande diferença entre o mais qualificado e preparado.

Silva (2012) diz que uma boa gestão seguida de um bom planejamento com planos e boas tomadas de decisões é de suma importância no processo administrativo. A CULTURA DO CAFÉ NO BRASIL E NO ESPÍRITO SANTO O cultivo do café no Brasil teve seu início no século XIII, mas apenas no século seguinte é que começou a se destacar tornando-se o principal produto da economia Brasileira. Inicialmente se desmatava as terras onde iria se fazer o plantio para a colocação das mudas, e demorava cerca de cinco anos para começar a dar frutos. Nesse período outras culturas eram plantadas em torno dos cafezais, principalmente gêneros alimentícios (PINTO, 2007). Para se conservar a área do plantio, utilizavam somente enxadas e foices. A colheita era feita de forma manual pelos escravos, que após retirar os grãos da lavoura colocavam em terreiros para secagem e, uma vez seco, o café era beneficiado, retirando-se as cascas através de monjolos, máquinas primitivas de madeira formadas por pilões socadores e movidos a força da água (PINTO, 2007).

Em 1870 a cafeicultura do café no centro Sul do Brasil começou a ter problemas, quando uma grande geada atingiu as plantações do Oeste Paulista provocando prejuízos incalculáveis (NEVES, 1974). Desta forma, a expansão cafeeira ocasionou na vinda de vários imigrantes, e assim contribuiu para a expansão da colonização pelo interior do Espírito Santo. De acordo com o Portal do Governo do Espírito Santo (2014) no estado, a colheita do café conilon é iniciada no dia 14 de maio, esta data foi escolhida para evitar que os produtores iniciem a safra antes do tempo certo. Garantindo assim a uniformidade de maturação dos grãos e mais qualidade ao produto. Segundo o Centro do Comércio de Café de Vitória – CCCV (2012) o estado do Espírito Santo é o segundo maior produtor de café arábica e o maior de café conilon do País.

Cerca de 67% dos produtores capixabas têm a renda familiar na cultura do café, sendo a produção apoiada em sistemas de monocultivo com avançado estágio de degradação do solo. cerca de 10% da produção estadual. Ainda de acordo com as pesquisas realizadas por esse Centro, o produto de maior comercialização desta região é o café arábica, devido as condições climáticas (frio e montanhosa) que favorecem o cultivo do mesmo, não sendo favoráveis o cultivo do café Conilon que necessitaria de um clima um pouco mais quente (CETCAF, 2011). LIDERANÇA E SEUS ESTILOS Chiavenato (1994) relata que liderança é dirigir através do processo de comunicação humana, sendo definida como a arte de induzir as pessoas a cumprirem suas obrigações com zelo e correção.

Chiavenato (2005) ainda afirma que no fundo é a cultura que define a missão e provoca o estabelecimento dos objetivos da organização. Conhecer a cultura seja ela organizacional ou de uma nação, norteará as decisões e ações da organização como: liderança, planejamento, organização, direção e controle para que se possa conhecer e agir melhor nas empresas seja lá de que ramo for. Robbins (2006) destaca que liderança e poder possuem uma estreita relação, já que os líderes farão uso dele para facilitar a consecução das metas. Já Coda (1905) definiu o poder como sendo um potencial de influência e que pode ser utilizado ou não por um líder. O conflito de interesses é normal e sempre estará presente nas organizações.

E o poder é o meio pelo qual tais conflitos são resolvidos ou administrados. O autor afirma que administrar conflitos, mantendo-os dentro de limites estimulantes ao aprendizado e à mudança, é uma das atividades-chave do líder (MORGAN, 2007). Para isso deve-se haver uma seleção adequada, treinamento, delegação e supervisão. Uma equipe mal treinada e descomprometida pode levar um empreendimento ao fracasso (CPT, 2016). De acordo com Acosta et al (1999) um dos principais fatores limitantes no gerenciamento de propriedades rurais é a ausência de um planejamento das atividades a serem desenvolvidas, feito com base em informações confiáveis, compatíveis com o tamanho da propriedade e sua aptidão. Ainda segundo o autor, para fazer um planejamento estratégico eficiente, o produtor deverá ter em mente seis fases sequenciais concatenadas, a serem desenvolvidas no processo, tais como:  Escolha das atividades;  Diagnóstico;  Definição da missão do empreendimento;  Análise das vantagens competitivas;  Elaboração de projetos;  Preparação da gestão.

A administração de uma propriedade rural é um esforço coletivo do proprietário, técnicos e funcionários, por meio do qual se tenta atingir uma meta previamente estabelecida, buscando balancear o potencial produtivo da propriedade, o nível de investimento que poderá ser efetuado, a valorização patrimonial da empresa e, por fim, o resultado econômico proporcionado pelas atividades desenvolvidas (CPT, 2016). Sendo assim têm como principais objetivos:  Eficiência na administração dos fatores de produção disponíveis como terra, benfeitorias, maquinários, insumos e mão de obra;  Utilização da tecnologia de maneira adequada;  Aumento da produtividade nas atividades exploradas na propriedade;  Gerenciamento dos custos de produção;  Um bom clima organizacional;  Melhoria de vida de seus funcionários;  Conservar e aumentar o valor do patrimônio;  Proteger o meio ambiente, especialmente os mananciais de águas e matas ciliares; e 21  Contribuir para que a empresa rural evolua e possa ser sustentável ao ponto de manter o homem no campo.

Com o desenvolvimento da população, tecnologia e mercado, os consumidores estão mais exigentes com os produtos que lhes são ofertados. Estas exigências refletem o nível de cobrança na cadeia de produção, a atender o mercado globalizado de maneira sustentável e econômica (TEIXEIRA, 2003). Widonscket al (2009) sugere que deva-se estimular o crescimento agropecuário com linhas de créditos específicos, além é claro de intensificar a fiscalização por parte do governo para que não haja desvio do dinheiro ao qual foi destinado e diminua a inadimplência. Esta atitude pode trazer contribuições efetivas para o administrador rural, seus funcionários e a sociedade como um todo, uma vez que o crédito rural permite o investimento em terras que ao dar o seu fruto faz com que o comércio local se movimente e assim a renda seja distribuída.

A propriedade em questão pertencia aos seus pais, mas só em 1994 é que a adquiriu para si e passou a gerir os negócios por conta própria. Atualmente o sítio não possui funcionários estáveis, sendo conduzido apenas pela família do gestor que são 6 (seis) pessoas. Esse cenário muda durante a época de safra do café onde ocorre a contratação de aproximadamente 12 funcionários para ajudá-lo na colheita do café. Para Veiga (1996) as principais características da agricultura familiar apontam que o trabalho e a gestão da propriedade estão intimamente relacionados e a direção do processo produtivo é assegurada diretamente pelos proprietários. Para este autor, existe na agricultura familiar uma ênfase na diversificação, podendo existir o trabalho assalariado como complementação de renda.

Gil (2006) classifica a pesquisa bibliográfica, desenvolvida com base em arquivos já elaborados com embasamento científico. Sendo eles livros, artigos, revistas, jornais, sites da área abordada. A pesquisa bibliográfica do presente estudo se desenvolve através de busca por materiais científicos já publicados para embasamento teórico, bem artigos e monografias da biblioteca da Faculdade Doctum de Iúna. Severino (2007), explica que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos publicados, como livros, artigos, dissertações e teses. Para Gil (2006) o levantamento de dados constitui pela interrogação direta de um grupo significativo de pessoas, pelos os quais se pretende conhecer, que posteriormente mediante a análise dos dados e discussão dos resultados se chega ao objetivo proposto.

Ao coletar os dados do estudo, foi explicado que se tratava de uma pesquisa acadêmica para a faculdade da região, com a autorização da direção e que os resultados eram para fins acadêmicos. Foi explicada ao entrevistado a importância da sua colaboração para a mesma e que todas as informações seriam tratadas com confidencialidade. Após todas essas apresentações e esclarecimentos foram coletadas todas as informações por meio do questionário que foi conduzido pelo pesquisador Paulo Ricardo e anotado pesquisa Aleduan Rogério. Em seguida são apresentados os resultados do estudo sob a discussão dos autores. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS DA PESQUISA A presente pesquisa tem como objetivo geral identificar os desafios administrativos enfrentados pelo gestor rural do sítio Cordilheiras no Município de Iúna – ES.

Há quantos anos você pratica atividade rural e há quanto tempo você trabalha no sítio Cordilheiras? A fim de identificar o perfil do gestor, questionou-se há quantos anos ele pratica a atividade rural, e ele respondeu que há mais de 35 anos sendo estes todos trabalhados no sítio Cordilheira, porém só em 1994 é que teve condições de adquirir a propriedade, tornando-se proprietário e o gestor até os dias atuais. Ainda segundo o gestor, ele sempre trabalhou na roça, ora para ajudar em casa, ora para cultivar produtos para sub existência, ora para adquirir bens de consumo. Atualmente todo o lucro é revestido para o investimento e desenvolvimento do sítio. a - Como aprendeu os trabalhos da roça? Você participa de cursos de capacitação para melhoramento de qualidade do seu produto? 28 No sentido de identificar o nível de conhecimento do gestor na atividade rural bem como a maneira pela qual o mesmo desenvolveu suas habilidades no campo e sua aplicabilidade, foi questionado ao gestor como ele aprendeu os trabalhos da roça e se ele participava de cursos de capacitação para melhoramento de qualidade de seu produto.

Segundo o gestor, seus conhecimentos decorrem de ensinamentos repassados por seus pais, que se viam “obrigados” pelas circunstâncias financeiras da época a envolver as mulheres da casa nas atividades domésticas e os homens na lavoura. A mão de obra na agricultura tem sido algo preocupante visto que encontra-se cada vez mais escassa e careira, pois os jovens tendem a migrar para os grandes centros em busca de trabalhos que exijam menos esforço físico e contínuo. Algumas empresas optam pela contratação temporária (período de safra) para minimizar seus custos. Esses custos podem ser diretos ou indiretos (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2008). A mão de obra direta engloba os custos gerais com salários, encargos sociais e benefícios do pessoal empregados diretamente na produção.

Na mão de obra indireta estão os custos do departamento empregado indiretamente à produção e outros encargos que serão imputados mediante o rateio (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2008). aproximadamente FAZ USOS DE FINANCIAMENTOS Não Fonte: Elaborado pelos autores. Embora Santos, Marion e Segatti (2008) afirmam que é de suma importância ter sob controle todas as informações pertinentes ao seu negócio, pois são elas que permitirão ao administrador tomar as decisões mais assertivas a fim de ajustar-se à necessidade da empresa, pode-se perceber através dos dados obtidos que o gestor do sítio Cordilheiras não possui tais informações. No sentido de trazer à tona comparativos de lucratividade ou prejuízo de produção de café do sítio Cordilheiras, foi questionado ao gestor, quantas sacas de café costuma colher anualmente na propriedade, e o resultado demonstra que a produção pode variar entre 300 e 400 sacas de café Arábica por ano, porém não sabe precisamente ao certo, qual é a sua média de produção anual.

Segundo o gestor essa imprecisão na quantidade de sacas colhidas anualmente, causando uma grande amplitude em sua produção, deve-se entre outros fatores à falta de chuva e às elevadas temperaturas que prejudica diretamente a produção. Desta forma, segundo o gestor os valores da receita em reais também podem variar de R$ 150. Embora Santos, Marion e Segatti (2008) afirmam da importância desses dados, o proprietário não possui um registro correto dos dados. a – O senhor faz uso de algum outro investimento (aplicação financeira, policultura, etc. para aumentar os lucros? Se sim, qual? Objetivando revelar se há algum tipo de diversificação dos produtos agrícolas ou mesmo algum fator que pudesse afetar a produtividade ou a lucratividade do sítio Cordilheiras direta ou indiretamente, foi questionado ao gestor se ele faz uso de algum outro tipo de investimento (aplicação financeira, policultura, etc.

que pudesse contribuir para o aumento de seus lucros. Segundo dados da pesquisa o gestor não faz uso de nenhum recurso que pudesse contribuir para o aumento dos lucros da propriedade, seja financeira ou na variedade de produto, sendo a monocultura (café) o único meio de receita. Segundo questionário aplicado, o sítio Cordilheiras cultiva grãos especiais (café Arábica), e sua venda se dá de forma direta para Cooperativas. O valor praticado varia de acordo com o valor da saca de café estabelecido pelo mercado do dia. Para Martins (2003), as entidades que são melhores assessoradas, apresenta melhor desempenho, seja na administração pública ou privada. No seu entendimento, se os proprietários rurais utilizassem mais as ferramentas da Contabilidade Rural, poderiam obter melhores resultados. Crepaldi (2006) completa ainda que avaliar os resultados contábeis já alcançados deve fazer parte do plano de ação da Administração Rural bem como controlar as ações desenvolvidas, verificando desta forma, se as práticas agrícolas recomendadas estão sendo aplicadas corretamente e no devido tempo.

O gestor do sítio Cordilheiras não aplica o que recomenda os autores citados. a – Em média qual o valor gasto com insumos? Existe algum planejamento na compra? Se sim, como é realizado? QUADRO 04 – INSUMOS UTILIZADOS INSUMOS DESPESAS ESTIMADAS COM INSUMOS Adubo R$ 30. aprox. Calcário R$ 15. aprox. a – Houve algum investimento em maquinário na propriedade nos últimos 02 anos? Se sim, quais? 35 De acordo com os dados coletados na pesquisa, o gestor do sítio Cordilheiras adquiriu nos últimos 02 (dois) anos uma pick-up strada, um secador, uma máquina de pilar café e quatro estufas. Para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 2015), o investimento em tecnologias, tem sido apontado como um dos principais responsáveis de bons resultados nas lavouras. Ainda segundo o gestor, esses bens foram adquiridos com recursos da própria lavoura para alavancagem e melhor escoamento da produção.

O gestor afirma, que desde que investiu nos bens e tecnologias descritos acima, consegue observar melhores resultados na produção em consonância com o que sugere a literatura. O gestor do sítio Cordilheiras não se utiliza de linhas de créditos rurais para investimento na propriedade. Monocultura Fonte: Elaborado pelos autores 36 Dos fatores apresentados a mudança climática com elevação das temperaturas e a falta de conhecimento das ferramentas administrativas e a sua aplicabilidade é a que mais preocupa o gestor. Em ordem decrescente o gestor citou também o custo elevado da mão de obra, custo elevado de insumos, falta de maquinários, o armazenamento adequado para os grãos e a falta de um registro contábil correto no qual pudesse confiar e obter informações mais precisas, como fatores importantes no processo de decisão.

Para Crepaldi (2006) a falta de mão de obra qualificada tem sido uma constante nas empresas. Muitas delas contratam e capacitam esses novos empregados a fim de suprir a demanda interna moldando-os de acordo com as suas necessidades e em conformidade com o que o mercado pede. De acordo com Ribeiro (2002), o planeta terra está superaquecendo. De acordo com Crepaldi (2006), para uma gestão eficiente deve-se fazer uso das ferramentas administrativas disponíveis para otimizar os recursos da propriedade. O registro de informação contábil é uma delas. Segundo os dados coletados na pesquisa, na visão do gestor a monocultura é a que menos interfere no processo de decisão, e não a vê como sendo prejudicial para a lucratividade ou a continuação da lavoura. Para Graziano (1992), a diversificação agrícola representa uma alternativa na diminuição de riscos de se ter apenas uma atividade como principal fonte de renda e manutenção familiar, facilitando assim, a garantia da biodiversidade e a ampliação do mercado de trabalho.

Foi dada ainda a oportunidade de o gestor assinalar outros fatores que pudessem interferir no processo de decisão que não os já listados acima, e ele relatou certa dificuldade em se criar e desenvolver um projeto que fosse altamente sustentável e acusa o governo de não fornecer tais orientações ao homem do campo. a – O senhor costuma planejar investimentos, formas de trabalho, melhorias etc. para o sítio Cordilheiras? Que tipo de melhorias o senhor ainda deseja alcançar? Foi questionado ao gestor se ele tem o hábito de planejar investimentos, formas de trabalho ou mesmo o desejo de realizar melhorias no sítio Cordilheiras, objetivando desta forma a valorização da propriedade, qualidade dos serviços prestados e da produção. Segundo dados obtidos na pesquisa, o gestor deseja a longo prazo inserir na propriedade os serviços de torrefação de café, do qual o possibilite importar e exportar, mas admite que para isso muita coisa em seu comportamento deve mudar.

O gestor relata ainda que lhe faltam informações administrativas e demonstrou o desejo de participar de cursos de capacitação que o auxiliará em seus objetivos. Santos, Marion e Segatti (2008) concordam que todo projeto de melhoria necessita ser tocado por pessoas capacitadas em busca do objetivo da empresa visando à eficiência e a eficácia dos serviços prestados. Segundo dados da pesquisa, o gestor do sítio Cordilheiras costuma fazer elogios e críticas ao trabalho de cada colaborador, dando a entender que pudesse ter um estilo de liderança autocrático. Araújo (2006) afirma que na liderança autocrática, o líder costuma centralizar totalmente a autoridade e as decisões em si. Neste estilo, os subordinados não possuem nenhuma liberdade de escolha. Tanto o resultado obtido nesta pergunta quanto a literatura descrita estão em consonância.

a. Ao propor uma ideia você: A TAB. apresenta as opções oferecidas: 41 TABELA 3: Ao propor uma ideia você: Utiliza-se de sua habilidade de exercer influência no grupo, mediante processo de relações interpessoais objetivando benefícios de todos. Motiva, envolvendo a todos, mas não participa. As impõe movido pela autoridade, exercendo papel de mandante. Fontes: Dados coletados na pesquisa. Por meio das análises realizadas, evidencia-se que não há diversificação de produtos agrícolas no sítio Cordilheiras, sendo o café Arábica o único produto comercializado. Verifica-se ainda, que na visão do gestor, a monocultura não é prejudicial para a lucratividade ou a continuação da lavoura. Descobriu-se que não existe um mecanismo de controle financeiro preciso por parte do gestor que faz uso de uma caderneta para anotar que entra e o que sai no sítio, o que por vezes acaba sendo ineficaz.

A falta de conhecimento das ferramentas administrativas e sua aplicabilidade também foram citadas como sendo a maior dificuldade neste processo nos últimos 5 anos. Vale ressaltar uma observação desta pesquisa: o gestor do sítio Cordilheiras, demonstrou interesse em buscar o conhecimento após aplicação do questionário. br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901985000400004. Acesso em 31 mai. ARAUJO, Luiz Cezar. Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas, 1997. BLUM, Rubens. Agricultura familiar: Realidades e Perspectivas. ed. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, 1999. Rev. Atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. Administração nos novos tempos. ed. Acesso em 30 mai. CENTRO DE PRODUÇÕES TÉCNICAS – CPT. Disponível em: http://www. cpt. com. São Paulo: Atlas, 1905. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Rural. São Paulo: Atlas, 2006. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA.

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Esclarecemos que o questionário não se destina a uma avaliação individual, não havendo, portanto necessidade de identificar o respondente. Todas as informações recebidas serão tratadas com confidencialidade. Por oportuno, agradecemos a preciosa colaboração de V. para o sítio Cordilheiras? Que tipo de melhorias o senhor ainda deseja alcançar? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 52 NAS QUESTÕES DE 13 A 15 ESCOLHA UMA ÚNICA OPÇÃO E QUE MELHOR LHE REPRESENTA: 13 - Dos itens abaixo, com qual se assemelha mais com seu tipo de liderança? ( ) Faço elogios e críticas ao trabalho de cada colaborador. As tarefas são debatidas pelo grupo, estimulado e assistido por mim. Há liberdade completa nas decisões dos colaboradores, com nenhuma interferência de minha parte. Como reage quando contrariado? ( ) É indiferente à situação, pois não costuma se envolver nos trabalhos operacionais.

Evita qualquer tipo de diálogo.

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