Agrotóxicos no Brasil

Objetivos 4 2. Revisão De Literatura 4 2. A Revolução Verde E O Início Do Uso Dos Agrotóxicos No Brasil 4 2. Os Males À Saúde Humana 6 2. Casos de Intoxicação por agrotóxicos 7 2. Tão grande quanto sua riqueza é também o uso de agrotóxicos, sendo muitos desses produtos considerados inimigos em países da União Europeia e nos Estados Unidos da América por serem compostos químicos altamente nocivos à saúde humana e ao meio ambiente. Em 1989 foi criada a legislação brasileira de agrotóxicos que, pela primeira vez, estabeleceu alguns parâmetros para o controle da liberação, venda e utilização de produtos químicos utilizados no controle de pragas. Nos últimos anos foi intensificada a tentativa de tornas as leis cada vez mais flexíveis, permitindo assim, a entrada de produtos extremamente perigosos.

Em 2019, até o momento, mais de 382 rótulos foram liberados no Brasil (BRASIL, MMA, 2019). Em 2018 foram mais de 450 (BRASIL, MMA, 2018). Os graves efeitos deste herbicida foram ferais não só época, mas também nos dias atuais, cinquenta anos depois, eles ainda são notados. Calcula-se que aproximadamente três milhões de vietnamitas sofram com os efeitos do desfolhante apesar de, segundo Miguel Ángel Criado em reportagem do Jornal El País, essas pessoas não têm o mesmo acompanhamento que os veteranos americanos. A publicação do Jornal El País, de 16 de março de 2019, comenta um estudo feito por Ken Olson, especialista em solo e professor da Universidade de Illinois (EUA) e a socióloga rural da Universidade Estadual de Iowa, Lois Wright Morton. Os pesquisadores estudaram o solo da base área de Bien Hoa e arredores.

“Os pesquisadores coletaram 1. já findada a Guerra, muitas indústrias químicas que abasteciam a indústria bélica norte-americana começaram a produzir e a incentivar o uso de agrotóxico: herbicida, fungicida, inseticida e fertilizantes químicos na produção agrícola para eliminar fungos, insetos, ervas daninhas (ROSA, 1998). Não se pode esquecer também a construção e adoção de um maquinário pesado, como: tratores, colheitadeira, para serem utilizados nas diversas etapas da produção agrícola, desde o plantio até a colheita, finalizando, assim, o ciclo de inovações tecnológicas promovido pela Revolução Verde. p 45) 1. Objetivos Este trabalho tem como objetivo conhecer, reunir e apresentar dados publicados em trabalhos acadêmicos e matérias jornalísticas sobre os agrotóxicos e seus efeitos ao meio ambiente e à saúde animal.

Revisão De Literatura 2. Depois, com a instalação da ditadura, essa burguesia procurou obter vantagens do governo. Crédito rural, sob todas as formas e, em geral, a juros negativos, cresceu muito. Criaram-se incentivos e favores fiscais e creditícios, para iniciar ou expandir empreendimentos agrícolas, pecuários, extrativismo agroindustrial. Acelerou-se o desenvolvimento do capitalismo no campo (Ianni, 1986) O Brasil é um dos pioneiros na produção de grãos e pecuária, com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 248. milhões no 3º trimestre 2018 (dados referentes à Agropecuária) (IBGE, 20019). A obra incomodou a indústria de agrotóxicos que fez dura oposição na tentativa de invalidar os dados levantados por Rachel Carson (BONZI, R. S. Carson, já naquela época, percebia os grandes problemas desencadeados pelos agrotóxicos. A autora indica no livro toda a questão da contaminação dos recursos hídricos, quando os resíduos são carregados pelas águas de chuva e atingem os rios, lagos e o mar, onde peixes, algas e outros pequenos organismos de extrema importância para manutenção da vida aquática e terrestre.

Carson também falou sobre a contaminação do solo e das minhocas que ali vivem, culminando na morte de muitos pássaros que delas se alimentavam. INCA, 2019) Trabalhadores dos setores de produção, transporte e comercialização de agrotóxicos, da agropecuária e empresas de dedetização podem sofrer intoxicações a partir da inalação, do contato dérmico ou oral durante a manipulação, aplicação e preparo do aditivo químico. Outras formas de intoxicação se dão através de pulverizações que dispersam substâncias químicas para o combate de pragas ou vetores de doenças em meio a áreas habitadas. Existe também o contato através do consumo de alimentos e água contaminados. INCA, 2019) Os efeitos causados pelo contato com agrotóxicos são diversos e podem ser agudos (imediatos) ou crônicos, aparecendo algum tempo depois do contato e provocando danos por longos períodos ou até mesmo permanentes.

INCA, 2019) Dentre os produtos liberados pela ANVISA estão: 2,4-d, acefato, atrazina, clorpirifós, diazinona, diuron, glifosato, malationa, mancozebe e metomil e a grande maioria tem alguma relação com o câncer (INCA, 2019). “Começa a arder o nariz, a garganta. Dali a pouco, o estômago fica embrulhado. Se continua [o contato], começo a vomitar, com muita dor de cabeça. ” (Aluíso Stolarczk, agricultor, em entrevista ao jornal NSC Total) O agricultor de Santa Catarina, Aluíso Stolarczk, ainda conta ao jornal NSC Total: “eu cresci, fiquei velho e a gente nunca escutava dizer “tal fulano faleceu de câncer”. Hoje em dia, na região está cheio de casos. Foi quando eu o mandei para uma clínica especializada onde eles fizeram os estudos e confirmaram que ele tinha neuropatia tóxica”, diz ele.

“Na análise apareceram vários agrotóxicos”. O distúrbio neurológico leva ao mau funcionamento dos nervos periféricos. Segundo o médico de Fabián, foi a contaminação por agrotóxicos foi o que levou Fabián a desenvolver a neuropatia tóxica. Fabián viveu durante mais de uma década com o distúrbio e, como consequência, sofreu problemas digestivos, dores nas articulações, mobilidade limitada e perda de massa muscular excessiva. Ciência E Política 2. Legislação Brasileira No Brasil, em 1989, foi criada a Lei 7. que tinha como objetivo: Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências.

A presente lei surgiu como uma forma de pautar condições mínimas para a segurança dos trabalhadores rurais que até então exerciam suas funções diárias no campo sem qualquer cobertura legal. A lei 7802 de 11 de julho de 1989, decretada e sancionada pelo então presidente José Sarney, em substituição ao regulamento de 1934, estabelece alguns pontos sobre os agrotóxicos: Art. Paulo, 2019). Segundo levantamento da Folha de S. Paulo, publicado em 19 de setembro de 2019, 30% dos agrotóxicos liberados em 2019 no Brasil são proibidos na União Europeia. De todos os 325 produtos que passaram a ser liberados no Brasil neste ano, 26 são barrados na Europa, 36 na Austrália, 30 na índia e 18 no Canadá. Isso levanta a questão de por quais motivos o Brasil tem insistentemente andado na contramão no que diz respeito ao cuidado com o uso de agrotóxicos e a subsequente preocupação com a saúde humana, animal e preservação do meio ambiente.

Bacias hidrográficas e o solo são receptores diretos do uso inadequado e descuidado de agroquímicos. O solo e a água são essenciais na produção de alimentos e promovem a sobrevivência da vida na Terra. A produção agrícola causou a introdução de uma grande variedade de substâncias sintéticas no meio ambiente (Steffen et al 2011). Conforme já publicado por Sabik et al (2000), é pequena a porcentagem de agrotóxico aplicado que atinge, de fato, seu alvo. Uma grande parcela acaba se depositando e acumulando no solo e em ambientes aquáticos, culminando em prejuízo a inúmeros seres vivos. Polinizadores são a chave para a biodiversidade mundial, promovendo um serviço ecológico para todos os níveis. Há claras evidências do declínio de indivíduos polinizadores, tanto os selvagens quanto os que vivem em cativeiro e isso traz um consequente declínio das plantas que dependem do serviço destes polinizadores (POTTS, 2010).

Acredita-se que o aparecimento das abelhas está diretamente relacionado com o surgimento das angiospermas (Imperatriz-Fonseca et al. O processo de polinização pode ser complicado, uma vez que alguns polinizadores são generalistas e outros são espécie-específicos. Ou seja, diferentes polinizadores visitam algumas plantas enquanto outras plantas estabeleceram uma relação de dependência de uma espécie específica de polinizador, recebendo esse serviço ecológico apenas por essa espécie (Freitas e Pereira, 2004). Alguns sinais determinam a desordem do colapso de colônias (DCC): queda no número de abelhas operárias em tempo reduzido, com enfraquecimento ou morte da colônia; abelhas operárias mortas dentro ou fora da colmeia de forma expressiva; invasão tardia por parte de predadores de colmeia; colônias vizinhas praticam cleptoparasitismo nas colônias afetadas (vanEngelsdorp et al.

Existem diversas particularidades que fazem com que as ações dos produtos agroquímicos sejam diferentes aos insetos polinizadores. Johansen & Mayer (1990) elaboraram um manual que indica diversos pontos a serem considerados no momento da aplicação de determinado produto para que nem os efeitos contra as pragas sejam aquém do esperado e nem os insetos que visitam os vegetais cultivados sejam prejudicados pelos agentes químicos aplicados. Um dos fatores que influencia muito nos níveis de toxicidade de um agrotóxico é a temperatura. O inseticida acefato, por exemplo, pode ser até dezoito vezes mais tóxico quando aplicado sob temperatura de 10ºC do que quando é a utilizado sob temperaturas entre 18 e 35ºC (Johansen & Mayer, 1990). FREITAS, IMPERATRIZ-FONSECA, 2005). Esses valores perdem a expressividade quando comparado com os custos que os Estados Unidos despendem com o aluguel de colônias de abelhas: US$ 14,6 bilhões de dólares foram gastos para promover a polinização por Apis mellifera (MORSE e CALDERONE, 2000).

a manutenção de área natural nas propriedades agrícolas é um seguro para a maior produção agrícola. Uma vez que estes dados dos serviços ambientais estão sendo divulgados e avaliados, será uma enorme perda para os proprietários rurais desmatarem mais as suas propriedades. Devemos mencionar aqui mais um fator de risco, as projeções de alterações climáticas severas para os próximos anos. A seleção das publicações foi realizada fazendo-se leitura detalhada do resumo e consequente a leitura do texto, a fim de verificar a relação com o tema proposto a este trabalho. As publicações foram procuradas partindo das seguintes palavras-chave: agrotóxicos, pesticidas, lei dos agrotóxicos, liberação de agrotóxicos no Brasil, polinizadores e agrotóxicos, colapso das abelhas, declínio de abelhas, desordem do colapso das colônias, efeito dos agrotóxicos em abelhas.

A construção e formatação desta revisão foram realizadas entre os meses de fevereiro a novembro de 2019. Resultados Os agrotóxicos proporcionaram uma expansão em grande escala na produção mundial de alimentos, garantindo a produção sem grandes perdas por infestações por pragas. No início, mesmo com seus efeitos ainda pouco conhecidos, muitos já tinham noção que esses produtos poderiam trazer prejuízos à saúde humana e ao meio ambiente. É também notável e inegável que, neste exato momento, ocorre um grande declínio de diversos insetos polinizadores e seus reflexos na biodiversidade e na economia são gigantes. O Brasil não só se tornou uma espécie de celeiro para o mundo sendo um dos maiores países agropecuaristas, mas também vem sendo um depósito de lixo tóxico: diversos produtos agroquímicos que vão sendo banidos em países da UE ou nos EUA encontram no Brasil uma porta aberta para colocar seus produtos no mercado e seguir lucrando.

Nesse momento entendemos que é impossível defender o meio ambiente e a ciência sem nos dirigir ao âmbito político. O Brasil está carente de governantes que entendam a importância da preservação de uma das maiores riquezas naturais do mundo: o país possui uma enorme biodiversidade, sua fauna e flora são admiradas em todo o mundo e cada dia que passa toda essa riqueza vem sendo negligenciada em detrimento de contratos e acordos que não beneficiam ninguém além de homens engravatados, ricos e brancos. O poder público precisa agir, as leis e as fiscalizações precisam ser muito mais rigorosas, as pesquisas e os investimentos em alternativas agroecológicas precisam ser prioridade, os defensores do meio ambiente precisam se sentir seguros e respeitados.

º levanta pontos de extrema importância quando se fala em reduzir ou extinguir o uso de agrotóxicos: estimular o uso de insumos naturais e bióticos, fortalecendo a agroecologia e promovendo diretamente maior qualidade e segurança alimentar desde o trabalhador rural até o consumidor final nas cidades. Também é de extrema relevância a preocupação em divulgar e orientar todos os envolvidos direta e indiretamente com a produção e consumo de alimentos tratados por agrotóxicos dos riscos e impactos destes ao meio ambiente e à saúde humana. Segundo o G1, o trabalhador empregado e subordinado que estejam cumprindo ordens de seu empregador não serão responsabilizados em caso de descumprimento da lei e que qualquer cidadão poderá denunciar a prática, segundo a prefeitura.

O dinheiro arrecadado com as multas serão destinados integralmente às pastas da saúde e do meio ambiente. A Lei N. Senado Federal. Projeto de Lei N. de 2002. PLS N. Disponível em: https://www.