A EFICÁCIA DA DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Dessa forma, os profissionais de outras áreas, principalmente os bacharéis, cogitam que ensinar é simplesmente “passar” para outras pessoas o que foi absorvido no campo empírico. Há muito tempo prevaleceu no âmbito do Ensino Superior a crença de que, para tornar-se um bom professor, bastaria ter boa comunicação e arraigados conhecimentos relacionados à matéria que se quer lecionar. A justificativa para essa afirmativa é que o corpo discente das universidades e faculdades, em sua maioria, é constituído por adultos, que, diferentemente do corpo discente do ensino básico, integrado por crianças e adolescentes, jamais necessitaria de auxilio pedagógico. Por essa razão, é que até recentemente não se verificava preocupação explicita das autoridades educacionais com a preparação dos professores para o Ensino Superior. Ou melhor, a preocupação existia, mas só com a preparação de pesquisadores, subtendendo que quanto melhor o pesquisador fosse mais competente professor seria.

P. Pereira, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem. ª ed. PIMENTA, Selma Garrido & ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2002. RIOS, Terezinha Azeredo. Compreender e ensinar: por uma docência da melhor qualidade. “Didática é ‘o estudo do processo de ensino-aprendizagem em sala de aula e de seus resultados’ e surge quando há intervenção dos adultos na atividade de aprendizagem dos jovens e crianças através de planejamento e pré-exame do ensino, que difere das intervenções feitas ao modo espontâneo de antes. Até o final do século XIX, a Didática era fundamentada quase exclusivamente nos conhecimentos filosóficos. Segundo GIL (2007) isso pode ser constatado não somente nas obras de Comenius, mas também nas de Jean Jacques Rousseau (1712-1778), Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), Johann Friedrich Herbart (1777-1841) e de outros pedagogos desse período.

Os trabalhos desses autores são bastante adiantados em relação às concepções psicológicas dominantes da época. A partir do final do século XIX, a Didática passou a buscar fundamentos também nas ciências, especialmente na Biologia e na Psicologia, graças às pesquisas experimentais. Nesse momento a Escola Nova passou a considerar o aluno como sujeito da aprendizagem. O professor ficaria incumbido de colocar o aluno em situações de mobilização global de suas atividades, possibilitando a manifestação de atividades verbais, escritas, plásticas, ou de qualquer outro tipo. O centro da atividade escolar não seria, no entanto, nem o educador nem a matéria, mas o aluno ativo e investigador. Ao professor caberia essencialmente incentivar, orientar e organizar as situações de aprendizagem, adequando-as às capacidades e as características individuais dos alunos.

No Brasil, os conceitos da Escola Nova foram conhecidos na década de 1920 e com muito prestígio após a Revolução de 1930, graças ao trabalho de educadores como Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho. A didática, nessa ótica, pode ser entendida como um conjunto de conhecimentos técnicos apresentados de forma global e não vinculados aos problemas que fazem parte dos sentidos e dos fins educacionais. As principais críticas a essa didática tem sido feitas por educadores vinculados ao seguimento conhecido como didática crítico-social dos conteúdos. Quem as defende acredita que é necessário, em primeiro lugar, definir um projeto de sociedade que complete a escola com função de transformação da realidade na qual se inseri.

A partir daí, vai em busca de uma proposta pedagógica que conduza o aluno de forma que, como cidadão, ele possa transformar a realidade existente. José Carlos Libâneo afirma num de seus textos que: Insistimos bastante na exigência didática de partir do nível de conhecimento já alcançado, da capacidade atual da assimilação de desenvolvimento mental do aluno. O debate em relação á didática é muito concentrado. Na verdade, essa disciplina nuca foi fechada em si mesma. É o que prova a própria necessidade de várias qualidades: didática renovada, psicológica, sociológica, filosófica, moderna, geral, especial etc. Essa polêmica, entretanto, não parece com tanto destaque em relação ao ensino universitário. Embora vários estudiosos da educação insistam na importância da aquisição de conhecimentos e habilidades pedagógicas pelos professores no mesmo nível de ensino, muito deles não reconhecem a importância da didática para sua formação.

os professores criam um certo sentimento de culpa se não são eles que estão ‘em ação’, isto é, ocupando espaço com a palavra em sala de aula”. REFERÊNCIAS BORDENAVE, J. D. P. Pereira, A. DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 2001. PIMENTA, Selma Garrido & ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Docência no ensino superior. Muitos professores ao se colocarem á frente da sala de aula, tendem a se ver como especialistas na disciplina que ministram a um grupo de alunos interessados em assistir suas aulas. As atividades desses professores que faz a reprodução dos processos pelos quais passaram ao longo da sua formação, concentram-se em suas qualidades e habilidades. Esses professores percebem-se como especialistas em determinada área do conhecimento e cuidam para que seu conteúdo seja conhecido pelos alunos.

Os alunos, por sua vez, recebem as informações, que é transmitida em coletividade, demonstrando ainda a receptividade e a assimilação correta por meio de tarefas ou provas individuais. Suas preocupações são expressas por meio de questões como: “Que programa devo seguir?”, “Que matéria devo dar?”, “Que critério devo utilizar para aprovar ou reprovar os alunos?”. Dentro dessa melhor atuação, costuma-se lembrar que o magistério é uma vocação, que a missão do professor é a de ensinar, que para isso é que ele se preparou e que, à medida que ele vai afunilando com especializações na matéria de seu domínio, ninguém melhor do que ele poderá contribuir para o aprendizado dos alunos. Há muitas críticas feitas contra aos procedimentos elaborados por professores que dão ênfase ao ensino.

Segundo FREIRE (2002, p. a narração de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, os transformam em “vasilhas”, em recipientes a serem “enchidos” pelo educador. Boa parte desses educadores aprendeu sua profissão como os antigos aprendiam: fazendo. Os professores das universidades jamais recebem uma preparação pedagógica específica e mesmo ao longo da sua vida profissional raramente tem a oportunidade de participar em cursos, seminários ou reuniões sobre métodos de ensino e avaliação da aprendizagem. A pedagogia fica, portanto, ao bel-prazer dos dons de cada educador. Ocorre que a grande maioria dos professores universitários ainda vê o ensino, principalmente como transmissão de conhecimento, através das aulas expositivas. Muitos estão, certamente, atentos às inovações pedagógicas, sobretudo no que se concerne à tecnologia material de ensino.

Embora essa controvérsia persista, fica mais fácil constatar que a maneira de ensinar torna-se muito mais eficaz quando os alunos de fato participam. As aulas tornam-se muito mais ativas e atraentes quando são entrecortadas com perguntas feitas aos alunos. Os alunos passam a enxergar outros rumos diferentes, conforme vão respondendo e se interagindo. As respostas fomentam novas informações adicionais que, por sua vez, suscitam outras perguntas, e consequentemente, outra resposta, obtendo uma retroalimentação positiva. É assim que as aulas passam geralmente a requerer uma breve revisão, que é feita in loco com a participação dos alunos. O ensino é caracterizado pelo verbalismo do professor e pela memorização do aluno. Sua didática pode ser resumida em “dar a lição” e “tomar a lição”, e a avaliação consiste fundamentalmente em verificar a exatidão da reprodução do conteúdo comunicado em aula.

Para a abordagem comportamentalista ou behavioristas, o conhecimento é resultado direto da experiência. A escola é reconhecida como a agência que educa formalmente e os modelos educativos são desenvolvidos com base na análise dos processos, por meio dos quais os comportamentos são modelados e reforçados. O professor é visto como um planejador e educacional que transite conteúdos que tem como objetivo o desenvolvimento de competências. O Cognitivismo considera o indivíduo como um sistema aberto, que passa por estruturações sucessivas, em busca de um estágio final nunca alcançado completamente. Assim, a escola deveria proporcionar aos estudantes oportunidades de investigação individual que lhe possibilitasse aprender por si próprio. O ensino compatível com essa abordagem deveria fundamentar-se no ensáio-e-erro, na pesquisa e na solução de problemas por parte dos estudantes e não na aprendizagem de definições, nomenclaturas e fórmulas.

A estratégia geral do processo seria a de ajudar ao estudante no desenvolvimento de um pensamento autônomo, crítico e criativo. Não seriam privilegiadas ações finalistas, mas mediadoras do processo de aprendizagem. Nessa abordagem, o conhecimento deve ser entendido como uma transformação contínua e não transmissão de conteúdos programados. REFERÊNCIAS BORDENAVE, J. D. P. Pereira, A. DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 2001. PIMENTA, Selma Garrido & ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Docência no ensino superior. Se não for responsável para tanto não será apto eticamente e nem digno de sua profissão de professor. A preparação dos educadores para o ensino básico é oferecida em qualquer curso de disciplinas de cunho pedagógico.

A palavra pedagogia refere-se somente à condução de crianças; cursos dessa natureza não seriam adequados para a preparação de professores universitários, cujos alunos, embora nem sempre sejam adultos, estão mais próximos dessa etapa da vida do que da infância. Por essa razão é que a partir do último quartel do século XX, graças ao aparecimento do livro the modern practice of adult education de Malcom Knowles (1970), começou a popularizar-se o termo andragogia para referir-se à arte e a ciência de orientar adultos a aprender. A Andragogia fundamenta-se nos seguintes princípios: Conceito de aprendente. Os conhecimentos dos professores e os recursos institucionais, como os livros e as projeções, são fontes que por si só não garantem o interesse pela aprendizagem.

Devem ser vistos como opções que são colocadas à disposição para livre escolha do aprendiz. • Prontidão para o aprendizado. O adulto tem uma orientação mais pragmática do que a da criança. O adulto está pronto para aprender o que decide aprender. As variáveis relacionadas aos professores referem-se principalmente aos conhecimentos relativos à matéria a suas habilidades pedagógicas, a sua motivação e sua percepção a cerca da educação. As variáveis relacionadas ao curso, por fim, referem-se aos objetivos propostos e aos métodos utilizados para melhor alcançá-los. REFERÊNCIAS BORDENAVE, J. D. P. São Paulo-Papirus, 1999. DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 2001. PIMENTA, Selma Garrido & ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Os estudantes com um bom talento para ciências exatas têm fácil capacidade de aprendizado no que diz respeito aos conteúdos das disciplinas de um curso de engenharia e matemática.

Esse aprendizado, entretanto, será muito difícil para os alunos com talento e aptidão verbal. Para um educador humanista, segundo GIL (2007, p. que luta para vencer as desigualdades sociais e para promover o desenvolvimento dos educandos, é muito difícil observar a importância das diferenças individuais no desempenho acadêmico. Nestes termos, a sua atuação sempre estará voltada, constantemente, para situações relativas. Alunos que planejam seus estudos para alcançar seus objetivos fazem anotações das aulas, adotam técnicas de leitura e revisam constantemente a matéria, ainda costumam ser os melhores em sala de aula. E é interessante considerar que de todas as variáveis relacionadas à aprendizagem, estas são as que mais facilmente podem ser manipuladas pelos alunos com vista ao sucesso. Por essa razão, é que se propõem aos professores não só apenas que ensinem a matéria, mas também que ensinem seus alunos a aprender.

As habilidades, motivações e hábitos de alunos em relação aos estudos, não são, suficientemente, os sucessos da melhor aprendizagem. Cabe, portanto, considerar o papel do professor nesse processo. Muitos professores também conseguem, por meio da intuição e experiência, obter altos níveis de capacitação pedagógica. Outros, no entanto, tendem a permanecer carentes de habilidades pedagógicas ao longo de toda sua vida acadêmica. O aprendizado dos alunos também tema haver com a motivação do professor. Quando o professor está motivado para ensinar e demonstrar seu entusiasmo com a matéria, cria-se um clima muito mais favorável para a aprendizagem. E convém considerar que essa motivação depende muito menos do salário e das condições de ensino do que do quão responsável o professor se sente pelo aprendizado dos alunos e quão realizadora e desafiadora é a sua missão.

O construtivismo na sala de aula. São Paulo, Ática- 1999, 221p DEMO, P. Educação e desenvolvimento: mito e realidade de uma relação possível e fantasiosa. São Paulo-Papirus, 1999. DELORS, Jacques. Petrópolis: Vozes, 2002.

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