Distanásia: Um ensaio analítico sobre a vida e a sobrevida na visão junguiana

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão de crédito

Documento 1

Desse modo, quando mais tecnologia disponível o profissional possui para tratar do paciente, mais sofisticado – e muitas vezes mais doloroso para o paciente – é o processo da distanásia (Pessini L. Além da falta de conhecimento do conceito da distanásia, ainda hoje a perda de um paciente é vista por muitos participantes da sociedade médica como um fracasso profissional, pois a morte do paciente demonstra a incapacidade do médico em relação a seu embate contra a morte, levando o médico a insistentes tentativas de manter o paciente vivo. Pessini L. Além do mais, tanto uma boa parcela dos profissionais de saúde brasileiros quanto grande parte da sociedade ver uma postura tida como “mais humana” frente a falta de perspectiva curativa e de melhora do paciente, diminuindo os procedimentos terapêuticos com foco em aumentar o bem estar do paciente, como omissão de socorro (Pessini L.

que é vedado como crime pelo art. Temos tanto medo da morte, que nos tornamos incapazes de até mesmo ajudar os indivíduos que a beiram, pelo simples fato da morte do outro nos lembrar do nosso próprio fim (Elias, 2001). Estamos realmente convencidos de que a morte é nada mais que o corte de uma vida. Esse pensamento é tão intrínseco em nossa sociedade que nem ao menos nos ocorre conceber a morte como o objetivo da própria vida, como a consumação de uma história (Jung, 2000). O medo da morte é tão presente na sociedade, que ultrapassa a morte plenamente física e passa a remeter um confronto direto com o próprio Self (Kovács, 1992). A vida é um processo que descende de uma energia, sendo assim, a morte está entrelaçada a ela como uma fase do ciclo vital, assim como a juventude e o envelhecimento.

O hospital torna-se a morada do indivíduo doente, e a família se mantem mais afastada, trazendo assim o ocultamento da realidade latente da morte, permitindo a manutenção da ideia mitologizada da imortalidade (Kovács, 1992; Elias, 2001), e a trindade cristã sai de cena e da espaço farmacológica que possui intrínseca a si o poder da libertação de todo mal (Pessini L. e leva a nossa persona a uma adequação dos padrões impostos pela cultura social vigente (Jung, 2000). Conclusão A morte em Jung é tratada como parte do ciclo vital do ser humano e não deve ser tida como inimigo, mas como um processo de ordem natural (Jung, 2000). A partir disso, entende-se que a psicologia analítica traz uma visão de vida que se equipara aos debates trazidos pelos defensores dos cuidados paliativos, que tem como objetivo tonar o processo de morte o mais agradável possível, tanto para o paciente quanto para a família (Pessini L.

Sendo assim, podemos supor que, segundo a visão da psicologia analítica, a distanásia seria um embate contra a consumação natural da própria vida, impulsionado pelo medo irreverente da morte e a necessidade inerente a persona de se adequar a padrões sociais, que por sua vez foram construídos de modo histórico no inconsciente coletivo da sociedade. Brasília, Distrito Federal, Brasil. ELIAS, Norbert (2001). A solidão dos moribundos, seguido de envelhecer e morrer. Rio de Janeiro, Jorge Zahar. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO (1999) Lei nº 10. Revista Bioética, 51-72 PESSINI, Leocir (2007) Distanásia: até quando prolongar a vida? (2ª ed. São Paulo, Loyola. REPÚBLICA FEDERATIVA BRASILEIRA (2017) Decreto Lei nº 2. de 7 de dezembro de 1940 Art. Código Penal.

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