"Coraline", uma Análise Kleiniana

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Área de estudo:Gestão de crédito

Documento 1

Para que se defina as teorias Kleinianas, deve-se levar em consideração seus três pilares. Em primeiro lugar, coloca-se em evidência a existência de um mundo interno, o qual é constituído a partir das denominadas “percepções do mundo externo”, recebendo “vida” em consequência dos anseios do mundo interno. Em consequência, os objetos, pessas e situações recebem a devida atenção. O seio materno é o primeiro objeto que a criança entra em contato, causando a sua primeira relação com o mundo externo, matém sua percepção como “bom”, enquanto este exerce a função de amamentar, assim, tem-se a expressão “seio bom”, seu oposto, ou seja o “seio mau”, vem de quando este não estar presente quando a criança deseja, frustrando-a.

Segundamente, a teoria consta que os bebês possuem dois sentimentos ao virem ao mundo: amor e ódio, fazendo-se um paralelo ao primeiro pilar, a criança demonstra sensações precisas, ou seja, ou ama, ou odeia. Esse processo de fragmentação é a cisão, onde o mundo interno encontra-se confuso, preenchido por objetos introjetados, ordenados. O seio bom é separado do mau, criando a percepção do mundo bom e o mundo mau. O bebê vai sugar e destruir o seio. Na sua fantasia, o seio mau é destruído, e o seio bom permanece inteiro. Esse seio bom interno é responsável pela construção do ego, e contrabalança os processos de cisão e dispersão. O enredo começa de fato após a garota ganhar uma boneca indêntica a si e, logo após, emcontrar uma portinhola a qual lhe dará a possiblidade de viver todos os seus desejos, em uma realidade pararela.

Com “outra mãe”e “outro pai” tudo será sobre si mesma. Todavia, a garota viverá experiências que comprovarão que seus desejos podem não ser o melhor para si. Objetivos O objetivo desse trabalho é fazer uma análise psicológica do filme “Coraline e o Mundo Secreto”, bem como identificar os conceitos de Melanie Klein e Sigmound Freud e relacioná-los à análise. ANÁLISE DO FILME: “CORALINE E O MUNDO SECRETO” O primeiro ponto a ser levado em consideração é a melancólica depressão inicial do cenário, demarcado por cores desbotadas, mórbidas e “esfumaçadas”. Que legal!” (Fragmento do Filme “Coraline e o Mundo Secreto”) Seu pai exibe a mesma displicência em relação à filha, todavia é completamente submisso à esposa, referindo-se à mesma como “chefe”, demonstrando uma inversão de papéis, outro fator que fortifica essa afirmação é o fato de que ele é o responsável por cozinhar (papel, geralmente, atribuído a mãe).

A submissão do pai e a inversão dos paéis são fatores recorrentes nos apontamentos críticos de Coraline à mae, e contribuem para que a menina não exiba a real idealização da figura materna. Consequentemente, a idealização da figura paterna também é afetada. Em determinado momento, a fim de livrar-se da menina, o pai lhe designa a tarefa de buscar e registrar todas as coisas azuis da casa, atividade entediante para a garota. Nesse sentido, é interessante comentar a respeito da cor azul, a qual tem sua relação maioritária com a tristeza, ausência de vivacidade e melancolia – assim como todo cenário – está presente em grande parcela do filme e compõe o visual de Coraline, seus cabelos são azuis. KLEIN, 1932) A fragmentação de sua relação com a mãe transforma-a em uma “figua frustradora”, danificando seu ego, tornando-o sucestível à vulnerabilidade, devido ao fato que também pode fragmentar-se, buscando constantemente atenção, como uma maneira de “juntar-se”.

Ao sair à procura de um antigo poço escondido, utilizando-se, sem saber, de um galho de sumagre venenosa, como varinha de rabdomante, a protagonista exibe a sua inconsciente necessidade de obter a satisfação de seus desejos, visto que a mesma não possuía nenhum motivo concreto para procura-lo. Todavia, é nesse contexto que Coraline encontra Whyborn Lovat – Whybie – o qual é neto da dona do Palácio e aparece exclusivamente para algumas conversas com a menina, mas esse personagem não existe na obra literária. Ao conhece-la o garoto questiona:”Qual seu Carma?”, ao tencionar obter o nome da garota como resposta, a mesma corresponde porém afirma que seu nome não é um carma, e sim, Coraline. Mas ao olhar por outra perspectiva, o se nome é um carma, se determinarmos seu nome como consequência de seu nascimento, adicionalmente ao fato de ninguém o pronunciar da maneira correta, o que a frustra até determinado momento.

É interessate lembrar que ainda segundo KLEIN (1848), as fantasias sádicas relativas ao interior do corpo da mãe constituem uma relação fundamental da criança com o mundo exterior e a realidade. Sendo assim, os resultados da exteriorização dos impulsos sádicos de Coraline, aliados à interiorização de objetos, auxiliam sua aceitação à realidade. Ao passar pela segunda porta, a menina tem todos os seus desejos realizados pela “Outra Mãe (Bela Dama)” e seu “Outro Pai”, ao contrário de sua realidade, nesta a outra mãe lhe recebe com suas comidas favoritas, seu outro pai é músico e a recebe com uma composição exclusiva para a garota, todavia os olhos de todos são botões. Em suma, e citando as teorias freudianas, uma concretização de um possível complexo de Édipo-Narcisista Primário.

O cenário também muda, árvores secas dão lugar a um exuberante e colorido jardim, o qual “desabrocha”(ou excita) conforme a garota passa pelas plantas e flores, as quais fazem cócegas e exibem um formato cilíndrico. Todas com olhos-botões. A necessidade de possuir/destruir a menina da outra mãe indica vestígios de dissociação, negação, idealização e a asnsiedade do self. Para saciar seu desejo de Coraline, a Bela Dama aprisiona os pais reais da garota em um globo de neve, e através da ajuda do Gato, a menina tem os caminhos para salvá-los, utilizando-se de uma troca ambivalente, a qual soa como um desafio tentador à “outra mãe”. Fator que demonstra a culpa instigando a reparação. Ao salvá-los Coraline ainda joga a chave da portinhola, que antes era sinal de um mundo perfeito, no poço sem fundo, a qual perde-se em imensidão.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KLEIN, M. Psicanálise da Criança (1948), Tradução: Pola Civelli – 3ª edição – São Paulo: Mestre Jou. Cap. pág. KLEIN, M. Rio de Janeiro: Imago, 1948. RABINOVICH, E. P. TAVAGLINE, D. COSER, A. Hum. São Paulo, III (2): 119-137, 1993. FREUD, S. A Interpretação dos Sonhos. In: Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. M. Outras Escolas Psicodinâmicas – Melanie Klein. Londrina, PR. Psiquiatria Geral, 2003 [acesso em 07 de setembro de 2019]. Disponível em: <http://www.

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