RESENHA CRÍTICA DA OBRA O CORTIÇO, RELACIONANDO COM A REALIDADE DO RIO DE JANEIRO

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Religião

Documento 1

A realidade do espaço onde se passa a obra O Cortiço é justamente um modelo do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. Esses cortiços se espalharam por toda a cidade do Rio de Janeiro devido diversos fatores sociais, como nos conta Sidney Chalhoub. “A proliferação dos cortiços na cidade do Rio se deu a partir das décadas de 1850 e 1860, e esteve ligada ao aumento do fluxo de imigrantes portugueses e ao crescimento do numero de alforrias obtidas pelos escravos. Tornava-se cada vez mais comum que os cativos conseguissem autorização de seus senhores para que vivessem “sobre si”, como se dizia na época. ”1 Percebemos que o inchaço da zona urbana e a própria população numa perspectiva de vida que predominava a vivencia alcançada com um caráter de sobrevivência regia o estilo de vida de boa parte da população do Rio de Janeiro, o trabalho duro e diário era a única forma de prover o sustento, essas estalagens tinham tudo isso, uma moradia extremamente barata, empregos de diversos tipos, como nos conta Aluízio de Azevedo, nas extremidades do cortiço, tinha uma pedreira as lavadeiras de outro lado, e o principal pequenos comércios que serviam para abastecer todo o povo que morava nesses locais.

O momento dos cortiços era de transformações profundas promovidas pelo o Estado a fim de colocar um novo olhar sobre a sociedade. “Desenvolvendo uma nova moral da vida e do corpo, a medicina contornou as vicissitudes da lei, classificando as condutas lesa-Estado como antinaturais e anormais. Todo o trabalho de persuasão higiênica desenvolvido no séc. XIX vai ser montado sobre a ideia de que a saúde e a prosperidade da família dependem de sua sujeição ao Estado. ”5 Fato curioso aqui é justamente a não chegada efetiva do Estado em auxilio a essas pessoas, se entende que por mais que o governo quisesse modificar a forma de pensar criando regras e padrões de vivencia, a intenção nunca foi em dar qualquer tipo de assistência aos personagens que viviam nessas estalagens, relativizando com a leitura da obra, observamos em alguns momentos, dessa rejeição total do Estado como uma reciprocidade dos moradores do cortiço, quando se negavam a aceitar a polícia no seu ambiente, a não aceitação de uma das instituições de maior poder do Estado no caso a polícia, é prova de que o cortiço não viva na mesma realidade do Estado vigente, com isso a perseguição a esse tipo de estalagem foi total nesse momento, “Os cortiços são vistos tanto como um problema para o controle social dos pobres quanto como uma ameaça para as condições higiênicas da cidade.

CHALHOUB, Sidney. Cidade Febril: cortiços e epidemias na Corte imperial. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

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