O processo de desenvolvimento infantil e a importância do brincar

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

São vários os estudos que apontam a importância da brincadeira, e consequentemente dos brinquedos, no desenvolvimento cognitivo infantil. Segundo Kishimito (2006), ao utilizar brinquedos, as crianças são estimuladas a desenvolver, por exemplo, mecanismos como a representação, isto é, por meio de objetos e imagens expressão outros aspectos da realidade. Especialmente quando o brinquedo se trata de evocações de elementos do cotidiano, a criança é posta numa situação em que desde cedo pode manipular itens de uma outra realidade. Em seu “universo particular”, o público infantil elabora um mundo próprio, utilizando dos mais diversos recursos, que em grande parte das situações são representações de experiências da vida adulta. Brincadeiras que simulam o ambiente escolar, doméstico, comercial, e assim por diante, fizeram parte da infância de boa parte dos indivíduos.

O PROCESSO COGNITIVO SEGUNDO LEV VYGOTSKY São variadas as teorias que envolvem os processos de desenvolvimento e aprendizagem. No rol de principais pesquisadores encontramos os psicólogos Lev Vygotsky (1896 – 1937) e Jean Piaget (1896 – 1980). Piaget conquistou notoriedade por meio de seus estudos e experimentos. Uma das bases de seus estudos defendia a interação entre indivíduo e meio, onde são construídos os conhecimentos. Segundo Piaget, a relação da criança com o meio externo é participativa e ativa. Vygotsky defendia que “a verdadeira trajetória de desenvolvimento do pensamento não vai no sentido do pensamento individual para o socializado, mas do pensamento socializado para o individual” (1989, p. Ainda nas palavras do estudioso, o “aprendizado adequadamente organizado desperta vários processos internos de desenvolvimento, que são capazes de operar somente quando a criança interage com pessoas em seu ambiente e quando em cooperação com seus companheiros” (1989, p.

Esta perspectiva baseia-se, desta forma, na internalização. O conhecimento é absorvido, oriundo de um contexto cultural. A linguagem também é lida, sob os conceitos elaborados por Vygotsky, como uma espécie de ferramenta de mediação. Todas as ações mentais superiores se originam como relações reais entre pessoas. VYGOTSKY, 1978, p. Podemos definir o processo de aprendizagem, de maneira geral, como as diferentes formas com que os humanos adquirirem novos conhecimentos, por uma série de ações integradas que provocam uma transformação na estrutura mental. Esse processo inicial de aprendizado interfere diretamente nas demais fases da criança. Normalmente elas tornam-se evidentes com o ingresso no cotidiano escolar, interferindo no rendimento. É através do meio cultural que os comportamentos são moldados e transformados ao longo do desenvolvimento do indivíduo.

Segundo Vygotsky, os 2 anos de idade são um marco para a criança. É esse momento que elas começam a deixar os mecanismos naturais que regem o comportamento, e passam a substitui-los pelas influências sociais. Com isso, apesar de serem denominadas como “características individuais”, o indivíduo está impregnado pelas trocas com o coletivo. Com isso, segundo Vygotsky, até mesmo as características mais específicas são fruto das relações sociais. Como vimos no item anterior, os principais temas abordados por Lev Vygotsky referem-se ao desenvolvimento humano, o aprendizado e as relações entre desenvolvimento e aprendizado. Considerando sua preocupação com estes assuntos, um dos temas que serão discutidos ao decorrer de sua carreira, que possui plena relação com a infância e o desenvolvimento da criança, é o papel do brinquedo.

Para uma melhor compreensão das ações que levam ao desenvolvimento infantil, um primeiro passo é observar quais são as suas necessidades e como elas vão se modificando em cada momento. Ao tratar especificamente do brinquedo, a criança satisfaz certas necessidades neste objeto. Logo, uma vez que as necessidades das crianças se modificam, é importante que os pais e responsáveis tenham ciência, para observa-las, e com isso compreendam a singularidade do brinquedo como uma forma de atividade (ROLIM et al, 2008). Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento. VIGOTSKI, 1998, p. Também se pode considerar que o brinquedo busca diminuir as tensões infantis geradas pela não realização de suas vontades.

Deste modo, a criança passa a desenvolver um mundo imaginário, em que seus anseios são concretizados quando quiserem. Esse mundo paralelo é o que conhecemos como brincar. Sobre este processo, Vygotsky afirma que: A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se a regras e, por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia à ação impulsiva constitui o caminho para o prazer do brinquedo.

VYGOTSKY, 1998, p. Com isso, concluímos que Vygotsky concebe o brinquedo é um mecanismo em que a criança constrói novas relações entre o significado e a percepção visual (RIBEIRO, SILVA, CARNEIRO. O educador deve oferecer um espaço onde a brincadeira esteja integrada a todas as atividades. É essencial que o ambiente seja elaborado de maneira favorável à aprendizagem escolar, estimulando a alegria, prazer, movimento e interação. Muitas creches usam o espaço externo somente para recreação, recepção, no entanto espaços organizados periodicamente trazem interação e autonomia para os pequenos. Aprendizado, desenvolvimento, o brincar e a mediação são elementos que devem trabalhar em conjunto quando direcionados ao público infantil. Buscamos mostrar que as atividades lúdicas estão estreitamente ligadas as funções psíquicas superiores.

Disponível em: http://efartigos. atspace. org/efescolar/artigo39. html. Acesso em: 03 set 2012 BOCK, A. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. ed. São Paulo: Cortez, 2001. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O brincar e suas teorias. RABELLO, E. T. e PASSOS, J. S. Vygotsky e o desenvolvimento humano. F. CARNEIRO, L. V. Vygotsky e o desenvolvimento infantil - Capítulo 23 in: NEVES, A. F. n. p. jul. dez. VYGOTSKY, L. São Paulo: Ícone, 1978, p. SANTOS, S. M. P. Brinquedo e Infância: um guia para pais e educadores em creches. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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