A PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO MÉDIO

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Posteriormente será discutida, a produção de texto no ensino médio, fazendo algumas reflexões, especificamente sobre a argumentação e a subjetividade nas produções textuais dos alunos e, finalmente serão feitas algumas considerações sobre a importância da leitura para a formação de produtor de textos eficiente. Palavras-chave: Produção; Texto; Ensino. INTRODUÇÃO A produção textual é uma temática bastante discutida pelos pesquisadores, caracterizando-se como uma área de ensino que revela muitos problemas, discussões e ansiedades dos profissionais da língua materna. Várias pesquisas já trataram do desempenho de alunos, focalizando os principais problemas de produção de textos. Cada uma dessas pesquisas, parte da análise de aspectos diversos das produções textuais dos estudantes, e dos vestibulandos em particular, fornecendo auxílio para que outros trabalhos aprofundem as pesquisas nessa área.

Um dos objetivos de ensino da língua materna é o de que o aluno saiba interpretar e produzir textos com competência ao sair do ensino fundamental e, principalmente do ensino médio. Porém, é inegável que são muitos os problemas para serem discutidos sobre a produção textual, especialmente no ensino médio. A avaliação da prática de produção textual dos alunos do ensino fundamental e, especialmente, do ensino médio apresenta-se, na área educacional como um tema polêmico e repleto de dúvidas e conflitos, principalmente se considerarmos as pesquisas que mostram que os alunos têm concluído o ensino médio com muitas dificuldades em relação à produção textual. Sobre essas dificuldades, pesquisas vêm mostrando que o problema já é antigo e está relacionado com a forma como se tem concebido a linguagem e o texto.

A questão fundamental para o ensino da língua materna é a maneira como o professor concebe a linguagem, pois a toda metodologia utilizada pressupõe uma concepção, uma postura teórica que orienta toda prática pedagógica. Por isso, na maioria das vezes, ao escrever o texto o aluno procura agradá-lo com palavras “bonitas” e frases feitas para, deste modo, atender as suas expectativas. Nessa perspectiva, ao professor cabe apenas o papel de corrigir o texto, assinalar os “erros” e depois devolvê-lo ao aluno, no entanto sem apontar soluções para esses “erros”. O aluno não tem a oportunidade de discutir e/ou refazer o texto. Suassuna (2004) ao abordar está perspectiva afirma que: As observações do professor incidem sobre uma única versão do texto, que não será reescrita pelos alunos, e sim ‘avaliada’, ‘corrigida’, ou ‘passada-a-limpo’.

Deriva daí um apagamento da heterogeneidade e da singularidade das práticas de textualização: estabelecem-se, entre sujeito e texto, relações lineares, higiênicas e objetivas (p. Ao aluno cabe moldar essas mensagens, dentro das exigências gramaticais e de uma determinada estrutura, pois, nessa concepção, o ensino de produção textual limita-se ao tradicional esquema das estruturas textuais: narração, descrição e dissertação. Cada um desses tipos mantém suas particularidades e características: - Na narração, o aluno deve contar um fato, criar uma história fazendo a apresentação do tempo, local e personagens, o desenvolvimento do enredo e conclusão. A descrição é um tipo de texto em que o aluno deve descrever por escrito de maneira fiel um lugar, uma pessoa, um animal, um objeto ou até mesmo sentimentos e emoções, segundo a sua percepção individual e destacando com exatidão e precisão vocabular todos os detalhes observados.

A dissertação é um tipo de texto em que o aluno expõe posicionamentos pessoais, suas idéias. Tem por base a argumentação, apresentada de forma lógica e coerente a fim de defender um ponto de vista. Portanto, é importante que o professor leve para a sala de aula uma diversidade de textos para que o aluno possa perceber as diferentes opiniões que diferentes textos podem proporcionar. Após a leitura, a discussão dos textos lidos também é de fundamental importância para que o aluno amplie seu nível de compreensão do assunto tratado. É preciso também que os alunos ativem seus conhecimentos prévios para só então passar efetivamente para a escrita do texto. As propostas de produção não devem ser vazias de significado, pelo contrário, é necessário que o professor permita ao aluno que se constitua como sujeito de suas produções, de seus discursos, e que realmente produza seus textos dentro de uma situação real de comunicação, adequados as suas necessidades sociais.

Assim, torna-se fundamental que o professor realize um trabalho que contemple os diferentes gêneros textuais, sem se prender somente as clássicas tipologias textuais, uma vez que estes gêneros se fazem presentes no meio social e cultural do aluno. Assim, é tarefa do professor criar propostas que mostrem ao aluno que seu texto tem uma função social. Para Geraldi (1997, p. outra condição indispensável para produção escrita é que se tenha um “para quem dizer”, isto é, cada texto pressupõe um interlocutor. Nesse sentido, cabe ao aluno, na hora de produzir o seu texto, ter em mente quem serão seus possíveis leitores, pois é em função deles é que se deve selecionar os recursos linguísticos, a serem utilizados. É importante que os alunos não escrevam somente para o professor para fins de correção e/ou ganho de nota.

Muitos trabalhos, que enfocam este problema, vêm sendo realizados. No entanto, para os professores, principalmente os de Língua Portuguesa, fazer com que os alunos escrevam com entusiasmo, procurando aperfeiçoar-se a cada dia, é uma prática que não acontece na maioria das escolas do país. Esta dificuldade implica grandes anseios, pois a necessidade de uma boa produção de texto não diz respeito somente à disciplina de Língua Portuguesa, mas envolve todas as demais disciplinas do currículo escolar. Sendo assim, a realidade do problema inclui uma transformação que não pode ser apenas uma opção teórica, mas que deverá sensibilizar todos os professores, fazendo com que a luta seja intensa ao dar aos estudantes condições para que possam construir seus próprios discursos.

É importante ressaltar que tal trabalho será realizado não para descobrir inocentes e culpados, mas que se possa solucionar problemas que trazem frustrações de todos os ângulos. Sendo assim, como o texto de caráter dissertativo é o que predomina nos exames, as demais tipologias textuais, incluindo vários gêneros ficam em segundo plano ou, muitas vezes, nem são trabalhados, não havendo, portanto, uma diversidade textual. A restrição ao tipo dissertativo traz sérios problemas para o ensino da produção textual, principalmente no terceiro ano do ensino médio. O aluno que busca alcançar boa nota, tanto no ENEM quanto nos vestibulares, centra-se a “treinar” somente o texto dissertativo. Os concursos vestibulares e, agora o ENEM, são os formadores de opinião e repercutem diretamente no trabalho pedagógico dos professores de Língua Portuguesa, norteando no que diz respeito ao ensino da produção textual.

Não há, em geral, para o professor de ensino médio a possibilidade de opção pelo campo de trabalho. Diante disso, acredita-se que é necessária uma mudança de postura do professor em relação ao ensino da produção textual. O professor deve não apenas visar à aprovação e boas notas nos exames, mas proporcionar aos alunos uma educação linguística eficiente. Para tal, o professor precisa dispor de tempo para estudo e reflexão, precisa inserir-se em projetos de pesquisas, participar de cursos formação continuada e estar a par das concepções e novas discussões na área da linguagem. A produção de textos em sala de aula deve acontecer da maneira como o aluno se coloca em um momento significativo da sua vida, uma vez que é sobre a sua realidade que ele vai escrever, de modo natural e espontâneo, que implica e depende das condições e atitudes despertadas na classe pelo professor.

Produções espontâneas, sem maiores atenções à grafia, acreditando na capacidade criadora do aluno, em sua auto-correção, são estímulos e desafios sentidos por eles em seu trabalho, motivando-o a escrever, são formas de valorizar as atividades dos alunos. Outro fator complicante é o fato de que muitos professores apelam somente para o ensino de técnicas de organização de texto, deixando de promover atividades que levem o aluno a refletir e desenvolver um posicionamento crítico sobre os temas solicitados. Limitam-se, muitas vezes, a passar para os alunos uma estrutura que deve ser seguida fielmente: introdução, desenvolvimento e conclusão. Algumas vezes, é até determinada a quantidade de linhas e parágrafos para cada parte da estrutura, è importante ressaltar que seguir a estrutura é importante, no entanto, julga-se mais importante do que isso, saber argumentar com competência, ou seja, defendendo, de forma convincente, o seu ponto de vista.

Porém, a escola não oferece ao aluno a oportunidade de desenvolver as suas capacidades argumentativas de refletir sobre as várias estratégias de persuasão, sobre as marcas linguísticas que garantem a sua adequação às diversas situações comunicativas. Sendo assim, pode-se dizer que é fundamental uma mudança de postura por parte da escola em relação ao ensino da produção de textos dissertativos. Ainda assim, a construção subjetiva deixa traços. Apesar do controle e da subordinação aparente, é possível detectar estratégias subjetivas que se sobrepõem ao apagamento. Além disso, o aluno precisa produzir seu texto de forma imparcial, neutra, quase como se não estivesse ali, como se não existisse. Ele precisa defender seu posicionamento, mas de forma impessoal e com total objetividade.

Sendo assim, o aluno não é visto como um ser dono do seu próprio discurso, já que deve apenas escrever de forma imparcial evitando marcas que revelem a sua presença. Essa situação pode mudar se o professor utilizar-se dos pressupostos teóricos da concepção interacionista de linguagem segundo a qual os sujeitos são vistos como atores do seu próprio discurso. O texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação e os interlocutores, como sujeitos ativos que nele se constroem e são construídos. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA O ato da produção escrita está intimamente ligado ao ato da leitura. Embora este trabalho esteja direcionado para a prática da produção escrita, não seria possível desvenciliá-la do ato de ler, pois este, segundo Bamberger (1995, p.

“é um processo mental de vários níveis que muito contribui para o desenvolvimento do intelecto, é um processo que coloca em funcionamento um número infinito de células cerebrais” Acredita-se que a prática da leitura seja o principal fator para que os alunos, sejam do ensino fundamental ou do ensino médio, possam ser capazes de produzir textos de qualidade. Sendo assim, a leitura implica não somente uma boa linguagem e uma habilidade maior na produção escrita como também proporciona um melhor desempenho em qualquer situação e, especificamente, para o estudante em todas as outras áreas do conhecimento. A produção de textos, grande preocupação dos vestibulandos e para muitos professores, deve ser trabalhada no sentido de que o seguimento da sequência: introdução, desenvolvimento e conclusão, não garantem um bom texto.

A prática da leitura pode levar o aluno a conhecer os mecanismos que lhe ajudará a administrar melhor sua produção, e irá dessa maneira, ampliar sua visão de mundo, enriquecer seu vocabulário, desenvolver a criatividade e, consequentemente, melhorar sua produção textual, reconhecer os elos coesivos e a coerência textual. Entendemos que através do hábito e do gosto pela leitura o aluno se apropriará de uma bagagem de conhecimento fundamental para ampliar seus horizontes, o que poderá contribuir para que tenha produtores de textos com mais conteúdo e senso crítico. A leitura aumenta o conhecimento, o senso crítico, analítico e de julgamento, e por isso, ler e escrever devem ser atividades essenciais na escola. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho teve por objetivo fazer algumas reflexões acerca da produção textual, especificamente no ensino médio.

Os resultados obtidos nesta pesquisa permitem-nos concordar com outros estudos que apontam problemas no ensino-aprendizagem da produção de textos, de modo geral. O aluno, ao produzir um texto, sabe que é uma atividade meramente pedagógica com o intuito de encontrar os erros gramaticais e atribuir ao aluno uma nota, prática utilizada para obrigar os alunos a escreverem. A motivação para escrever em sala de aula é reduzida pelo sentimento de responsabilidade que o aluno tem sobre as tarefas escolares. Dessa forma, foi possível constatar que os alunos produzem seus textos procurando cumprir uma exigência escolar. REFERÊNCIAS BAMBERGER, R. Como incentivar o hábito da leitura. São Paulo: Ática, 1995. BERTONCELLO, L. E. cesumar. br/pesquisa/periodicos. Acessível em 13/06/2019. BONINI, A. Metodologias de ensino de produção textual: a perspectiva da enunciação e o papel da Psicolinguística.

FARACO, C. E. Prática de texto. São Paulo: Vozes, 1995. Fontana, R. W. Portos de Passagem. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. LEAL, L. universo. fvj. br. Acessível em 20/06/2019. LUNA, M. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba: 2007. PERFEITO, A. M. Concepções de linguagem, teorias subjacentes e ensino de Língua Portuguesa. ed. Campinas, SP: Papirus, 2002. ZIRONDI, M. I. Um debate sobre a produção textual sugerida no ENEM e as atividades de linguagem praticadas na escola.

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