Influencia da amamentação no desenvolvimento da fala

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Administração

Documento 1

Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO - Introdução: A primeira infância é um período sensível e de rápido crescimento e desenvolvimento cerebral, que coincidem com o surgimento de funções cognitivas, comportamentais e socioemocionais da criança. A amamentação é descrita na literatura como fonte rico em substancias que favorece uma série de vantagens nutricionais e imunológicas aos bebês. O desenvolvimento da fala é um sinal de desenvolvimento da criança e um importante fator para o desenvolvimento cognitivo. Objetivo: Discutir a relação do aleitamento materno no desenvolvimento cognitivo e sua relação com o desenvolvimento da fala na infância. Conclusion: Breastfeeding is an important source in the process of child language development. Keywords: breastfeeding, cognitive, speech and childhood.

INTRODUÇÃO A primeira infância é um período sensível e de rápido crescimento e desenvolvimento cerebral, que coincidem com o surgimento de funções cognitivas, comportamentais e socioemocionais da criança(DEONI et al. JOHNSON, 2001). Esse processo de desenvolvimento depende de fatores ambientais, genéticas, hormonais, comportamentais e outras, que podem influenciar na maturação das funções cognitivas da criança(STILES; JERNIGAN, 2010). De acordo comDeoni et al (2018), o desenvolvimento do cérebro depende de combinações entre fatores genéticos e ambientais, na qual, na fase adulta, a maior parte é composto de lipídio, sendo que 35% é derivado de ácidos graxos poli-insaturadas de cadeia longa(DEONI et al. O cérebro enriquecido pelos ácidos graxos poli-insaturadas de cadeia longa, ajuda para neurogênese eficiente, mielinização, crescimento de neurite, arborização dendrítica e neurotransmissão, pontos importantes no desenvolvimento da criança(MORALES et al.

Durante o neurodesenvolvimento inicial, a mielinização ajuda a fornecer a base para a conectividade cerebral e apoia o surgimento do funcionamento cognitivo e comportamental (DEONI et al. Estudo de Deoni et al (2018) descreve que “a deficiência desses nutrientes ao longo da infância pode alterar significativamente o conteúdo, a composição e a morfologia da mielina, potencialmente prejudicando a função cerebral normal e prejudicando os resultados cognitivos da criança” (DEONI et al. O desenvolvimento da fala é um sinal de desenvolvimento da criança e um importante fator para o desenvolvimento cognitivo. Belfort et al (2013) examinou as associações de duração e exclusividade da amamentação com cognição infantil aos 3 e 7 anos e apontaram que uma maior duração e maior exclusividade do aleitamento materno estão associadas a uma melhor linguagem aos 3 anos e de QI verbal e não verbal aos 7 anos (BELFORT et al.

Diante disso, o presente estudo tem como objetivo: discutir a relação do aleitamento materno no desenvolvimento cognitivo e sua relação com o desenvolvimento da fala na infância. MÉTODOS Trata-se de um estudo qualitativo de revisão narrativa, apropriada para discutir o estado da arte de um determinado assunto. Segundo estudo de Vosgerau e Romanowski (2014), a revisão narrativa é constituída por uma análise ampla da literatura, sem estabelecer uma metodologia rigorosa e replicável em nível de reprodução de dados e respostas quantitativas para questões específicas (VOSGERAU; ROMANOWSKI, 2014). Já Rother (2007) aponta que a revisão narrativa é fundamental para a aquisição e atualização do conhecimento sobre uma temática específica, evidenciando novas ideias, métodos e subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada (ROTHER, 2007).

Na etapa da redução dos dados foram determinados subgrupos (conceito, estratégias, contribuições e facilitadores) para facilitar a análise; na etapa da visualização foi elaborado um instrumento estruturado, no qual se registraram as informações dos estudos, tendo em vista a questão norteadora; na comparação dos dados foram verificadas as similaridades e diferenças entre os achados; na conclusão foi realizada a síntese de elementos importantes em uma soma integradora do assunto. A pesquisa nas bases de dados resultou na identificação de 82 estudos. No primeiro momento, foi realizada uma filtragem seguindo os critérios de inclusão e exclusão, onde manteve a amostra de 39 estudos. Num segundo momento, procedeu-se com uma leitura crítica e reflexiva dos títulos e resumos com o objetivo de refinar a amostra por meio dos critérios de inclusão e exclusão, sendo selecionados 16 estudos.

Num último momento, procedendo-se a uma análise criteriosa dos artigos selecionados, extraindo destes amamentação no desenvolvimento da fala. Mahurin Smith, Jamie Breastfeeding and language outcomes: A review of the literature Journal of Communication Disorders 2015 Revisar o impacto potencial da amamentação na infância no desenvolvimento subsequente de uma criança no desenvolvimento e no comprometimento da linguagem. Pivik, R. T. Andres, Aline Badger, Thomas M. Effects of diet on early stage cortical perception and discrimination of syllables differing in voice-onset time: A longitudinal ERP study in 3 and 6month old infants BrainandLanguage 2012 Analisar os efeitos da dieta na percepção cortical em estágio inicial e discriminação de sílabas diferindo no tempo de início da voz. P. M. Ferreira, J. T. L. Nove estudos foram incluídos nessa revisão narrativa da literatura (quadro 1) e descreveram pontos importantes na amamentação como papel fundamental no desenvolvimento da fala infantil.

Um estudo avaliou as respostas corticais a sílabas em bebês de 4 e 5 meses de idade amamentados com leite materno, ou com fórmula de leite ou soja (PIVIK et al. Um estudo revisou o impacto potencial da amamentação na infância no desenvolvimento subsequente de uma criança no desenvolvimento e no comprometimento da linguagem (MAHURIN SMITH, 2015). Um estudo analisou os efeitos da dieta na percepção cortical em estágio inicial e discriminação de sílabas diferindo no tempo de início da voz (PIVIK; ANDRES; BADGER, 2012). Um estudo avaliou as respostas cerebrais aos sons da fala de bebês que foram alimentados com leite materno (amamentação), fórmula à base de leite ou fórmula de soja durante os primeiros 6 meses de vida (PIVIK; ANDRES; BADGER, 2011).

Estudo de Pivik, Andres, e Badger (2011) descreve que as mudanças temporais na atividade cerebral em resposta a estímulos são especialmente úteis no processamento de informações cerebrais relacionadas ao desenvolvimento precoce da linguagem(PIVIK; ANDRES; BADGER, 2011). Esse estudo analisou as respostas cerebrais aos sons da fala de bebês que foram alimentados em leite materno, fórmula a base de leite ou fórmula a base de soja durante os primeiros 6 meses de vida. Os autores observaram que todos os grupos apresentaram respostas significativamente maiores a sílabas na região frontal em 3 meses e 6 meses, mas discriminação significativa nos locais temporais foi observada apenas aos 6 meses nos bebês amamentados. Os decréscimos nas amplitudes de resposta de 3 a 6 meses foram maiores para a sílaba frequentemente apresentada, mais proeminente em bebêsamamentados e sua maioria em mulheres do que em homens.

Os resultados indicam maior discriminação de sílabas no amamentado do que em bebês alimentados com fórmulas, mas ainda não está claro se isso pode ser atribuído quanto a influência da dieta. Essas possibilidades são: 1) diferenças nos perfis de ácidos graxos do leite humano podem fazer a diferença na estrutura e função subsequentes do cérebro, influenciando na expressão gênica nessas células; 2) o leite humano pode conter uma variedade de constituintes que promovem o neurodesenvolvimento ideal; 3) a amamentação e a função / regulação da inflamação do sistema imunológico pode exercer uma influência moderada no aprendizado e na memória; 4) impacto da lactação nas mães, que por sua vez moldam o aprendizado e a linguagem de seus filhos.

Estudo de Bervian, Fontana, e Caus (2008) em uma revisão narrativa da literatura, enfatizou a importância do aleitamento materno quanto aos aspectos nutricionais e de desenvolvimento da criança, e ressaltou que a “amamentação é estímulo a todas as estruturas bucais, como lábios, língua, bochechas, ossos e músculos da face“ (BERVIAN; FONTANA; CAUS, 2008). A amamentação ajuda no preparo e no aprimoramento das condições neuromusculares das estruturas bucais do bebê, na qual qualquer alteração nas estruturas orofaciais pode resultar no desequilíbrio do sistema estomatognático. O estudo descreve que o sistema estomatognático “desempenha as funções de respiração, mastigação, deglutição e fala e as estruturas que o compõem agem de forma conjunta, não individualizada, para determinada função“(BERVIAN; FONTANA; CAUS, 2008).

Diante disso, quaisquer alterações fonéticas poderiam estar associadas a alterações dos aspectos apresentados.  As durações das crianças em aleitamento materno exclusivo variaram de 0 (sempre com mamadeira) a 6 meses.  O desenvolvimento fonológico foi avaliado usando um instrumento conhecido como porcentagem de consoantes corretas. Pais e professores também avaliaram o discurso das crianças e a comunicação total em uma escala de 5 pontos. Não foram encontradas evidências de associação entre a duração da amamentação exclusiva ou parcial e os escores da porcentagem de consoantes corretas. Apesar do resultado apresentado, estudo de Belfort et al (2013) apontou que uma maior duração e maior exclusividade do aleitamento materno estão associadas a uma melhor linguagem (BELFORT et al. –74, fev. BELFORT, M. B.

et al. Infant feeding and childhood cognition at ages 3 and 7 years: effects of breastfeeding duration and exclusivity. FEDORENKO, E. Domain-general brain regions do not track linguistic input as closely as language-selective regions. Journal of Neuroscience, v. n. p. DIANE, N. et al. Infantil De Recém-Nascidos Prematuros Instruments of Evaluation of Child Development of Premature Newborns. Rev Bras Crescimento Desenvolvimento Hum, v. n. et al. Breastfeeding and trajectories of children’s cognitive development. Developmental Science, v. n. p. Nature Reviews Neuroscience, v. n. p. KOH, K. Maternal breastfeeding and children’s cognitive development. Journal of Communication Disorders, v. p. MCCRORY, C. LAYTE, R. The effect of breastfeeding on children’s educational test scores at nine years of age: Results of an Irish cohort study. P. M. FERREIRA, J. T. L. n.

p. e17181, 2011. PIVIK, R. T. Diet and gender influences on processing and discrimination of speech sounds in 3- and 6-month-old infants: A developmental ERP study. Developmental Science, v. n. p. PIVIK, R. P. R. Escalas de desenvolvimento infantil e o uso com bebês. Educar em Revista, n. p. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, v. n. p. STILES, J. JERNIGAN, T. n. p. –207, fev. VOSGERAU, D. S. S. YALÇIN, S. Determinants of Exclusive Breast Feeding in sub-Saharan Africa: A Multilevel Approach. Paediatric and Perinatal Epidemiology, v. n.

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