A ÉTICA PROTESTANTE E O “ESPÍRITO” DO CAPITALISMO - MAX WEBER
Tipo de documento:Projeto de Pesquisa
Área de estudo:Medicina
Em dizeres como “tempo é dinheiro”, “crédito é dinheiro”, “um bom pagador é senhor da bolsa alheia”, não fica dúvidas de que Benjamin Franklin fez ecoar a voz do capitalismo mas é importante dizer que nem tudo o que se compreende por “espírito do capitalismo” foi incluído em seus escritos. Franklin é citado por Weber quando aconselha: “guarda-te de pensar que tudo o que possuis é propriedade tua e de viver como se fosse. ”, a ideia é a de nunca estar saciado com o que tens, preceito capitalista que perdura fortemente até os dias de hoje, pela acumulação de moeda, e, também, por bens materiais. O sujeito, para alcançar a sua meta não precisa ser ético mas, aparentar ser, e toda atitude que não lhe traga benefícios e\ou lucros, é desnecessária, a utilidade da ação define a sua existência.
Dormir enquanto se pode estar trabalhando é um desperdício de tempo, e relembrando: tempo é dinheiro. Para aumentar a produtividade é necessário aumentar em mesma ou maior proporção o consumo, ou seja, uma comunidade consumista é também uma classe trabalhadora produtiva. Foi essa crescente propensão à aquisição de bens que suplantou-se ao tradicionalismo. Uma importante observação desse sistema é que a acumulação irrefletida de bens não necessariamente faz o sujeito rico, pois segundo Pieter de la Cour, “o povo só trabalha porque é pobre, e enquanto for pobre”, sendo a pobreza uma condição imprescindível a sua sobrevivência. Fator esse que também pode prejudicar a própria ordem econômica, já que baixas condições de crescimento educacional resultam em incapacidades intelectuais e técnicas quando relacionadas a funções mais específicas e complexas, gerando um déficit de mão-de-obra qualificada.
A ideia religiosa de “vocação” serviu muito bem à ânsia capitalista, a disposição dita natural e espontânea do homem pela carreira profissional a se especificar, justifica qualquer sacrifício no exercício da função. A existência humana apenas pode ser enquanto buscar a garantia de sua pós vida ao lado de Deus. Mas o ganho racional de bens materiais não era um pecado enquanto uma ordem divina, segundo John Wesley: “temos que exortar todos os cristãos a ganhar tudo quanto puderem, e poupar tudo quanto puderem; e isso na verdade significa: enriquecer. ”, e com a acumulação causada pela moral religiosa, aumentar a sua poupança era algo inevitável. O ócio e a perda de tempo eram considerados pecados graves durante a Idade Média, o homem deveria garantir a sua redenção enquanto estivesse na vida terrena, o gozo estava reservado para a pós vida.
Mas, “com certeza não para fins da concupiscência da carne e do pecado, mas sim para Deus, é permitido trabalhar para ficar rico. A dignidade e a redenção foram associadas ao trabalho, a concepção anterior do ofício como busca do sustento básico humano foi superado pelo conceito mais amplo, irracional e transcendental do trabalho: atividade essencial não só nessa vida como também para a garantia de um pós vida digno.
334 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto
Apenas no StudyBank
Modelo original
Para download