METILAÇÃO DO GENE BDNF E SUA RELAÇÃO COM O TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR

Tipo de documento:Plano de negócio

Área de estudo:Religião

Documento 1

A epigenética é caracterizada por mudanças na expressão gênica sem interferir na composição química do DNA e a metilação é um dos processos epigenéticos mais importantes e bem conhecidos. O gene BDNF codifica uma proteína de mesmo nome responsável pela plasticidade neuronal e estudos apontam que em pessoas depressivas há uma diminuição considerável desta proteína no cérebro devido à hipermetilação do promotor deste gene e ainda, que a quantidade expressa no cérebro é diretamente correlacionável com a quantidade presente em sangue e saliva. Portanto, há necessidade de pesquisas mais aprofundadas para confirmar esta relação e possivelmente desenvolver exames que utilizem a proteína BDNF como biomarcador para diagnóstico de depressão. O papel do biomédico neste contexto é de extrema importância, tanto para estudos futuros quanto para o desenvolvimento de testes diagnósticos que utilizem este possível biomarcador.

Palavras-chave: depressão, epigenética, metilação, biomarcador. Mais de 300 milhões de pessoas no mundo vivem com depressão (PEÑA e NESTLER, 2018). Até recentemente, os neurotransmissores noradrenalina, dopamina e serotonina eram o foco principal nas pesquisas da patogênese da depressão, porém, há evidências crescentes de que as anormalidades dos mecanismos epigenéticos de expressão gênica são a causa desta desordem (PEEDICAYIL e KUMAR, 2018). O objetivo do presente trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre a ligação entre a metilação do DNA no gene BDNF e a depressão, pois, o estudo destes mecanismos pode trazer novos insights sobre a patogênese da depressão e também viabilizar o uso de biomarcadores para esta doença. METODOLOGIA Foi realizada uma revisão de literatura sobre metilação de DNA e sua ligação com o transtorno depressivo maior, utilizando-se as bases de dados Science Direct e Pubmed.

Para seleção dos artigos e textos foram utilizados os seguintes descritores: epigenetic, depression, major depressive disorder, DNA methylation, Brain-derived neurotrophic factor (BDNF). Muitas doenças psiquiátricas podem ser descritas como altamente herdáveis, entretanto, a depressão é uma exceção, tendo a menor taxa de transmissão genética entre os transtornos psiquiátricos (RENZI et al. A hereditariedade genética da depressão é, aproximadamente, 35% - 40% (PEÑA e NESTLER, 2018). A incidência de depressão durante a vida varia de 5% a 17%, com uma média de 12%, tornando-a o distúrbio psicológico mais comum. Seu diagnóstico é baseado em: mudanças de humor, caracterizadas por tristeza ou irritabilidade e acompanhada por mudanças psicológicas como distúrbios do sono, apetite ou desejo sexual, constipação, perda da capacidade de sentir prazer no trabalho ou com amigos, choro, pensamentos suicidas.

Estas mudanças devem permanecer por pelo menos duas semanas e interferir com o trabalho e relações pessoais (PEEDICAYIL e KUMAR, 2018). METILAÇÃO DO DNA A metilação do DNA é uma das mais importantes modificações epigenéticas e sua associação com a depressão foi provada por diversos estudos (CHEN et al. É um dos mecanismos que podem alterar a estrutura do DNA por ligações covalentes de um grupo metil a posição C5 da citosina (5mC), predominantemente nos sítios de citosina-guanina (CpG) afetando a transcrição sem alterar a sequência. As ilhas CPG tendem a serem hipometiladas nas células somáticas normais (PEÑA e NESTLER, 2018). A metilação é essencial para garantir a repressão da transcrição de elementos repetidos e está presente no controle da expressão gênica, inativação do cromossomo X, imprinting genômico, supressão do transposon, regulação da estrutura da cromatina, silenciamento de genes retrovirais e manutenção da memória epigenética em células normais (CHEN et al.

A hipermetilação de promotores de genes normalmente inibe a expressão gênica, podendo tanto bloquear o acesso aos ativadores da transcrição e da RNA polimerase II ao sítio de início, ou ligar proteínas ao sítio metil-CpG para recrutar repressores transcricionais, modificando a cromatina para um estado de silenciamento (PEÑA e NESTLER, 2018). No cérebro, a proteína BDNF é ativada durante as sinapses. As sinapses podem mudar e se adaptar com o tempo. Esta característica é chamada de plasticidade e a proteína BDNF ajuda a regular a plasticidade sináptica (CATTANEO et al, 2016). O BDNF é membro da família das neurotrofinas (KADER et al, 2017) e tem sido extensivamente estudado no transtorno depressivo maior e suas variações genéticas têm sido associadas tanto com a etiologia da doença quanto com a resposta aos tratamentos antidepressivos (RENZI et al.

A proteína BDNF atravessa a barreira hematoencefálica e seus níveis no soro e plasma são altamente correlacionáveis com os níveis do líquido cefalorraquidiano e cérebro (KNORR et al, 2017). BEGNI, V. PARIANTE, C. M. RIVA, M. A. Progress in Molecular Biology and Translational Science, 2018. no prelo. KADER, F. GHAI, M. MAHARAJ, L. Psychiatry Research, v. p. PEEDICAYIL, Jacob; KUMAR, Aniket. Epigenetic Drugs for Mood Disorders. Progress in Molecular Biology and Translational Science, v. no prelo. RENZI, Chiara; PROVENCAL, Nadine; BASSIL, Katherine C. EVERS, Kathinka; KIHLBOM, Ulrik; RADFORD, Elizabeth J. KOUPIL, Ilona; MUELLER-MYHSOK, Bertram; HANSSON, Mats G. RUTTEN, Bart P.

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