TEOLOGIA - A RELAÇÃO ENTRE O LIVRO DE DANIEL E A LITERATURA APOCALÍPTICA JUDAICA

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Religião

Documento 1

Fariseus – rigorosos e ascéticos na ortodoxia, criam na ressurreição do corpo (Atos 26:6), na imortalidade da alma, na bem-aventurança dos justos e na eterna perdição dos iníquos. Na crença judaica a regra de fé, prática e fonte de todo o conhecimento estava encerrada nas Escrituras (Torá). De início não há como falar a respeito dos conceitos do apocalipse na religião do judaísmo pós-exílico sem antes entender o percurso pelo qual passou esse grande fenômeno na religião do Antigo Israel. Ainda que a origem da religiosidade apocalíptica judaica possa ser situada a partir do século III a. C, com suas abstrações de conteúdo e dimensões próprias a esse período, ela ainda aproveita alguns resquícios da apocalíptica israelita.

C. Teorias tentaram propor o início da questão apocalíptica israelita como originária das religiões babilônica e egípcia. Porém, o exame crítico das fontes que baseiam essas teorias, ricamente as inscrições arqueológicas, demonstrou serem elas insuficientes como prova. De fato, as religiões egípcia e babilônica são por naturezas não apocalípticas, pois se apoiam mais em um conceito de mundo em que um movimento circular mítico é o que determina o funcionamento deste mundo; por isso, orientam-se mais pela ordem das causas naturais do que pela ordem de uma evolução histórica. Enquanto isso, a apocalíptica israelita é essencialmente histórica, está ligada à sua própria história e na fé em Deus, o qual participa e age em favor dessa história, a qual também é constantemente dimensionada ao futuro, clímax da história.

Destarte, o livro de Daniel por ser de natureza singular em sua forma, o torna especial, fato que requer uma leitura e estudo mais aprimorados. Contudo, existem certas divergências no livro de Daniel que já se iniciam com o posicionamento dos escritos dentro do ordenamento canônico. Segundo as traduções levadas a efeito, Daniel figura entre os profetas maiores seguido de Ezequiel. A Septuaginta (LXX) mostra que essa disposição na ordem, remonta à época pré-cristã. A Bíblia hebraica (que compreende o cânon judaico) situa o livro de Daniel entre os últimos escritos (ketubim). Pelo fato dos escritos de Daniel trazerem em cada um se seus capítulos personagens situados na corte de Nabucodonosor durante o período exílico, tais como, Belsazar, Dario e Ciro, assim como ter sido Ezequiel também levado para o exilio babilônico, é possível que os organizadores da Septuaginta tenham colocado o livro de Daniel logo após os escritos de Ezequiel, sem falar no aspecto de que as visões de Ezequiel em muito se assemelham as visões tidas por Daniel dos seres de difícil interpretação em suas formas.

Por outro lado, é certo que o livro de Daniel encontra-se no rol do cânon hebraico em razão de diversos fatores, sendo o linguístico um dos mais relevantes, senão vejamos: os capítulos 2 a 7 tiveram seus escritos na língua aramaica remontando na pior das hipóteses ao século VI a. C. Nessa ocasião o aramaico havia se tornado o idioma oficial do império persa, portanto, após 539 a. C, quando ocorre então, a derrocada da Babilônia. ed. São Paulo: Edições Paulinas, 1987. Cap. XX, p. DINGERMANN, Friedrich. GABEL, John B. WHELLER, Charles B. A Bíblia como literatura. ª ed. São Paulo: Edições Loyola, 2003.

135 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download