Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise

Essa técnica consiste em não dirigir o reparo a algo específico e em manter a mesma atenção uniformemente suspensa diante daquilo que lhe é trago pelo paciente, assim, poupa-se um esforço extremo da atenção. Isso ocorre porque ao focar atenção a somente uma coisa se começa a selecionar o material que chega até você. No entanto, as vezes ao negligenciar certas partes, seleciona-se expectativas e inclinações, e assim, as informações podem ficar apenas na base mais simples, assim como podem ter uma interpretação falsa da situação. Deste modo se faz importante escutar o que o paciente diz, e não apenas ouvir, além de não se preocupar se está lembrando de algo e não criticar ou selecionar.

Ou seja, deve-se abandonar inteiramente a memória inconsciente. Ou seja, o médico deve usar seu próprio inconsciente como um receptor na direção do inconsciente do paciente, o qual é usado como interlocutor. Ainda quanto a técnica acima, se o médico optar por usar o seu inconsciente deste modo, ele não deve tolerar qualquer resistência que oculte de sua consciência aquilo que se percebeu inconscientemente. Desta forma, se observa que qualquer repressão não solucionada acaba por gerar um ponto cego na percepção analítica do paciente. Também se deve saber que a experiência na psicanálise não fala a favor de uma técnica afetiva deste tipo, além de se afastar dos princípios e se aproximar do tratamento por sugestão, podendo induzir o paciente.

Além de que, essa técnica de compartilhamento de experiências não consegue revelar o inconsciente do paciente, tornando-o incapaz de superar suas resistências mais profundas.