A COMPREENSÃO DO DESESPERO EM KIERKEGAARD

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

O primeiro capítulo é um capítulo curto, este tem como finalidade apresentar de forma geral o conceito de desespero trabalhado pelo dicionário de filosofia Nicolas Abbagnano, ainda no mesmo capítulo será abordado um breve resumo do desespero analisado por Kierkegaard bem como também será apresentado a visão genérica do desespero trabalhado pelo filósofo contemporâneo Sartre. O primeiro capítulo ele tem a intenção de apresentar a problemática do desespero e preparar o leitor para entrar no segundo capítulo. O Segundo capítulo do trabalho, tem a finalidade de apresentar de maneira sucinta e clara a questão da relação do desespero humano com seu próprio eu e o seu próprio espirito. O capítulo foi construído a partir da análise do desespero feita por Kierkegaard em seu primeiro livro da obra.

Neste capítulo, apresentarei a maneira com que Kierkegaard observava a questão do desespero, Kierkegaard em seu primeiro momento busca ver o desespero como uma doença do espirito que tem como objetivo levar o homem a cometer suicídio, a querer se livrar de seu próprio EU. Na medida em que o homem não consegue analisar e perscrutar a sua própria existência e seu mundo interior, o homem por sua vez se considera incapaz de conseguir conduzir a sua própria vida. Segundo Sartre, o homem vive em um período em que as pessoas perderam a exuberância, isto é, perderam a competência e a aptidão de viver a sua existência no mundo apaixonadamente. O homem na era moderna não possui mais a responsabilidade por aquilo que é, ele perdeu a competência de conseguir fazer algo por si mesmo e de sentir se bem com a sua vida.

Em Sartre a ausência de objetivos, finalidade e sentido virou a condição principal da existência do homem contemporâneo, fazendo com que o desespero virasse parte da condição humana. Cf. KIERKEGAARD, 1988, p. busca unir-se ao corpo por intermédio de uma simples relação. O Eu nasce de uma relação derivada ou de uma relação estabelecida por alguém na medida em que se conheça a si próprio, pois a relação que se dirige por si mesmo só pode por sua vez ter sido estabelecido por outro ou por si mesmo, e caso a relação tenha sido estabelecido por outro, continua ainda sendo um terceiro termo na medida em que se constitua com aquele que constitui toda a relação. Portanto em Kierkegaard, o Eu do homem é contudo uma relação que não está relacionada com ele próprio, mas sim está sempre ligado ao outrem e é daqui que nasce duas forma de desespero verdadeiro, se o eu tivesse sido constituído apenas por ele próprio, teríamos certamente segundo Kierkegaard apenas uma forma de desespero, porém, o homem não quer apenas ser ele próprio e sim ele sempre está em busca de desemaranhar de seu próprio Eu e sendo assim, não poderia haver no homem a vontade desesperadora de ele querer ser ele mesmo.

Com efeito, Kierkegaard que dizer desta maneira que o Eu se sente incapaz de usar suas próprias forças para fins de obter o repouso e o equilíbrio em uma relação consigo mesmo, amenos que este consiga se relacionar com aquele que colocou o conjunto da relação. Segundo Kierkegaard, o desespero faz com que o homem se desligue do mundo virtual e torne ligado ao mundo real. A margem da infinitude do mundo virtual dependerá do tamanho da queda que existira entre o desligamento do virtual ao real. O homem em que não consegue se desesperar ou que não se desespera é visto como um ser que possui uma grande ascensão de conhecimento de seu eu, porém, a explicação dada por Kierkegaard em torno do homem que não tem desespero é reconhecida por ele mesmo que é uma explicação muito ingênua com grandes pontos de equivocações, pois a negação do desespero não é semelhante ao mesmo que dizer que o homem não é surdo ou que o homem não é mudo, o não desesperar neste sentido seria a ausência de desespero, sendo assim o progresso do homem estaria ligado em ter que se desesperar, no entanto, a visão de Kierkegaard em relação ao não desesperar vai muito mais além do que o sentido genérico que foi dado a cima, para Kierkegaard, o não desesperar deve ser conceituado como a destruição da possibilidade de estar em desespero, isto é, o homem devera não se desesperar na medida em que ele consiga apagar em cada instante as possibilidades de o estar desesperado, pois aqui, existe continuamente mais uma relação do virtual com o real.

Kierkegaard reconhece que para alguns filósofos, o conceito de real é visto como um aniquilamento daquilo que é virtual, isto é, o real é o virtual abolido sem muita restrição e perfeição, todavia, o virtual é visto como algo pleno, algo que é realizado por meio da ação, o virtual ele age enquanto que o real aqui é visto por Kierkegaard como uma negação, o real é no 4 Kierkegaard não fala em mundo real e mundo virtual, ele apenas escreve o termo virtual e o termo real. O termo mundo é acrescentado no corpo do trabalho em função de minha interpretação textual. O DESESPERO É UM PARADOXO. No início do terceiro capítulo do primeiro livro da obra o Desespero, Kierkegaard tem a intenção de trabalhar o conceito de desespero numa perspectiva mais enferma, Kierkegaard começa neste capítulo investigar de modo particular o conceito de desespero numa perspectiva de doença que pode acarretar a morte do homem.

Embora que Kierkegaard reconheça o desespero como uma doença mortal, ele também reconhece que esse conceito de desespero não é bem aceitável para as pessoas cuja a espiritualidade é cristã, pois para os cristãos a morte nada mais é do que uma passagem de um mundo para outro com vida em abundância e neste sentido os cristãos não deve considerar o mal físico como uma doença mortal em vista da credibilidade que eles tem em continuar vivendo uma vida após a morte. Para Kierkegaard, a morte tem a capacidade de conceituar termos nas enfermidades, porem ela não consegue conceber um termo em si mesmo, só por si, a morte não pode conceituar outro termo. A concepção de doença dado por Kierkegaard, é uma enfermidade que tem como a finalidade ser um mal ao indivíduo, esse mal deve ser finalizado mais tarde pela morte, porem essa morte deve implicar a existência de qualquer coisa após sua ocorrência.

Desta maneira o homem ao se encontrar em situação enferma, ele por sua vez se encontra em um estado que está morto pela doença, mas que ao mesmo tempo, ele continua vivo num sentido que mesmo que ele esteja morto pela doença ele está impedido de morrer e permanecer no desespero, logo o homem neste caso é um ser que está vivo e ao mesmo tempo morto, vivo para não morrer e morto para a doença. O desespero é o fechamento em si mesmo, e é por esta situação é que o homem acaba em seu momento de desespero tendo o desejo de se libertar de seu próprio eu, quando isso acontece, temos portanto um desespero consciente, o homem acabe tendo consciência de seu desespero na medida em que ele se fecha em si e queira ao mesmo tempo se libertar de seu próprio eu.

Kierkegaard conceitua que o homem que não tem consciência de seu desespero é por sua vez um sujeito que tem como sintoma o sentimento da calma e uma elevada carga de confiança sobre si mesmo. O sujeito que não sentiu a sensação do desespero pode estar em grande perigo, pois ele pode estar em uma situação em que ele não sabe que está em desespero, pois este desespero se encontra inerente a ele em forma de possibilidade. O desespero também está inserido ao desvio do destino espiritual do homem, o desespero aqui, está relacionado com 10 a inconsciência que o sujeito tem sobre seu destino espiritual, e portanto, neste caso o desespero nada mais é do que a inconsciência dos homens em relação com seu futuro espiritual.

Em suma, Kierkegaard entende que o desespero é contudo uma doença mortal, pois ele compreende o desespero como uma condição essencial do indivíduo para fins de diferenciar o homem do animal. O desespero é, todavia, o fechamento em si mesmo, e é por esta situação é que o homem acaba em seu momento de desespero tendo o desejo de se libertar de seu próprio eu, quando isso acontece, temos portanto um desespero consciente, o homem acabe tendo consciência de seu desespero na medida em que ele venha a se fechar em si e queira ao mesmo tempo libertar o seu próprio eu. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1970.

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