LITERATURA - O CORTIÇO - ALUÍSIO AZEVEDO RESUMO E ANÁLISE CRÍTICA

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Zootecnia

Documento 1

O romancista combate, como princípio teórico, a degradação causada pela mistura de raças. Destarte, os romances naturalistas são constituídos de espaços nos quais convivem os desvalidos de diversas etnias. Esses espaços se tornam personagens do romance. É o caso do cortiço, que se projeta na obra mais do que os próprios personagens que ali vivem. Em um trecho do romance o narrador compara o cortiço a uma estrutura biológica (floresta), um organismo vivo que cresce e se desenvolve, aumentando as forças daninhas e determinando o caráter moral de quem habita em seu interior. Passamos a resumir o romance com maiores minúcias: Para acumular capital, ele explora os empregados e se utiliza até do furto para conseguir atingir seus objetivos.

João Romão é o dono do cortiço, da taverna e da pedreira. Sua amante, Bertoleza, o ajuda de domingo a domingo, trabalhando sem descanso. Em oposição a João Romão, surge a figura de Miranda, o comerciante bem estabelecido que cria uma disputa acirrada com o taverneiro por uma braça de terra que deseja comprar para aumentar seu quintal. Não havendo consenso, há o rompimento provisório de relações entre os dois. O dono do cortiço aproxima-se da família de Miranda e pede a mão da filha do comerciante em casamento. Há, no entanto, o empecilho representado por Bertoleza, que, percebendo as manobras de Romão para se livrar dela, exige usufruir os bens acumulados a seu lado. Para se ver livre da amante, que atrapalha seus planos de ascensão social, Romão a denuncia a seus donos como escrava fugida.

Em um gesto de desespero, prestes a ser capturada, Bertoleza comete o suicídio, deixando o caminho livre para o casamento de Romão. Os personagens da obra são psicologicamente superficiais, ou seja, há a primazia de tipos sociais. Representa a mulher europeia. Capoeira Firmo: mulato e companheiro que se envolve com Rita Baiana. Arraia-Miúda: representada por lavadeiras, caixeiros, trabalhadores da pedreira e pelo policial Alexandre. Mais do que empregar os preceitos do naturalismo, a obra mostra práticas recorrentes no Brasil do século XIX. Na situação de capitalismo incipiente, o explorador vivia muito próximo ao explorado, daí a estalagem de João Romão estar junto aos pobres moradores do cortiço. No entanto, isso é ilusório, porque o procedimento de representar a realidade de forma objetiva já configura uma posição ideologicamente tendenciosa.

Em “O Cortiço”, o tempo é trabalhado de maneira linear, com princípio, meio e desfecho da narrativa. A história se desenrola no Brasil do século XIX, sem precisão de datas. Há, no entanto, que ressaltar a relação do tempo com o desenvolvimento do cortiço e com o enriquecimento de João Romão. São dois os espaços explorados na obra. Assim, seria importante o leitor saber reconhecer como estas características estão presentes dentro da obra. Em “O cortiço” aparecem basicamente duas linhas de conduta: uma que trata das questões sociais e outra das questões individuais e sentimentais. No caso das questões sociais, temos como maior representante a personagem João Romão, que se torna um grande comerciante passando por cima de tudo e todos.

Assim, através de uma representação crua das relações sociais, que aqui são puramente movidas pelo interesse individual, têm-se uma crítica social. Já nas questões individuais/sentimentais, temos a personagem de Jerônimo, que casa com a Rita Baiana, mas não por amor. Moderna, São Paulo, 1994.

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