Museu e formas interpretativas de contexto histórico

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Estatística

Documento 1

No entanto, deve ocorrer por parte dos estudiosos, ou mesmo, frequentadores e estudantes que prestigiam seu acervo uma análise crítica e reflexiva, no que diz respeito, a organização de suas produções, que por muitas vezes são lineares, expressão de verdade absoluta e que foi produzida sem parâmetros temporais, com posição histórica romântica, sinônimo de verdades incontestáveis. A interpretação das exposições e acervos proporcionaria a seus frequentadores a possibilidade de criarem suas próprias perspectivas históricas interpretativas, que posteriormente seriam conhecimentos partilhados com outras áreas de conhecimento. Objetivos: Esse projeto de pesquisa visa investigar os processos de organização expositiva dos museus históricos e suas práticas educacionais, culturais, sociais, pedagógicas, que produzem conhecimento histórico ou mesmo em diferentes contextos de outras áreas de conhecimento.

Além disso, o projeto tem como objetivo ampliar o interesse e frequentação nesses centros do saber, a partir do reconhecimento dessas instituições culturais que produzem conhecimento para a sociedade, resguardam sua memória coletiva a partir do registro de suas transformações ao longo da história. Profissionais e especialistas da área de humanas ou mesmo educação em geral, seriam indispensáveis para organizarem uma exposição museológica eficaz no sentido pedagógico educacional, principalmente, na perspectiva crítica e reflexiva das exposições e acervo o que proporcionaria novos conhecimento e interpretações a partir da pesquisa e produções textuais. É um projeto verticalizado apresentado na seguinte sequência sala dos “Primórdios de Piracicaba”, “Florescimento da Cidade e Vida dos Barões” a do Patrono do Museu “Prudente de Moraes” e “Vida Cultural e Indústria Moderna”.

Uma produção histórica linearmente pensada enobrecendo os “grandes homens”, que contribuíram para o progresso da cidade. Considero essa concepção historiográfica problemática quando relacionada ao ensino de crianças e adolescentes, ou mesmo, adultos que são frequentadores, que passam a ter uma concepção de passado uniforme, como se “tudo” tivesse ocorrido ao mesmo tempo por ocorrer ausência de parâmetros temporais. Nessa perspectiva, o museu deveria incentivar para que os estudantes mantivessem cada vez mais cedo contato com a pesquisa. Partindo da observação de peças, objetos, fotos, ou mesmo manuseio de jornais, revistas e livros que proporcionariam um contato histórico a partir do acervo, que tem importância histórica, educacional, artística e cultural, o que possibilitaria aos alunos visitantes oportunidade de realizarem novas descobertas a respeito do passado criando suas próprias perspectivas interpretativas.

O museu do Louvre, o do Monumento e da História Natural, o das Artes e Ofício contribuíram como meio educacional para o povo francês. Até a metade do século XIX, os museus não possuíam uma postura concreta e definida sobre seus objetivos, seriam de pura contemplação, resgatariam a memória coletiva nacional, ou ainda um meio de educar proporcionar conhecimento ao povo, definiu – se então “o museu seria uma instituição de caráter permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e seu desenvolvimento. Aberto ao público, que adquire, conserva, investiga, comunica, exibe, para fins de estudo e educação, testemunhos materiais do homem e seu entorno2”. Suano, Marlene. “O que é museu”, São Paulo, Ed. “Como um cárcere, os museus tem pavilhões e celas, ali as obras parecem estar em uma espécie de covalência estética”3.

Na Alemanha, por exemplo, Hitler acumulou obras dos países derrotados para o museu nazista, o objetivo era educar o povo alemão nas artes que se enquadravam com a raça ariana, pois as obras contemporâneas segundo os nazistas mostravam a fragilidade do homem moderno, enquanto a Antiguidade expressava um valor seguro, pois os antigos eram velhos depositários da “memória coletiva”. Pós - Segunda Guerra Mundial na U. R. S. Atualmente, a população brasileira, ou grande parte dela, consideram os museus históricos como instituições austeras, com corredores sombrios, obras e objetos sem valor e significado, porém, poucos notam a possibilidade de reencontrar o passado a partir desses patrimônios, conhecer suas raízes e sua memória histórica. E quase “não há por parte do Ministério da Cultura, uma política orientada para criar novos museus, mas sim meios para moderniza – los e enriquece – los, através de ampliação do acervo e espaço4”.

Os museus históricos nacionais são difusores culturais de conhecimento e não meros conservadores de costumes, tradições, objetos e materiais do passado, mudando essa perspectiva melhoraria a imagem desses centros do saber e consequentemente aumentaria a visitação pública. Os museus pertencem e dizem respeito a toda sociedade brasileira voltada para seu interesse e cultura, portanto, agentes participativos do processo cultural e educacional a partir das atividades que desenvolve. Na Europa existe forte cobrança ao governo por parte da população enquanto gestor dos bens públicos “intimamente ligados a informar a população quanto à importância de preservar seu patrimônios culturais5”. Por fim, haveria um intercâmbio com o museu “que coordena e irradiaria todo material de aplicação e utilização pedagógica, visando particularmente proporcionar aos professores e alunos o saber produzido, bem como modificações de elementos de trabalho em relação às informações6”.

Essa forma de ensino alternativo promoveria cada vez mais cedo o contato com a pesquisa a partir dos objetos, materiais, fotos, textos, jornais, biblioteca e acervo em geral dos museus, que despertaria meios atraentes aprendendo pelo caráter prático. Nessa perspectiva, os docentes participantes poderiam promover debates em torno da integração museu – escola com questões históricas, sociais, artísticas, científicas, tecnológicas, o que proporcionaria uma imagem do passado em perspectiva, visando maior aproveitamento pedagógico a partir da arte visual, que contribui para maior facilidade de registro dos assuntos estudados de forma eficaz. Profissionais ligados às áreas da educação deveriam interagir com os museus promovendo atividades diferenciadas, como cursos, palestras, conferências, visitas monitoradas, para atender tanto educandos como frequentadores espontâneos. “O objetivo é tirar proveito daquilo que se têm em mãos, os objetos possuem uma mensagem a transmitir, cabe – nos reconhece – las como tal, preserva – los como fonte para educação futura7”.

“A educação é um direito fundamental, mobilizadora, que encontra em sua dimensão cultural o espaço adequado para a conquista da criatividade e cidadania9”. Para serem utilizados nesse sentido, os museus deveriam aliar – se a outras instituições como universidades, escolas, outros museus, além da imprensa para divulgar suas propostas pedagógicas tais como encontros, seminários, congressos, cursos, workshops entre outros. Funcionando como um centro de inovações no campo educacional, incentivando a pesquisa e as produções de conhecimento para a valorização e o contato direto dos educandos com suas expressões materiais. Muitos conhecimentos escolares poderiam ser contemplados e enriquecidos seguindo a pesquisa – experimentação, preocuparia se métodos e técnicas num processo educacional que concretize um atendimento educativa cultural de qualidade e continuidade, revelando resultados, avaliando continuamente, documentando as experiências em fases, analisando e atendendo a solicitação escola – comunidade, a partir da divulgação e intercâmbio de experiências e produções.

Nessa perspectiva os museus poderiam promover a democratização do saber, atuando a serviço da sociedade e seu desenvolvimento, pois promoveria a pesquisa, comunicação, expansão e socialização de conhecimentos a partir da investigação pedagógica. “A imagem é signo de um objeto porque o figura, mas é imagem, porque dá testemunho da existência e serve de suporte para lembranças11” e resgata o passado. É possível realizar descrições históricas a partir dos acervos dos museus, que ‘paralisam” no tempo um saber perspectivo histórico representando um período, século, país, cultura, costumes sociais, políticos, que fazem parte de um todo social. Portanto, os materiais que os museus resguardam a partir de uma memória fragmentada possibilitam inúmeras leituras descritivas e interpretativas.

Atualmente, a quantidade de informações produzidas cotidianamente faz com que a sociedade não tenha quase interesse em relação ao passado, o que contribui para que os museus sejam lembranças materializadas, sujeitas a conservação e mera deterioração. Por isso, a memória não abrange mais a coletividade que confia cada vez mais em instituições quem lembram pela sociedade, “centros de memória” museus, arquivos, bibliotecas, patrimônios, entre outros. Ed. Perspectiva, pp. Objetos históricos mantém um compromisso com o presente, são conservadas as necessidades deste tempo para registrar o que já passou significando o tempo. Todo objeto antigo, obviamente, foi fabricado em tempo anterior ao nosso, atendendo as contingências sociais, econômicas, tecnológicas, culturais referentes a esse tempo. “No entanto, imersos no período contemporâneo, são meros decoradores de ambientes, integrando coleções ou institucionalizado em um museu, o objeto antigo e todos os seus significados, usos e funções anteriores são drenados13”, no que diz respeito, a seu mais profundo sentido educativo.

Publicação do Patrimônio Histórico, Sp. pp15. Bezerra, Ulpiano, “Do Teatro da Memória ao laboratório da História”. USP, pp 19. Os museus estarão realizando sua função pedagógica quando forem o núcleo do interesse escolar a partir de seu acervo e das exposições itinerantes que promove, suas atividades estimulariam a organização e execução de trabalhos de investigação, além do hábito de colaboração e produção de conhecimento, iniciativa, cooperação e pesquisa. Com o desgaste da história presente nos acervos dos museus a “esperança” para a memória que reside nesses centros do saber seria o ato de reconstruir o passado através da pesquisa. Moreira, Vani. “Memória e ensino”. Ed. Unicamp, pp 5 16- Norra, Pierre.

BOURDÉ, Guy & Martin, Hervé. “As Escolas Históricas”. Fórum da História, publicações Europa – América, 1983; BUSH, S. Leontina, “Organização dos museus Escolares”, Ed. Brasiliense, SP, 1936; Cartilha do Ministério da Cultura, 1986; CHARTTHIER, Roger. Imago, 1997; HALBWACHS, Maurice. “A Memória Coletiva”, SP, ED. Vértice, 1990; JEUDY, Henry Pierre. “Memória Social’, Ed. Forense, 1990; LARA, S. “Roteiro para Implementação de Arquivos Municipais”. SP, Secretaria do Estado da Cultura, 1996. MENESSES, Ulpiano. “Como Explorar Um Museus Histórico”; SP, Museu Paulista, 1992; MILANESI, Luís. “A Cada Invenção”, Centro da Cultura e Perfil, SP, Ed. “O Que é Documentação”, SP Ed. Brasiliense, 1986; SUANO, Marlene. “O que é Museu”. Ed. Brasiliense, SP, !986; TRINDADE.

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