O laço marginalizado: raça e religião

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Medicina

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E seguindo esta trilha, ressaltamos neste trabalho essa calamitosa situação social no Brasil. PALAVRAS-CHAVE: Raça; Etnia; Religiões de Matrizes Africanas. INTRODUÇÃO Ao escolher como tema deste artigo a exclusão e inclusão a partir dos processos de exclusão social em relação a grupos religiosos marginalizados, houve um assombro com o elevado índice de preconceito, porquanto se trata de um país miscigenado e multirracial. Ainda que o Brasil seja um país predominantemente cristão, a opressão sofrida por crenças de segmentos díspares aumenta em quantidade e intensidade, tornando-se um problema social que deve ser abordado e findado. Nesta temática, o presente texto procura, por meio de análises bibliográficas e documentais de autores como: Juliana Pereira; Emanuel Zespo; Elivaldo Serrão Custódio; Marlise Vinagra Silva; Denise Pini Rosalem da Fonseca; Victor Hellern; Henry Notaker; Jostein Gaarder; e Pierre Verger, explanar os caminhos históricos da marginalização à cultura afrodescendente, com ênfase para as religiões, bem como o atual cenário brasileiro nos processos de exclusão social desse grupo.

Iniciou-se então, no Governo-Geral de Mem de Sá, a chegada de navios negreiros repletos de africanos, que muitas vezes eram forçados a embarcar deixando sua cultura e família e enfrentando longas horas de viagens desumanas. Adentrando nestas terras, viram-se obrigados a adequarem-se ao estilo de vida imposto pelos seus senhores, isso incluía trabalho escravo e até mesmo controle religioso. Com intuito de manter a ordem e evitar possíveis rebeliões, os grandes proprietários colocavam africanos de tribos diferentes – muitas vezes com algum histórico de conflito – para conviverem juntas. Nesse sentido, Verger (2000, p. No início de sua permanência forçada nas Américas, tudo os separava, tudo os afastava uns dos outros: as línguas, os costumes, as religiões. Em consequência dessa “independência”, diversas religiões, hoje chamadas de religiões de matrizes africanas, desenvolveram-se no Brasil e crescem cada vez mais, mas cobertas pelo preconceito ainda existente.

Dentre tantas existentes, trataremos das mais seguidas: candomblé e umbanda. CANDOMBLÉ “O candomblé [. acredita na existência de uma pluralidade de deuses, com diferentes poderes e diferentes funções na vida humana, além de diferentes exigências a seus adeptos. ” (GAARDER, 2000, p. Há também a quimbanda, a qual “é a vertente da umbanda que pratica feitiçaria pesada e, para tanto, dedica-se ao culto quase exclusivo dos exus e das pombagiras”. GAARDER, 2000, p. As sessões acontecem nos terreiros que ficam dentro das tendas, como esclarece Zespo (1960, p. “denomina-se terreiro a peça da casa ou local onde são realizadas as sessões de Umbanda. Tenda ou Centro é a casa toda onde está alojado o terreiro”. Contudo fez-se possível perceber que, por mais que ainda haja um elevado índice de preconceito e marginalização, como fora o caso da jovem apedrejada ao sair de um terreiro no Rio de Janeiro1, há um aumento de seguidores nos centros de realizações dos cultos de religiões de matrizes africanas, pessoas e crenças que não se deixam abater pelo sectarismo de outrem.

A POSIÇÃO/ACEITAÇÃO DESSAS RELIGIÕES HOJE, NO SEIO SOCIAL Como dito anteriormente, seguidores de religiões de matrizes africanas no Brasil sofrem sim, diversos tipos de preconceitos, os quais costumam vir, preponderantemente, de fiéis cristãos, hoje maioria. Matéria publicada pelo Portal G1 de informação. A realidade brasileira também apresenta uma triste realidade constatada pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, a qual relatou que até 2015 haviam sido registrados “500 casos de intolerância religiosa em toda a sua história”. É evidente que este número encontra-se remotamente longe do que de fato vivencia o Brasil. Fato este que não ocorrera na 17ª Vara Federal do Rio, onde um juiz declarou ao prolatar sua sentença que “as manifestações religiosas afro-brasileiras não se constituem em religiões” e que vídeos publicados na internet ofendendo negros e seguidores destas “nada mais é do que a manifestação da liberdade religiosa do povo brasileiro”3.

Criticado por muitos e tendo sua decisão recorrida ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, pelo procurador da República Jaime Mitropoulos, o referido caso abordou diversos questionamentos, uma vez que manifestações ofensivas, não devem ser relevadas apenas como opinião. Em declaração ao sucedido, o presidente da OAB, seção Bahia afirmou4: [. o Estado brasileiro, por todos os seus órgãos, inclusive através do Judiciário, deve respeitar e defender a pluralidade cultural, étnica, religiosa e de gênero da sociedade, combatendo a intolerância religiosa e não desconsiderando jamais [. o papel histórico e as contribuições que as religiões de matriz africana tiveram e continuam a ter na formação da identidade e dos costumes do nosso povo. Disponível em: <https://periodicos.

pucpr. br/index. php/pistispraxis/article/view/7181>. Acesso em 08 nov. Acesso em 14 nov. GRELLET, Fábio. Juiz diz que umbanda e candomblé não são religiões. Estadão, Rio de Janeiro, 16 mai. Disponível em: <http://brasil. Acesso em 15 nov. Menina vítima de intolerância religiosa diz que vai ser difícil esquecer pedrada. G1, Rio de Janeiro, 16 jun. Disponível em: <http://g1. globo. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. ESPECIAL: A intolerância contra as religiões de matrizes africanas no Brasil. Disponível em: <https://nacoesunidas. org/a-intolerancia-contra-as-religioes-de-matrizesafricanas2/>. Acesso em 08 nov. com. br/374654_AS+RELIGIOES+AFRO+CONQUISTAM+A+CLASSE+ MEDIA/>. Acesso em 15 nov. SILVA, Marlise Vinagre. Gênero e religião: o exercício do poder feminino na tradição étnico-religiosa ioruba no Brasil. jusbrasil. com.

br/noticias/119874570/oab-criticadecisao-de-juiz-que-disse-que-umbanda-e-candomble-nao-sao-religioes>. Acesso em: 15 nov. VERGER, Pierre Fatumbi.

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