CRÍTICA | O SENHOR DOS ANÉIS: A SOCIEDADE DO ANEL

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Cinema

Documento 1

Em 1937, o escritor inglês J. R. R. Tolkien terminava as últimas lapidações de um desses mundos fantásticos, conhecidos como Terra‐Média. Tal estruturação, dotada de centenas de raças, batalhas, reinos e criaturas inimagináveis, serviria de base para um projeto no qual trabalharia por doze anos, concluindo‐o poucos anos após o final da II Guerra Mundial. Quase três milênios depois, o maligno objeto retorna para as mãos da mais improvável das raças da Terra‐Média, o pequeno hobbit Frodo (Elijah Wood), o qual não tem a mínima ideia de que está prestes a embarcar na última e mais perigosa jornada de sua vida. Em uma visão superficial, A Sociedade do Anel, como foi chamada a primeira iteração seguindo a cronologia dos livros, é o princípio da tradução máxima da jornada do herói.

A fórmula experimentada e comprovada pelo lendário Joseph Campbell é lida e relida até hoje por basicamente todas obras audiovisuais e literárias da esfera artística contemporânea, seja emulando‐a com sutilezas dramáticas ou escancarando‐a para o público‐alvo. Aqui, Jackson escolhe a segunda opção sem saturá‐la: é possível observar cada um dos passos descritos por Campbell, desde o Mundo Comum, passando pelo Limiar e chegando até os primeiros obstáculos. A narrativa não vê pressa em acontecer e aproveita a complexidade dos diversos personagens para criar laços que vão além do panorama geral e que permitem brincadeiras cênicas com subtramas importantes e – por que não? – muito empolgantes. Seja na presença não tão bem explorada de Legolas (Orlando Bloom), mas que seria corrigida no próximo filme, ou na insurgência de Aragorn (Viggo Mortensen), um guerreiro que mais se assemelha a uma figura paternal dos pequenos ao lado de Boromir (Sean Bean), cada um desenrola um papel importante na epopeia.

Jackson alcança um sucesso inenarrável ao tratar dos mais diversos temas, buscando inspiração direta de Tolkien. Simbologias para as aspirações e condições humanas em tempos de crise são encontradas em todo lugar, bem como respaldos deterministas que explicam a transformação irreversível sofrida pelos protagonistas e que, eventualmente, são a principal característica que nos une a eles. Dentro de uma produção tão épica quanto essa, a narrativa não se sustentaria sozinha. Não tiro mérito algum do roteiro ou do romance original, mas abro uma discussão aqui que reflete a importância imagética e sonora – afinal, estamos falando de um filme, um produto que mexe com todas as sensações do indivíduo. Tolkien Elenco: Elijah Wood, Cate Blanchett, Ian McKellen, Christopher Lee, Viggo Mortensen, Sean Bean, Orlando Bloom, Dominic Monaghan, Sean Astin, Billy Boyd Gênero: Aventura, Fantasia, Ação Duração: 178 min.

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