Manejo de bezerros

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:Administração

Documento 1

A obtenção de baixas taxas de morbidade e mortalidade na criação de bezerros é um fator essencial para maior eficiência técnica e econômica da atividade leiteira. Nas primeiras semanas de vida, bezerros necessitam de maiores cuidados e proteção, devido sua elevada susceptibilidade as infecções. A adoção de manejos básicos como: mamada do colostro, desinfecção do umbigo, identificação e descorna contribuem para os resultados satisfatórios na pecuária leiteira. Após o nascimento, o bezerro está exposto à vida extra-uterina e precisará adaptar-se o mais rápido possível para enfrentar as mudanças fisiológicas. E o fornecimento do colostro o mais cedo possível após o nascimento, contribui para saúde aos animais. Estes procedimentos devem se iniciar antes mesmo do nascimento, para garantir um bom desenvolvimento da cria e assegurar uma adequada lactação.

Para o bezerro, o processo de nascimento e a adaptação ao novo ambiente externo é uma das fases mais críticas de sua vida. Para auxiliar no parto, se faz necessário que o produtor saiba como ele transcorre. Quando o momento do parto se aproxima, alguns sinais na vaca tornam-se facilmente visivéis: desenvolvimento do úbere, dilatação da vulva, liberação do muco e relaxamento do ligamento pélvico. Pode-se dizer que o parto ocorre em três fases. Normalmente, o bezerro tenta se colocar de pé poucos minutos após o nascimento e este comportamento deve ser estimulado (ALVES e FONTES, 2008). Além disso, a regulação corporal dos bezerros dependente do ambiente, uma vez que a superfície corporal dos bezerros é maior que a sua massa corporal interna, o que propicia rápida perda de calor.

Os riscos de hipotermia são maiores em animais fracos e provenientes de parto distócico (FACURY FILHO et al. O parto distócico é caracterizado pela não expulsão do feto de dentro do útero, em decorrência de algum problema de origem materna ou fetal (TONIOLLO e VICENTE, 2003). Por isso é importante ficar atento as causas de parto distócico, a raça, conformação da vaca e ou do touro, tamanho de bezerros, cruzamentos industriais com raças européias, são fatores que podem levar ao problema, e em muitos casos é indispensável à intervenção do Médico Veterinário (BORGES, 2006; SCHAFHÄUSER et al. A onfaloflebite pode causar várias sequelas no animal, porque há a disseminação de microrganismos na circulação sanguínea, e pode levar à formação de focos infecciosos em diversos órgãos.

Conforme o órgão afetado, podem ocorrer pneumonias, artrites, abscessos hepáticos, renais, cardíacos, etc. O procedimento de cura de umbigo deve ser feito de forma tranquila e gentil, sem jogar o bezerro no chão e nem usar técnicas de contenção que possam machucá-lo. É preciso ficar sempre atento à ocorrência de inflamações e de bicheiras; em certos casos o uso de antibióticos pode ser necessário, porém devem ser aplicados sob ordens de profissionais capacitados. Primeira mamada A primeira mamada deve ocorrer de preferência até 3 horas após o nascimento, ou no máximo até 6 horas de vida. Os bezerros recém nascidos não possuem anticorpos porque o tipo de placenta das vacas não permite a passagem dos anticorpos durante a gestação.

Por isso a importância dos ruminantes ingerirem o colostro de boa qualidade e no tempo determinado, pois, os anticorpos são absorvidos no intestino dos bezerros nas primeiras horas de vida (WATTIAUX, 2011). A absorção das Imunoglobulinas (anticorpos) do colostro ocorre no intestino delgado, pelo processo de endocitose. A perda de capacidade absortiva da mucosa intestinal inicia-se logo após o nascimento e progride continuamente até completar-se, por volta de 24 horas após o nascimento (ALVES e FONTES, 2008). O colostro também apresenta um efeito laxativo e estimula as funções normais do trato digestivo (WATTIAUX, 2011). A correta identificação dos bezerros é fundamental para o gerenciamento da fazenda, pois facilita a detecção de pontos críticos e permite a tomada de decisões sobre o manejo, descarte de vacas pouco produtivas e seleção de futuros reprodutores.

O número de identificação deve ser de fácil leitura e deve permanecer inalterado. Os métodos de identificação incluem: colar ou faixa de pescoço com número brinco de plástico, tatuagem de tinta e marca a frio ou a quente (VIEIRA, 2008). O método mais comum adotado para identificação de bezerros é a tatuagem, que deve ser feita com cuidado entre as duas nervuras superiores da orelha, usando tinta de boa qualidade. Antes de pegar o bezerro prepare o tatuador e realize um teste em papel para ter certeza que o número está correto. Caso ocorra algum acidente e arrancar esta crosta, poderá ocorrer sangramento tornando-se uma porta para entrada de miíases ou bicheira, por isso é muito importante a inspeção desses animais até que a ferida seja cicatrizada, com a utilização de uma pomada cicatrizante (OLIVEIRA, 2011).

A miíase é uma infecção de pele causada por larvas de moscas que são depositadas em tecidos cutâneos necrosados ou não. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BRITO, A. S; NOBRE F. V. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. BORGES, M. C. B. COSTA, J. Na, v. n. p. BROOM, D. M. II Simpósio Mineiro de Buiatria, 2005. DIAS, R. de O. S. Alta prevalência de abscesso hepático. U. et al. Criação de Bezerros. In: 1o curso de Criação de Bezerros. Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Veterinária, Belo Horizonte, Minas Gerais. EMBRAPA Gado de Leite- Juiz de Fora, 2005. MOLENTO, C. F. M. Bem-estar e produção animal: aspectos econômicos – Revisão. Varela, 2003. p. OLIVEIRA, D. E.

de. C. M. Boas Práticas de Manejo, Bezerros Leiteiros. ed. Jaboticabal, SP. ISBN 978-85-7991- 000-5 PEREIRA, J. C. Criação de bezerras e novilhas para produção de leite. Brasília: SENAR, 2004. p. VIEIRA, R. N. F. Instalações para Criação de Bezerros em Aleitamento Disponível em: <http://www. rehagro. F. e HOLMES, C. W. Produção de leite à pasto. Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1990.

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