Engenharia Social

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Engenharia mecatrônica

Documento 1

Finalmente, mostrou-se alguns projetos de engenharia social. Como conclusão, observou-se a importância da inserção de disciplina de Ciência, Tecnologia e Sociedade na formação de engenheiros, a fim de que eles possam desenvolver plenamente seu papel social. Palavras-chave: Tecnologia social. Engenharia social. Sociedade. Como ilustração, vamos estudar um caso de tecnologia social desenvolvido por estudantes de engenharia do ITA, com ênfase em tecnologia assistiva. Ao fim deste trabalho, espera-se que seja possível compreender melhor a importância da formação em CTS e como isso impacta um engenheiro em relação a seu papel social. ENGENHARIA Segundo o dicionário Michaelis, engenharia é “A arte de aplicar os conhecimentos científicos à invenção, aperfeiçoamento ou utilização da técnica industrial em todas as suas determinações”.

Wellington (1887, apud PORTNOI, 1999), engenheiro civil norte-americano, que ficou conhecido por seu livro The Economic Theory of the Location of Railways, disse sobre engenharia: Seria bom se Engenharia fosse menos genericamente pensada como (. a arte da construção. Com base nas definições mostradas anteriormente e considerando-se suas interseções, vamos considerar Engenharia a arte de utilizar o conhecimento científico para desenvolver tecnologia que supra necessidades humanas, pois esta definição contempla os aspectos abordados neste trabalho, como a preocupação social do engenheiro. PAPEL SOCIAL DO ENGENHEIRO Segundo Caetano (2007), Marx divide a sociedade em burguesia, ou proprietários dos meios de produção, e proletariado, ou trabalhadores. De acordo com Dagnino, 2009, apesar de os engenheiros não serem proprietários dos meios de produção, geralmente se identificam mais com essa classe, pois são defensores do capital e não do trabalho.

Este é um fato inerente à sua formação, já que são ensinados a valorizar a produção eficiente e com menor custo, voltada ao progresso tecnológico lucrativo. Isso não significa que os engenheiros tenham a intenção de prejudicar os trabalhadores, mas, por buscarem fazer seu trabalho da melhor forma possível, acabam trazendo consequências que fortalecem o capitalismo e enfraquecem o proletariado. Como disse o Professor António Pinto Barbedo de Magalhães na aula inaugural de 2013 dos cursos de engenharia do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC): “engenharia faz-se para transformar o mundo em benefício de todos. Ser um engenheiro sem ser cidadão não vale a pena”. TECNOLOGIA SOCIAL Com a crescente preocupação em se formar um engenheiro consciente de seu papel social, as ciências humanas passaram a fazer parte do currículo de algumas escolas de engenharia do Brasil, como o ITA e a Unifesp.

Da interseção entre ciências duras e ciências humanas, surge o que vamos tratar neste capítulo: a tecnologia social. Figura 1: Interseção entre Ciências Duras e Ciências Humanas Fonte: Kutkowski (2005). Uma outra definição é a do Instituto de Tecnologia Social (ITS), um instituto que tem como missão “Promover a geração, o desenvolvimento e o aproveitamento de tecnologias voltadas para o interesse social e reunir as condições de mobilização do conhecimento, a fim de que se atendam as demandas da população”. Segundo o ITS, TS é definida como: Conjunto de técnicas e metodologias transformadoras, desenvolvidas e/ou aplicadas na interação com a população e apropriadas por ela, que representam soluções para inclusão social e melhoria das condições de vida.

Já a Rede de Tecnologias Sociais (RTS), que reúne instituições a fim de promover o desenvolvimento sustentável por meio de TS, diz que: Tecnologias Sociais são produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis e inovadoras, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. As três definições apresentadas, bem como a de Kutkowski (2005) são muito semelhantes e complementares, e serão usadas indiscriminadamente para nortear este trabalho. De acordo com o Caderno do ITS (Conhecimento e Cidadania 1), as TS têm as seguintes implicações: 1. Difusão e ação educativa: a efetividade da TS está ligada à divulgação e conscientização popular sobre meio ambiente e sociedade, além da ação educativa desde o ensino infantil até a universidade; 11.

Processos participativos de planejamento, acompanhamento e avaliação: todos os envolvidos devem participar ativamente de todos os passos do processo de desenvolvimento da tecnologia, de forma que todos se sintam responsáveis diretamente pelo sucesso do projeto; 12. Construção cidadã do processo democrático: o processo democrático é construído passo a passo, com o envolvimento ativo da sociedade na formulação de políticas públicas referentes à tecnologia. Os doze pontos apresentados podem ser resumidos em quatro pilares da tecnologia social, conforme mostra a Figura 2. Os pilares são: relevância social; ciência, tecnologia e inovação; participação, cidadania e democracia; educação e aprendizado. br), que é um programa da USP para estimular estudantes e professores a se envolverem com a sociedade por meio do desenvolvimento de projetos de Tecnologia Social, e a FBB (http://www.

fbb. org. br), cujo objetivo central é promover a inclusão socioprodutiva dos públicos priorizados, tendo como instrumento as tecnologias sociais, observando os 4 princípios da sustentabilidade (respeito cultural, solidariedade econômica, protagonismo social e cuidado ambiental), e contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país. Embora o conceito de tecnologia social se aplique a várias áreas do conhecimento, este trabalho pretende focar em sua relação com a engenharia e, para isso, serão apresentados, a seguir, alguns projetos de engenharia desenvolvidos no Brasil, bem como as implicações de TS em que se destacam. Estima-se que o investimento inicial seja recuperado em, no máximo, 1 ano. Devido ao seu mecanismo de funcionamento, não se utiliza de alumínio nem de vidro. O dispositivo é de fácil instalação e pode durar até 10 anos.

A foto a seguir ilustra esse tipo de aquecedor solar, diretamente acoplado à caixa d’água de uma residência. Figura 2 – Aquecedor solar de baixo custo O aquecedor soluciona uma demanda social, já que barateia o custo de energia e é eficiente e sustentável, melhorando a qualidade de vida dos beneficiados. O objetivo era criar e construir o protótipo de um carrinho que pudesse ser utilizado para esse fim, de forma simples, barata e segura. Conforme ilustra a figura a seguir, o modelo criado possui um cofre menor, composto por placas de chumbo, e um cofre maior, composto por placas de chumbo mais finas, revestidas de PVC. O protótipo foi muito bem recebido pelos funcionários do hospital, que sugeriram algumas adaptações para que ele se adequasse ainda melhor às necessidades do dia-a-dia do HC.

Figura 4 – Desenho em CAD do carriho Este projeto foi motivado por uma demanda social pelo transporte seguro e barato do iodo. Destaca-se, ainda, o diálogo entre saberes e a metodologia participativa, já que os funcionários do hospital tiveram voz ativa para opinar e sugerir mudanças no projeto original. Ao fim deste trabalho, foi possível entender a importância da formação em CTS e como isso impacta um engenheiro em relação a seu papel social. Embora tenham contemplado vários aspectos de TS e Engenharia neste trabalho, esta análise se restringiu ao cenário brasileiro, de forma que uma sugestão para trabalhos de graduação futuros seria que se estudassem, como inspiração para o desenvolvimento de TS no Brasil, os movimentos internacionais em tecnologia social, como o D-Lab do MIT (http://d-lab.

mit. edu), os cursos de Humanitarian Engineering de diversas escolas americanas e o Engineering for Change (www. engineeringforchange. Revista Tecnologia e Sociedade. Diretrizes Curriculares- Cursos de Graduação. Disponível em: http://portal. mec. gov. Disponível em: http://itsbrasil. org. br/conheca-oits-brasil/conheca-o-its-brasil/. Acesso em: 27 jun. Instituto Federal de Santa Catarina. policidada. poli. usp. br/. Acesso em: 27 jun.

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