Transporte publico

Desse modo, pode-se compreender como se dá o sistema de transporte público no país, contudo dentro de um limite razoável, pois a teoria e as definições formais não abarcam toda a complexidade que existe ao redor do mesmo. O Brasil passa por um momento histórico, no qual a melhoria dos bens públicos é exigida constantemente, vide as manifestações recentes que trouxeram à luz o descontentamento da população com o serviço prestado, mais precisamente relacionado ao aumento do valor das passagens e a não melhoria deste. Diante das parcas condições e do sucateamento no qual se encontra o transporte público brasileiro, mais pessoas veem a necessidade de adquirir seu próprio meio de transporte (carro, moto e semelhantes). Essa é, pois, uma alternativa aos problemas causados pela situação precária em que se encontram os meios de transporte oferecidos publicamente.

No entanto, a utilização e a aquisição exagerada de automóveis de uso pessoal acarretam numa superpopulação destes, gerando um amontoado de que muitas vezes não podem ser regulados pelo Estado, ao menos, não da maneira como deve ser feito. Além disso, uma parcela da renda cada vez maior dedicada ao pagamento de transporte punge a população de baixa renda, o que, por consequência gera uma instabilidade na realidade cotidiana desses indivíduos, que permanecem dentro de um círculo vicioso de descontentamento e sensação de que não são valorizados, e/ou protegidos pelo Estado, como deveriam ser, de fato. A realidade que se sabe é a de que poucas cidades brasileiras possuem efetivamente um setor para planejamento e gestão dos transportes coletivos, para garantir a transparência dos operadores privados de ônibus, uma remuneração justa e a qualidade do serviço para o usuário.

Levando isso em questão, notam-se as dificuldades em se estabelecer um sistema de transporte público com um padrão de qualidade que beire o inquestionável. O que ocorre é justamente o contrário: A insatisfação da população que deve ser servida pelo Estado, e que, no entanto, encontra empecilhos em direitos básicos de cada um. Existe uma grande dificuldade das cidades brasileiras em refrear as estruturas de poder locais que se apresentam inertes no que tange o planejamento da cidade. Desse modo se mantém o equilíbrio nessa esfera, permitindo a melhoria dos meios de transporte públicos, o que, invariavelmente, permitiria a diminuição do uso de automóveis, e inversamente proporcional a isso, aumentaria a procura e demanda pelos serviços públicos de mobilidade urbana.

Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério das Cidades (MCidades). Política nacional de mobilidade urbana sustentável. Brasília, 2004 (Cadernos Mcidades Mobilidade Urbana, n.