MEDICALIZAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão de crédito

Documento 1

PALABRA CLAVE Medicamento, Contexto Escolar, TDAH, Patologización, Saber médico. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo analisar os discursos sobre medicalização produzidos pelo contexto escolar, destacando o processo de medicalização do transtorno de Déficit de Atenção e hiperatividade, procurando estabelecer, uma critica do discurso médico e do processo de medicalização em Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Para tal, busca se entender como a prática da medicalização esta atravessada pelo sistema capitalista, saber médico, e pelos discursos dos professores, pois esses contribuem para reforçar o discurso da necessidade do medicamento como via de controle para aprendizagem. A partir de um levantamento Bibliográfico procura-se entender e compreender como o discurso pautado no saber médico tem sido enaltecido no ambiente escolar, de forma a patologiza as dificuldades de aprendizagem dos alunos no âmbito escolar.

Com esta pesquisa buscamos entender logica da medicalização perante o contexto escolar, e também o papel familiar e social desta criança. Há tempos a educação vem constituindo, cada vez mais, espaços escolares limitados aos processos de ensino e aprendizagem, processos esses que se configuram na criação de ambientes fragmentados que dia a dia se transformam em um foco de enrijecimento, seleção, estigmatização e normatização dos procedimentos educacionais, e, fundamentalmente, na massificação do desenvolvimento humano (GOMES, REY,2007). Os espaços dos contextos escolares com o tempo buscam a cada vez mais inovações e conhecimentos sobre as patologias que enfrentam no contexto escolar, com isso os processos de aprendizagens visa a trabalhar de forma que aquele aluno que possui a patologia aprenda de forma que a normatização dos procedimentos educacionais desenvolva durante o tratamento da criança.

Resende (2010), ao buscar compreender a inclusão escolar de alunos com necessidades educativas especiais, visualizando o estudo das representações de profissionais da educação, a epistemologia de pesquisa qualitativa tornou-se essencial no desenvolvimento do trabalho. A forma de tratar uma criança portadora da patologia de TDAH é considerada muito importante para o tratamento, por motivos do vinculo familiar e social. Dessa maneira verifica-se que a escola possui um padrão normativo de comportamento, e os que possuem uma conduta diferente são considerados os desviantes dessa forma são patologizados. Um dos principais medicamentos que é utilizado é a ritalina, antdepressivos tricíclicos, como a imipramina. Com isso a medicalização é considerada a primeira opção perante a outra forma de tratamento perante os diagnósticos médicos colocando o tratamento psicológico como meio de um processo educativo.

Segundo Uribe e Rojas (2007) Apud Brzozowski (2009). Compreende que o comportamento de crianças diagnosticadas com TDAH passou a ser considerados problemáticos a partir de sua inserção no meio escolar, nesse período ocorre os problemas de aprendizagem, de inquietação bem como de indisciplina, os pais desses alunos são chamados até a instituição e são esses que avaliam se devem ou não conduzir a criança ou adolescente até um profissional de saúde. Dessa maneira verifica-se que a escola possui um padrão normativo de comportamento, e os que possuem uma conduta diferente são considerados os desviantes dessa forma são patologizados. O artigo Efeitos imaginários do diagnóstico de TDA/H na subjetividade da criança discute as causas do TDAH, primeiramente trás a perspectiva médica evidenciando que não possui estudos significativos para se afirmar que a doença é originária de questões genéticas, apresentam também uma dimensão social fazendo uma critica ao modelo médico que considera o sintoma isoladamente.

LEGNANI 2012) Dentre as possíveis causas genéticas RIBEIRO (2008, apud Legnani 2012) expõe as diferentes hipóteses, primeiramente acreditam-se que o TDAH é originário de alterações neuroquímicas, já estudos neuropsicológicos de neuroimagem funcional caracteriza o por um fraco controle inibitório frontal sobre as estruturas límbicas, e por fim os estudos de tomografia computadorizada e ressonância magnética apontam diferenças no cérebro da pessoa afetada. Para Vigotsky (apud Legnani 2012) o simbólico que é constituído pelas vivencias compartilhadas, influenciam nas ações das pessoas, as funções psicológicas são atravessadas pela linguagem, de forma que as duas se entrelaçam fazendo com que uma dimensão considerada inicialmente no plano biológico, passe para um plano sócio cultural. Ainda de acordo com as idéias exposta por Legnani (2012) em oposição à ótica medica de que o TDAH se trataria de um distúrbio orgânico, se utiliza do saber da psicanalise para redimensionar essa perspectiva, desse modo o que ocorre no campo biológico é pensado como efeito da subjetividade da criança, pois o biológico é transformado pela linguagem e pela cultura, não se trata de negar o caráter orgânico do TDAH, mas sim repensa-los, pois a forma que a sinapse é atravessada pela dimensão simbólica, possibilita diferentes configurações bem como diferente forma do funcionamento cerebral, diz ainda que o discurso médico e educacional auxilia para um aprisionamento da criança á dimensão imaginária de ser uma criança portadora de uma patologia.

Segundo Brzozowski e Caponi (2013) o tratamento médico se expandiu consideravelmente nas ultimas décadas, dessa forma o campo médico se ampliou fazendo com que questões que não eram consideradas médicas fossem vistas pela ótica da medicina, assim a medicalização passa a ocorrer em processos naturais da vida, que são vistos como desvio, a autora entende como desvio de comportamento toda atitude que não é desejável pela sociedade, e nem sempre possui uma entidade nosológica, porém é visto como transtorno mental, assim ocorre o processo de medicalização desses comportamentos, podemos citar como exemplo de um desvio de comportamento a falta de atenção e a hiperatividade, principalmente a partir da metade do século XX, a medicina vem sendo utilizada como um escoadouro de questões comportamentais principalmente na escola.

Desse modo cabe à psicologia compreender os alunos como produtos de seu tempo, contribuindo com a diminuição de práticas medicalizantes e patologizantes. Referente ao contexto educacional PIROLA e FERREIRA (2007), apud COLLARES E MOYSÉS, 1996; MOLL, 2005; e outros) evidencia que o papel da escola, tem sido o debate dos estudos das ultima décadas, vistos que atualmente essa vem contribuindo para a exclusão social, pois a escola vem atribuindo dificuldades de aprendizagem ou problemas de comportamento a um número cada vez maior de crianças, isso se deve ao fato da escola publica ser controlada pelo estado, essa se caracteriza como um marco de modernidade, visto que tem forte influencia sobre os alunos, se caracteriza também por exercer força disciplinadora, reguladora e civilizatória, a escola nos últimos tempos aumentou sua capacidade de alunos o que contribuíram para realçar as ‘’diferenças’’, os autores observa que embora o problema atinja a todos, a responsabilidade pelo mau comportamento, dificuldade ou déficit, recai apenas sobre o aluno, os professores e o ensino ficam isentos de responsabilidade, pelas condutas inadequadas na sala de aula.

Conforme GUARIDO (2007, apud Viégas e Oliveira 2014) com o avanço das ciências, o comportamento dos seres humanos passou a ser vistos pela ótica da biologia, a forma de pensar e agir, passam a ser explicadas a partir do funcionamento cerebral de neurotransmissores da genética, partindo dessa perspectiva a psicopatologia pretende alcançar sua fidedignidade. Portanto para COELHO (2012, apud Viégas e Oliveira 2014) o indivíduo em relação as suas questões, passam a ter cada vez menos responsabilidade, poder de decisão e consequentemente menos liberdade, sobre sua própria vida, pois essas questões se delimitam as dosagens de psicofarmacos, as emoções, percepção, e sensações, ficam por conta do medico que ira fazer a prescrição, o ser humano passa a ser visto fora de seu contexto sociocultural.

Com isso a partir da biologização do comportamento MOYSÉS; COLLARES, (2010 apud Viégas e Oliveira 2014) afirma que crianças e adolescentes que não apresenta nenhuma patologia, apenas dificuldades no processo de escolarização, são rotuladas como portadoras de doenças, principalmente ao que diz respeito ao TDAH, cabe a quem defende a diversidade de comportamentos humanos, a lutar por essa causa denunciando a inexistência dessa patologia, partindo do pressuposto de que essa jamais foi comprovada. Apud Barros 2013) este se encarrega da vida em geral, tanto o poder disciplinar como a biopolitica atua sobre a sociedade, os primeiros se encarregam do corpo biológico, o segundo do corpo espécie que tem como objetivo regular a sociedade. Ainda de acordo com Foucault (1979, Apud Barros 2013) esse poder não só atua restringindo e coagindo as pessoas, mas age ativamente nos modos de ser dos indivíduos, atingindo a sua subjetividade.

O autor discorre ainda como a medicina social atua regulando a vida da população e como a prática de saúde na escola apresenta intima relação com as questões disciplinares e biopolitcas. O artigo aborda sobre a farmacologização e a medicalização no contexto escolar, focando na principal patologia que é TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), com isso podemos argumenta que TDAH é uma das doenças que é diagnosticada em crianças na idade escolar. De acordo Moysés (1994) O fracasso escolar considerado como consequências da desnutrição, o que é atribuído mais frequentemente às crianças, o fracasso escolar como resultado da existência de disfunções neurológicas como distúrbios de aprendizagem, a hiperatividade, a disfunção cerebral mínima, e a dislexia.

A escola procura um meio de trabalhar a medicalização incluindo a saúde dentro da escola, com intuito em fazer o meio cultural e social da criança que possui a patologia sendo psicológico ou físico, esteja inserido em um ambiente normalizado e também fazendo que ela se sinta igual às outras crianças. O fracasso escolar, ele refere se as dificuldades escola que as crianças tem no contexto escolar, que é baixa Qualidade ensino. Referências. ANTUNES, Mitsuko Aparecida Makino. Psicologia Escolar e Educacional: história, compromissos e perspectivas. br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S141385572008000200020&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 maio, 2017. BARROS, João Paulo Pereira. Biopolítica e Educação: relações a partir das discursividades sobre saúde na escola. jan.

jun. CHRISTOFARIL, Ana Carolina. FREITAS Claudia Rodrigues de. BAPTISTA Claudio Roberto. DIR. REL. INT. UNIBRASIL), CURITIBA-PR | VOL. Nº 26, DEZ 2016, P. n. p. jan. abr. LEGNANI, Viviane Neves. A Transformação do Espaço Pedagógico em Espaço Clínico (A Patologização da Educação), 1994. DECOTELLI, Kely Magalhães. TEIXEIRA, Luiz Carlos. PAULO, Bohrer e Pedro. BICALHO, gastalho. CAPONI, Sandra Noemi Cucurullo. Medicalização dos Desvios de Comportamento na Infância: aspectos Positivos e Negativos. PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2013, 33 (1), 208-221. FIGUEIRA, Paula Lampé. CALIMAN, Luciana Vieira. Educação, medicalização e desenvolvimento humano: uma leitura a partir da teoria histórico-cultural. Crítica Educativa (Sorocaba/SP), v. n. p. jul. Resende, D. O. Ferreira, P. M. Rosa, S.

667 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download