O uso de expressões e palavras inglesas no vocabulário português

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Filosofia

Documento 1

  Para algumas pessoas, o uso de estrangeirismo se caracteriza como um abuso e uma forma de dominação de um país sobre outro. Acreditamos que para outras pessoas, este uso é apenas fruto do desenvolvimento da língua e com isso, a mesma adquire um enriquecimento através da incorporação de novas palavras.   Nosso ponto de vista é que o estrangeirismo não deve ser considerado como um “problema”, não deve ser visto com atitudes reacionárias, nem se deve estabelecer impedimentos à entrada de palavras e expressões de outros idiomas em nossa língua. Nosso trabalho visa levantar considerações acerca do estrangeirismo tomando-o, não como uma invasão que possa vir a comprometer o idioma, mas como uma constatação perceptível de que este uso em uma determinada língua, não escraviza o pensamento e nem impede o raciocínio cognitivo ou a criatividade de quem quer se expressar através do uso do léxico de uma língua estrangeira seja de forma escrita ou oral, sabemos que a língua portuguesa se desenvolveu com o acréscimo de termos ligados ao desenvolvimento tecnológico e científico, portanto, de muitos estrangeirismos.

O conhecimento da língua inglesa Os brasileiros costumam utilizar palavras estrangeiras em seus textos escritos. Estrangeirismos são termos de outras línguas que por não terem uma tradução específica, foram agregados a nossa língua, como a palavra Gigabyte por exemplo. Na Língua Portuguesa não há um termo para definir a tradução de Gigabyte, que é uma medida da capacidade de armazenamento de algum aparelho eletrônico, então é mais fácil agrega-la ao vocabulário dos brasileiros. Mas sabe-se que muitas pessoas utilizam essa palavra sem saber seu significado, apenas porque ouviram alguém falar que o computador, por exemplo, é de 2 gigabytes. A repetição das palavras estrangeiras sem saber seu significado, apenas porque é bonito ou chique falar outra língua é que torna estranho o uso de destes termos, talvez até errado.

No caso de palavras como gigabyte e internet, não há como evitar que sejam utilizadas pelos brasileiros e incorporadas ao vocabulário, afinal sua tradução não é precisa, o que torna difícil para se expressar. Isso significa dizer que, tanto um Estrangeirismo quanto um Neologismo precisam ser realmente acrescentados no vocabulário da população, e não apenas em um grupo específico. Esses termos por serem disseminados pela mídia e inevitavelmente pela Internet (que também é um estrangeirismo) tornam-se parte realmente do linguajar do povo brasileiro. Alguns dos muitos estrangeirismos mais atuais, presentes no nosso dia-a-dia “Maicon acorda de manhã, vai ao banheiro, escova os dentes com pasta dental close up, se arruma, toma café e sai para o trabalho. Ao chegar, cumprimenta seus amigos, vai para sua sala, liga o computador, um notebook, e verifica o mouse.

Logo em seguida, conecta-se à web e olha sua caixa de email. Depois, assistem o Big Brother na TV e seu filho mais novo pede para jogar videogame, ele tem um playstation, mas Maicon diz que já está tarde para jogar. A esposa de Maicon muda de canal e eles percebem que está passando um show ao vivo com os hits da sua banda Gospel favorita. Mas, infelizmente, já é hora de ir dormir porque no dia seguinte a jornada recomeça. Palavras pesquisadas 1. Microcomputador Windows Starter Dual – Core Uma tradução literal seria absurda, Janelas de entrada com centro duplo, não conseguimos compreender a função desse sistema no computador. Cada um deve usar ou não a língua portuguesa por uma questão moral, e não legal. Além do mais, a língua é um importante “indicador de soberania cultural”, por isso, se o português está desvalorizado, não será uma lei que reverterá este problema.

  Todavia, lamento pelo excesso de expressões inúteis que encontramos na publicidade, tanto de TV quanto em outdoors (esta palavra já é praticamente consagrada no idioma), e também no mundo de negócios. Expressões toscas como go ou not go são totalmente descartadas.  O motivo da valorização de estrangeirismos, em especial de origem norte-americana, é o contato cotidiano com o inglês, devido à globalização, que gerou uma certa idéia de status (outra expressão estrangeira), assim parece mais fino falar pelas expressões que exigem uma ‘forçadinha’ no sotaque. Se antes era o francês, agora é o inglês! Em 1999, surgiu com bastante veemência uma proposta de proibição de usos de palavras estrangeiras no Brasil, legitimada pelo Projeto de Lei do deputado federal Aldo Rebelo, que dispõe sobre a promoção, a defesa e o uso da língua portuguesa e outras providências.

O referido deputado alegou que a língua portuguesa estava sendo invadida por expressões estrangeiras, principalmente de origem inglesa, e que isso era prejudicial à nação, uma vez que induzia a população à não utilização de nosso idioma nacional. Evidentemente, as reações dos linguistas ao Projeto de Lei foram bastante incisivas, uma vez que não haveria qualquer perigo para a língua por ela receber empréstimos estrangeiros. Os representantes da Associação Brasileira de Linguística ABRALIN, da Associação de Linguística Aplicada no Brasil ALAB e da Associação Nacional de Pós-Graduação em Letras e Linguística ANPOLL encaminharam um requerimento ao Presidente da Comissão de Educação do Senado Federal no qual se posicionavam quanto ao Projeto em quis tão.

Eles alegaram que realmente o Brasil precisa investir numa política linguística nacional, mas ratificaram a pouca contribuição que o Projeto de Lei nº 1676/99 apresentava para isso, é importante trazermos também que mesmo os gramáticos não veem relevância neste tipo de intervenção linguística. Essas palavras são introduzidas em nossa língua por diversos motivos, sejam eles fatores históricos, socioculturais e políticos, modismos ou avanços tecnológicos. As palavras estrangeiras geralmente passam por um processo de aportuguesamento fonológico e gráfico. A Academia Brasileira de Letras, órgão responsável pelo Vocabulário Ortográfico de Língua Portuguesa, tem função importante no aportuguesamento dessas palavras.   Em nossos dados, as palavras com alta frequência indicam que o processo de variação e mudança linguística encontra-se em um estágio avançado, podendo ser por nós apontado como já incorporadas ao Português do Brasil, uma vez que são palavras de uso irrestrito pela comunidade linguística, independente de fatores sociais ou geográficos, como é o caso de blog que está dicionarizado em inglês e aportuguesado, mas que não teve nenhuma ocorrência em forma aportuguesada nas revistas pesquisadas.

Além deste exemplo, internet e site são outros exemplos que denotam a circulação dos termos estrangeiros em grafia original indistintamente nos grupos sociais, apesar de o Manual de Redação da Presidência, por exemplo, trazer sítio para site. Especificamente, sobre a coleta dos dados, adotamos, como procedimento para o levantamento das ocorrências, todas as palavras em grafia estrangeira, independente da origem, de modo quantitativo, e, conforme informamos na introdução desta tese, a coleta de palavras estrangeiras restringiu-se a termos simples, termos com hífen e termos com o auxílio de preposição (caso das palavras de origem latina), tendo sido desprezadas, por nós, para análise, palavras híbridas, expressões e termos compostos. Com isso, abarcamos toda e qualquer palavra que não faça parte da língua portuguesa na sua forma vernácula, em nosso corpus.

Também, desconsideramos palavras que representaram reprodução de fala, uma vez que objetivamos, por meio dos dados, constatar o uso de palavras estrangeiras e processos de variação e mudança linguística, sendo a língua escrita, de certa maneira, mais sedimentada e menos flutuante; bem como não coletamos palavras inseridas em anúncios publicitários, já que nosso objeto de pesquisa está relacionado aos textos com tipologia efetivamente de articulação expositivo-argumentativa. Por fim, para melhor apresentar nossa análise, optamos pela classificação dos dados em âmbito de uso tecnológico, quando o termo estrangeiro é utilizado por causa do desenvolvimento científico, de uma nova tecnologia e do próprio contexto de globalização, sobretudo veiculada em língua inglesa, por ter os Estados Unidos, na atualidade, o status de força hegemônica global.

Em âmbito sociocultural, quando o termo estrangeiro é utilizado devido às trocas, aos contatos linguísticos, independentemente do país. Outro ponto refere-se à língua em seu aspecto heterogêneo, passível de sistematização, quando o usuário se torna fundamental no processo de sistematização de casos de variação: internet é um exemplo. Com isso, respondemos às questões por nós levantadas e constatamos que a incidência atual do uso das palavras que não apresentam similar em língua portuguesa é relativamente alta, mas não o suficiente para ameaçar nosso sistema, o que se comprova quando verificamos que os fatores delimitadores entre o uso em menor ou maior escala de uma palavra em língua estrangeira passam pela necessidade de se atribuir um significante para um significado, fruto de desenvolvimento de uma nova tecnologia, por exemplo, caso de notebook.

Bibliografia CONRAD, David. Minidicionário escolar de inglês: inglês – português, português – inglês. São Paulo: DCL, 2008. ed. São Paulo: Editora Ática, 2009.   ROCHA, Ana.  Termos básicos de literatura, linguística e gramática. Porto: Europa-América, 1997. Trad. Marcos Bagno. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

130 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download