Desenvolvimento Sustentável: A sua importância e principais ferramentas de avaliação

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Ciencias ambientais

Documento 1

Dessa forma, é possível entender de que forma a preocupação evoluiu a ponto de influenciar o surgimento do termo desenvolvimento sustentável que engloba a teoria do desenvolvimento e o atual conceito de sustentabilidade. O principal desafio dentro deste assunto consiste na elaboração de indicadores que sirvam como ferramentas de avaliação, sendo de grande importância para a consolidação do desenvolvimento sustentável como uma nova teoria de desenvolvimento econômico. Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável. Sustentabilidade. Desenvolvimento econômico. O Ecological Footprint Method. Histórico. Fundamentação Teórica-Empírica. Conceito de Desenvolvimento Sustentável. O Dashboard of Sustainability. INTRODUÇÃO O final do século XX presenciou o crescimento da consciência da sociedade em relação à degradação do meio ambiente decorrente do processo de desenvolvimento.

O aprofundamento da crise ambiental, justamente com a reflexão sistemática sobre a influência da sociedade neste processo, conduziu a um novo conceito — o de desenvolvimento sustentável. Este conceito alcançou um destaque inusitado a partir da década de 1990, tornando-se um dos termos mais utilizados para se definir um modelo de desenvolvimento. Esta crescente legitimidade do conceito não veio acompanhada, entretanto, de uma discussão crítica consistente a respeito do seu significado efetivo e das medidas necessárias para alcançá-lo. Na medida em que não existe consenso relativo sobre o conceito, observa-se uma disparidade conceitual considerável nas discussões referentes à avaliação da sustentabilidade do desenvolvimento. Esta parte inicial, que descreve e analisa as ferramentas a partir das três dimensões anteriores, utilizou-se principalmente de textos e trabalhos oriundos dos institutos e dos autores que desenvolveram as metodologias observadas.

A última parte deste trabalho traz consigo algumas considerações importantes sobre os métodos estudados e sobre a etapa final que trata de sua análise comparativa. DESCRIÇÃO DAS FERRAMENTAS 2. O Ecological Footprint Method 2. Histórico Dentre os métodos selecionados para realizar esta análise comparativa, um dos grandes destaques foi o Ecological Footprint Method. O processo de avaliação reforça sempre a visão da dependência da sociedade humana em relação a seu ecossistema. O Ecological Footprint Method é descrito pelas pessoas que o desenvolveram como uma ferramenta que transforma o consumo de matéria-prima e a assimilação de dejetos, de um sistema econômico ou população humana, em área correspondente de terra ou água produtiva. Para qualquer grupo de circunstâncias específicas, como população, matéria-prima, tecnologia existente e utilizada, é razoável estimar uma área equivalente de água e/ou terra.

Portanto, por definição, o Ecological Footprint é a área de ecossistema necessária para assegurar a sobrevivência de uma determinada população ou sistema. O método representa a apropriação de uma determinada população sobre a capacidade de carga do sistema total (WACKERNAGEL e REES, 1996; CHAMBERS et al. O ser humano, além de seu metabolismo biológico, possui um "metabolismo" industrial e cultural. O método Ecological Footprint supera esta limitação, invertendo a interpretação tradicional do conceito de capacidade de carga. O método não procura definir a população para uma determinada área geográfica em função da pressão sobre o sistema, mas, sim, calcular a área requerida por uma população de um determinado sistema para que esta população se mantenha indefinidamente.

Resumidamente, este método consiste em definir a área necessária para manter uma determinada população ou sistema econômico indefinidamente, fornecendo: a) energia e recursos naturais e b) capacidade de absorver os resíduos ou dejetos do sistema. O tamanho da área requerida vai depender das receitas financeiras, da tecnologia existente, dos valores predominantes dentro do sistema e de outros fatores socioculturais. Isto é realizado dividindo-se o consumo anual per capita (kg/capita) pela produtividade média anual (kg/ha). Os autores lembram que alguns itens de consumo incorporam diversas entradas, e a estimativa de área apropriada por cada entrada significante torna o cálculo do Ecological Footprint mais complicado e também mais interessante do que aparece no conceito mais básico do sistema. A área do Ecological Footprint média por pessoa é calculada pelo somatório das áreas de ecossistema apropriadas por cada item de consumo de bens ou serviços.

No final, a área total apropriada é obtida através da área média apropriada multiplicada pelo tamanho da população total. A maioria das estimativas existentes do Ecological Footprint Method é baseada em médias de consumo nacionais e médias mundiais de produtividade da terra. Enquanto isso, a pressão sobre a integridade ecológica e a saúde humana continua aumentando. Neste sentido, iniciativas mais efetivas para alcançar a sustentabilidade são necessárias, incluindo-se o desenvolvimento de ferramentas que estimulem o envolvimento da sociedade civil e que avaliem as estratégias de desenvolvimento, monitorando o progresso (WACKERNAGEL E REES, 1996; CHAMBERS et al. Para seus autores, o Ecological Footprint reflete a realidade biofísica. Eles reafirmam que o método mostra uma natureza finita e que o sonho do crescimento ilimitado não é realizável.

Advertem ainda que, apesar de atrativa, a visão do crescimento sem limites pode destruir a espécie. Eles argumentam que a sustentabilidade é na verdade um conceito simples, ao menos conceitualmente, e ponderam que as implicações do modelo Ecological Footprint Method podem ajudar a entender pelo menos as necessidades ecológicas para se alcançar uma sociedade sustentável. A interpretação dos autores para a definição de desenvolvimento sustentável, encontrada no Relatório Brundtland, é que o imperativo econômico convencional, maximização da produção econômica, deve ser restringido em favor dos imperativos sociais (minimização do sofrimento humano atual e futuro) e ecológicos (de proteção da ecosfera). O desenvolvimento sustentável depende então de reduzir a destruição ecológica, principalmente através da diminuição das trocas de energia e matéria- prima dentro da economia.

Neste sentido, a sustentabilidade para os autores se assemelha à proposta do Material Inputs per Service (MIPS), de desmaterialização da economia e do aumento da qualidade de vida, principalmente para a maioria mais pobre do mundo. Pela primeira vez o meio ambiente e a equidade se tornam fatores explícitos dentro da questão do desenvolvimento. Uma outra vantagem apresentada pelo método é sua adaptabilidade às condições locais. Os autores colocam que não adianta apenas utilizar o fluxo de energia global, por exemplo do sol, por metro quadrado, quando esta energia é diferentemente aproveitada nos diferentes sistemas da ecosfera. A questão ecológica fundamental que se coloca dentro do desenvolvimento sustentável é se os estoques de capital natural serão suficientes para atender esta demanda antecipada de recursos. E, para os defensores do Ecological Footprint Method, este sistema aponta para esta questão diretamente, fornecendo um meio de comparação da produção do sistema da ecosfera com o consumo gerado dentro da esfera econômica.

Ele indica onde existe espaço para maior crescimento econômico ou onde as sociedades extrapolaram a capacidade de carga (WACKERNAGEL e REES, 1996; CHAMBERS et al. O sistema também não inclui diversas questões importantes, que muitas vezes estão diretamente relacionadas à utilização da terra, como áreas perdidas de produtividade biológica em função de contaminação, erosão e utilização urbana. O Ecological Footprint Method apenas considera os efeitos econômicos das decisões relativas à utilização de recursos. Estas simplificações na metodologia de cálculo muitas vezes levam a perspectivas mais otimistas do que efetivamente ocorre na realidade. REFERÊNCIAS BOSSEL, H. Indicators for Sustainable Development: Theory, Method, Application — a report to the Balaton Group. Winnipeg: International Institute for Sustainable Development, 1997. ISSN 1025-6636.

HARDI, P. BARG S. Meaduring Sustainable Development: Review of Current Practice. Washington: Island Press, 2001. Assessing Progress Toward Sustainability: The System Assessment Method Ilustrated by the Wellbeing of Nations. Cambridge: IUCN, 1997. Barometer of Sustainability: Measuring and Communicating Wellbeing and Sustainable Development. Cambridge: IUCN, 1997. The World Bank, 1994. WACKERNAGEL, M. REES, W. Our Ecological Footprint. Gabriola Island, BC and Stony Creek, CT: New Society Publishers, 1996.

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