Entre o tradicional e o novo: o psicodiagnóstico como componente de consolidação do fazer psicológico na prática

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão de crédito

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Já no Psicodiagnóstico Interventivo a sua aplicabilidade tem como objetivo servir de mediador na comunicação entre paciente-terapeuta, trazendo uma simultaneidade dos processos de avaliação e intervenção e são geralmente instrumentalizados em psicoterapia breve. Por fim, entendemos que ambos os modelos de psicodiagnóstico se fazem importantes, em virtude de ampliar o campo de atuação do profissional de Psicologia e consequentemente cumprir, em específico, com o Art. IV dos seus princípios fundamentais do Código de Ética do Psicólogo, o que amplia a prática clínica. Palavras-chave: psicodiagnóstico tradicional; psicodiagnóstico interventivo; psicologia clínica; psicoterapia breve; avaliação psicológica. Psicodiagnóstico Tradicional 1. Dentro de um referencial psicanalítico, o modelo diagnóstico tradicional desenvolvido por Ocampo et al (2005) tem orientado as pesquisas e as práticas de muitos profissionais acerca do psicodiagnóstico clínico.

Esse modelo enfoca os aspectos transferências e contratransferências decorrentes deste processo e em como estes aspectos podem interferir em suas etapas. Além disso, coloca ênfase determinante na entrevista clínica que pressupõe uma investigação dos vetores indicados pelo paciente, e da devolutiva, que caracteriza a comunicação dos aspectos adaptativos e patológicos avaliados de forma ampla na personalidade daquele que se submete ao processo psicodiagnóstico. Ainda dentro deste referencial, o modelo Interventivo Compreensivo, desenvolvido por Trinca (1984) busca, segundo Araújo (2007) uma visão totalizadora e integra­dora da personalidade, por meio de uma compreensão abrangente das dinâmicas psíquicas, estratégias de diagnóstico e avaliação psicológica intrafamiliares e socioculturais dotadas de uma maior flexibilidade na estruturação do processo psicodiagnóstico, onde as intervenções são feitas por meio de propostas devolutivas no decorrer do procedimento.

Ao longo deste trabalho de conclusão de curso, se discutirá primeiramente a definição de psicodiagnóstico numa visão tradicional, descrita por Ocampo et al (2005), para, em seguida, ampliar a discussão para o reconhecimento de um modelo interventivo também muito difundido entre profissionais brasileiros que trabalham com o referencial psicanalítico. Frente esta prática, a presença do paciente era vista como imprescindível, alguém de quem o psicólogo esperaria que colaborasse docilmente. E seguindo este raciocínio, Ocampo et al (2005), apontam que “Tudo que desviasse deste propósito ou interferisse em seu sucesso era considerado uma perturbação que afeta e complica o trabalho” (OCAMPO ET AL, 2005, p. Os psicólogos, neste sentido, estariam assujeitados a um modelo similar ao modelo médico, que na busca por garantir eficiência e objetividade, opera numa "fria enumeração de dados, traços, fórmulas, [.

Não integrados numa gestalt que apreenda o essencial da personalidade do paciente e permita evidenciá-lo" (OCAMPO et al, 2005, p. Ocampo et al (2005) chamam a atenção para a transferência dos conceitos e do enquadre psicanalíticos para a lógica diagnóstica. Nesta lógica, Cunha (1986), salienta a plasticidade do diagnóstico psicólogo e dos objetivos que este pode possuir. Procedimento Cunha (1986) define como passos do psicodiagnóstico: o levantamento de informações relacionadas ao motivo da consulta; a seleção e o uso de métodos e técnicas para coleta de dados do avaliando; o levantamento dos dados qualitativos e quantitativo; formulação de inferências a partir da integralização de todos os dados, partindo das perguntas iniciais e do objetivo do exame; por fim, a comunicação dos resultados e o encerramento do processo.

Ocampo et al (2005), por sua vez, define o psicodiagnóstico a partir de quatro passos, os quais: "1. º) Primeiro contato e entrevista inicial com o paciente. º) Aplicação de testes e técnicas projetivas. Neste sentido, o psicodiagnóstico se divide em algumas etapas, nas quais primeiramente, a partir da entrevista inicial ou do primeiro encontro, o psicólogo planeja o decorrer do processo psicodiagnóstico, em quantas entrevistas se dará e quais serão os métodos e instrumentos a serem utilizados. Num segundo momento, o psicólogo realiza uma coleta mais sistematizada dos dados do cliente. Em terceiro, o psicólogo faz a junção de tudo o que colheu, levando em consideração o histórico do cliente (passado), seu diagnóstico (presente) e seu prognostico (futuro). E a última fase do processo psicodiagnóstico relaciona-se a devolução e esclarecimento ao cliente e ao profissional que solicitou o diagnóstico psicológico, das hipóteses diagnósticas a que se chegou por meio de todo esse processo.

Por fim cabe destacar que o psicodiagnóstico envolve o componente responsabilidade, pois tal processo corresponde à uma avaliação e como tal tem o poder de influir e de modificar a vida das pessoas. A autora ainda ressalta que a situação diagnóstica tem o potencial de trazer a tona aspectos centrais da personalidade do individuo, ele também entra em contato com a gênese seus próprios conflitos. O que possibilita ao entrevistado um melhor entendimento de seu sofrimento, tornando-o sensível a possíveis intervenções. Existem vários modelos de Psicodiagnóstico Interventivo, baseados em referencias teóricos diferentes, entres os modelos mais difundidos no Brasil, destaca-se o Psicodiagnóstico interventivo psicanalítico. SCHAURICH, 2011). Tal modelo tem princípios em comum com “Consultas Terapêuticas” de Winnicott, e também apresenta similaridades com o Psicodiagnóstico Compreensivo, que busca abarcar as dinâmicas intrapsiquicas, intrafamiliares e sociocultucas como forças em interação, que em conjunto resultam no sofrimento e desajuste do individuo definido.

Onde os alunos da graduação em Psicologia, podem promover experiências terapêuticas em pouco tempo, o que atende as necessidades das clínicas-escolas, pois há uma grande demanda de pacientes, e os alunos estão limitados à carga horária dos estágios, ou seja, são realizadas de modo geral psicoterapias breves. A seguir, vamos elucidar com mais detalhes as possibilidades de uso do Psicodiagnóstico Interventivo. Psicodiagnóstico Interventivo e o campo de atuação Galgado na relação de eficácia e temporalidade, um custo benefício de grande valor em psicoterapias breve, o Psicodiagnóstico Interventivo tem sido bastante usual em Instituições cuja demanda de atendimento é de alta frequência. Segundo Schaurich (2011) as Clínicas-Escolas são os locais onde tais práticas estão sendo realizadas.

Por ser uma Instituição que atende tanto ao interesse do público que procura atendimento quanto por ser um espaço que recebe alunos para estágios e aplicação de pesquisas, o Psicodiagnóstico Interventivo demonstra conseguir abarcar o trabalho conjunto entre teoria e prática. Trazendo para o estudo de caso em si, Schaurich (2011) informa que a demanda chegou à Clínica-Escola via encaminhamento da Instituição de ensino do adolescente, para a avaliação clínica e possível psicoterapia. Na época o participante tinha 16 anos, cursava o terceiro ano do ensino médio e apresentou as seguintes queixas: dificuldade no relacionamento com o pai; baixo rendimento escolar; apatia; desmotivação; baixa autoestima; comportamento hostil; agressiva em casa; e psicossomatizações. O psicodiagnóstico Interventivo de orientação psicanalítica de Barbieri (2009) serviu de base para a fundamentação do atendimento e como método de investigação científica que resultou em uma dissertação de mestrado.

Após o recebimento do encaminhamento seguiu-se os procedimentos de praxe. Como C. Logo, Shaurich (2011) aponta a eficácia e possibilidade de avaliação/intervenção no Psicodiagnóstico Interventivo, neste caso, nas questões inconscientes do adolescente atendido. CONCLUSÃO  O Psicodiagnóstico interventivo não veio para substituir totalmente o modelo tradicional. As pesquisas apontadas neste trabalho corroboram com a justificativa de que há demandas especificas para melhor eficácia de cada modelo. Além de ser uma porta aberta para mais estudos aprofundados em Psicologia e suas diversas áreas de atuação. Tal hipótese de estudo se corrobora mediante o Código de Ética do profissional de Psicologia, no principio fundamental IV, no qual afirma que o Psicólogo deve atuar com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática.

Porto Alegre: Artmed, 1995. BARBIERI, V. JACQUEMIN, A. ALVES, Z. O Psicodiagnóstico Interventivo como método terapêutico no Trabalho Infantil: fundamentos teóricos e prática clínica. p. BARBIERI, V. et al. Por uma ciência-profissão: o psicodiagnóstico interventivo como método de investigação científica.  Psicologia em Estudo, v. Código de Ética do Profissional do Psicólogo. Brasília/DF. Nov. MOREIRA, J. ROMAGNOLI, R. SCHAURICH, A. Psicodiagnóstico Interventivo: novos rumos na prática e na pesquisa em psicologia clínica. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Rio dos Sinos, Programa de Pós Graduação em Psicologia, 2011.

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