Educação escolar e transformação social

n. p. abr. set. O objetivo do artigo "Educação escolar e transformação social" de Adriano Moreira (2011) é discutir a relação entre educação escolar e transformação social, o autor utiliza de autores marxistas em sua fundamentação teórica, utilizando a obra do próprio Marx (2001). Para o autor "o capitalismo se caracteriza não apenas como um sistema econômico e social que priva o homem de sua condição humana, mas que também nega a muitos a manutenção da própria existência física (animal)", (MOREIRA, 2011, p. Moreira (2011) faz a seguinte questão: A superação desse estado de coisas se impõe, indubitavelmente, como uma necessidade urgente, da qual depende a própria sobrevivência humana. Mas será que isso é possível? Como resposta o autor faz uso dos pensamentos de Mészáros (2005), que discute duas tentativas para superar a exploração de mão de obra pelo capitalismo, o autor analisa as propostas do economista político Adam Smith, e o reformador social e educacional utópico Robert Owen.

Para Smith "quando toda a atenção de uma pessoa é dedicada a uma dentre dezessete partes de um alfinete ou a uma dentre oitenta partes de um botão, de tão dividida que está a fabricação de tais produtos. As mentes dos homens ficam limitadas, tornam-se incapazes de se elevar (Smith apud Mészáros, 2005, p. A educação se localiza no trabalho não-material e apresenta duas modalidades: "a primeira, se refere às atividades em que há separação entre o produto e o produtor, nas quais existe um intervalo entre a produção e o consumo, como por exemplo, nos casos dos livros e dos objetos artísticos; a segunda modalidade abrange as atividades em que o produto não se separa do ato de produção e não há intervalo entre produção e consumo, como o caso da atividade docente em sala de aula"(MOREIRA, 2011, p.

A educação, portanto, age com intencionalidade, ensinando aquilo que é construído historicamente e coletivamente pelo conjunto de homens, porém nessa ideia de educação é necessário separar o que é essencial e o que é supérfluo, é preciso então definir bem os conteúdos. Para Saviani (1997), esses conteúdos precisam considerar os "clássicos" que são os conhecimentos que resistiram ao tempo, “que não se confunde com o tradicional e também não se opõe, necessariamente, ao moderno e muito menos ao atual” (Saviani, 1997, p. Esses conteúdos também precisam estar bem organizados e sistematizados considerando os espaços, tempos e procedimentos para o desenvolvimento do trabalho pedagógico. O saber sistematizado não se trata de qualquer saber, mas é um saber bem elaborado, sistematizado, não fragmentado, à cultura erudita e não a cultura popular.

Contudo, o papel da escola é de suma importância para acabar com a desigualdade de classes. Porém, não podemos responsabilizar apenas a escola por essa incumbência, pois os problemas da escola não se resumem a si mesma, como já foi dito ela é alvo de interesses capitalista que querem usá-la a serviço do capitalismo.