Comentários dos brasileiros na internet em relação ao aumento de imigrantes haitianos no país

Tipo de documento:Produção de Conteúdo

Área de estudo:Antropologia

Documento 1

O estudo dirigido tem como objetivo maior explanar e tentar compreender a visão de pessoas sobre outras pessoas, mostrando o olhar que o Brasil e os brasileiros têm com relação à vinda desses imigrantes. Logo após um terremoto de aproximadamente sete graus na Escala Richter, em 2010, uma das regiões mais pobres da América atingida, a cidade de Porto Príncipe, no Haiti, ficou devastada. Com mais de 300 mil mortos e milhares de desabrigados, o país se via em sua primeira crise emigratória. Em 2012, um furacão voltou a atingir as regiões mais pobres do Haiti, causando mais destruição, miséria e mortes. Em menos de dois anos, os habitantes, que já sofriam com a pobreza extrema e a política instável, ficaram sem outras alternativas além da emigração para outros países próximos à procura de melhores condições de vida.

Em uma matéria no site do G1 citando a entrada de muitos haitianos pelas fronteiras do Acre e a superlotação das comunidades que os abrigam, Cristiani Pereira, em um comentário, critica a posição do governo em dar empregos aos imigrantes em “detrimento” dos brasileiros, citando os diversos funcionários demitidos da Petrobras em 2014 após o escândalo de corrupção. O comentário teve 17 pessoas apoiando e 6 contrárias a opinião. Uma notícia postada no Blog da Amazônia informando o aumento de vistos em Porto Príncipe, no Haiti, para combater parte da imigração ilegal e dos chamados “coiotes”. Utilizando o apelido “Coringa Alvinegro”, um dos leitores diz: “Isso é reflexo do desgoverno dos Petralhas, se não tem nem emprego pra brasileiros, imagina pra imigrantes sem estudo.

Daqui a pouco essa corja maldita vai extraditar brasileiros natos desempregados pra Cuba!”. REGIÃO NORDESTE Na região que menos recebeu imigrantes haitianos no país, o Nordeste, há bem menos registros de comentários na internet sobre a onda de imigração. Em uma das poucas ocorrências, João Albérico, que mora no Rio Grande do Norte, diz, em seu Twitter, que essa “invasão” é uma “vergonha vergonhosa”. Em outro tweet, ele reclama do direito de votar desses imigrantes, questionando “o que esses caras conhecem aqui?” (sic). Ainda no Twitter, Aécio Araújo, utilizando o apelido “#CORRUPTOFOBICO”, diz que deveria ser criada uma “colônia agrícola pra esses haitianos”, complementando em outro tweet, “e eles plantam abacaxi de até 12kg”. Cláudio Humberto, editor do jornal Tribuna do Norte, expressou sua opinião em sua coluna pessoal, chamando o Brasil de “A casa da mãe Joana” e de “irresponsável” por não fazer “gestões junto aos governos da Bolívia e do Peru, por onde chegam os haitianos, para exigir vistos”, além de demonstrar certo pessimismo ao dizer que “estudo recente mostra que 91% dos haitianos querem viver no Brasil”​.

Desse modo, têm que atuar em outros serviços em que não se exige curso superior, como na construção civil, por exemplo. No Mato Grosso do Sul a história é bem semelhante; Campo Grande virou também o destino de haitianos que buscam uma melhor qualidade de vida. Os municípios de Rio Brilhante e Ivinhema são opções secundárias de destino, por conta de frigoríficos. Para eles, a descoberta da capital de Mato Grosso do Sul é por conta da divulgação de empreiteiras sobre existência de trabalho ou contato com quem que já vive na cidade. A jornada para chegar a Campo Grande é complicada. Com tanto brasileiro desempregado e dando vaga pra estrangeiro!!! [. A informação sobre a vinda desses haitianos ao país e dos empregos que eles estão aderindo não parece chegar à toda população brasileira.

REGIÃO SUL Foram encontrados mais demonstrações de xenofobia em outra matéria do G1, dessa vez na sessão catarinense do site e com o título “Haitianos e senegaleses chegam a Florianópolis vindos do Acre”. A matéria fala sobre os ônibus que foram mandados do Acre para a cidade de Florianópolis, sem que fosse avisado a qualquer órgão municipal que pudesse dar auxilio a esses imigrantes. A maioria dos comentários foram tão contra quanto os anteriores, com um teor racista que demonstra pouco conhecimento por parte do autor, Cesar Santos, que comenta “Meu deus que ta acontecendo, meu sul ta virando a africa” (sic). Isso não é preconceito, é realidade”. Bruno Piccoli tocou no assunto racismo ao comentar que ninguém gravou um vídeo sobre os garçons uruguaios e argentinos que moram na cidade de Porto Alegre, mas como o imigrante haitiano é negro, acabou sendo agredido e filmado no posto gaúcho.

“Na última semana, notei 3 novos garçons uruguaios/argentinos em 3 restaurantes que costumo almoçar aqui em Porto Alegre. Ninguém fará vídeo desses. Motivo? São brancos e um tem olho azul. Por isso eles têm reforçado nos últimos anos a contratação de imigrantes”. Antônio Torres, secretário de Desenvolvimento Social do Acre, diz que “Ninguém toma o trabalho de ninguém”, que “eles ocupam os espaços que estão vazios. As empresas têm demonstrado que têm mercado de trabalho”. Ele também diz que esses imigrantes “vão gerar uma economia local, ajudar o Brasil a crescer”. Outro ponto muito levantado pelos brasileiros é de que os imigrantes não possuem boa formação acadêmica e que os únicos empregos que eles conseguem são os ditos “indignos”.

Se vêm da Europa, nós dizemos “Welcome”. CONCLUSÃO Levando-se em consideração esses comentários, ​conclui-se que as relações entre o povo brasileiro e os imigrantes haitianos ainda é muito conflitante. Grande parte da população brasileira pede ao governo que medidas sejam tomadas para fiscalizar a vinda de haitianos ao Brasil, assim como os Estados Unidos fazem em relação ao México. Essa mesma parcela da população brasileira usa de argumentos vazios - e muitas vezes racistas -, baseados em senso comum, para diminuir os imigrantes e se vitimizarem, alegando que os haitianos estão “roubando” os empregos dos cidadãos brasileiros. Sem muito esforço, com uma pesquisa não muito aprofundada aprofundada, se percebe o quanto essa visão está distorcida, pois os haitianos estão ocupando vagas no mercado de trabalho que os nativos costumeiramente rejeitam, dando a entender que muitos brasileiros não buscaram o mínimo de informação antes de opinar sobre o assunto.

​Twitter​. Disponível em <http://bit. ly/1gjqOb6>. Acesso em 18 jun. ARAUJO, Aecio. Acesso em 29 jun. HANGAI, Luis Antonio. Na última semana 162 haitianos e senegalenses passaram por Santa Catarina. ​Diário Catarinense​. Disponível em <http://bit. ​Tribuna do Norte​. Disponível em <http://bit. ly/1H3I2j4>. Acesso em 29 jun. LONGO, Malu. me/1Ch2Yqf>. Acesso em 22 jun. MACHADO, Altino. AC “exporta” haitianos e vira porta de entrada da África no Brasil. ​ Blog da Amazônia​. Haitianos são maioria entre imigrantes no mercado de trabalho formal no Brasil. ​Blog da Amazônia​. Disponível em <http://bit. ly/1IEAE2m>. Acesso em 18 jun. webflow. io>. Acesso em: 18 jun. STOCHERO, Tahiane. Entrada diária de haitianos triplica e quadro preocupa, diz governo do Acre. AUTOR DESCONHECIDO. Brasil vai ampliar concessão de vistos a haitianos.

Portal Terra​. Disponível em <http://bit. ly/1JQ5Ees>. Disponível em <http://glo. bo/1ce91zk>. Acesso em 29 jun. AUTOR DESCONHECIDO. Mais de sete mil haitianos entraram no Brasil, pelo Acre, só em 2015. Acesso em 29 jun.

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