ANÁLISE COMPARATIVA DA CADEIA PRODUTIVA DA PIAÇAVA EM BARCELOS-AM E NA BAHIA-BA

Tipo de documento:Análise

Área de estudo:Administração

Documento 1

Issue, 11, pp. November, 2021 https://doi. org/10. ijdr. RESEARCH ARTICLE OPEN ACCESS ANÁLISE COMPARATIVA DA CADEIA PRODUTIVA DA PIAÇAVA EM BARCELOS-AM E NA BAHIA-BA *1Jose Carlos Guimaraes Junior, 2Aline Dos Santos Moreira De Carvalho, 3Breno Giovanni Adaid-Castro and 4Pedro Carlos Pereira 1Doutor em Biodiversidade e Biotecnologia - Universidade do Estado do Amazonas-UEA; 2Mestranda em Ciências da Educação pela Universidade Columbia Del Paraguay/Instituto IDEIA–Brasil; 3Professor Doutor - IESB, Universidade de Brasilia, University of Oregon; 4Professor Adjunto da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/Brasil ARTICLE INFO Article History: Received 15th August, 2021 Received in revised form 23rd September, 2021 Accepted 06th October, 2021 Published online 23rd November, 2021 Key Words: Cadeia Produtiva, Piaçava, Extrativismo. Copyright © 2021, Jose Carlos Guimaraes Junior. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.

Citation: Jose Carlos Guimaraes Junior, Aline Dos Santos Moreira De Carvalho, Breno Giovanni Adaid-Castro and Pedro Carlos Pereira. “Análise comparativa da cadeia produtiva da piaçava em barcelos-am e na bahia-ba”, International Journal of Development Research, 11, (11), 51389-51393. INTRODUCTION Existem pelo menos três espécies diferentes de piaçaveiras e que são exploradas comercialmente no Brasil, desde o período colonial: a piaçava do Pará (Leopoldinia piassaba Wallace), originária do Amazonas e do norte do Pará; a piaçava acreana (Aphandra natalia), que ocorre no vale do Rio Juruá e, piaçava da Bahia (Attalea funifera Mart) (LORENZI, 2010). Assim é que esse artigo descreve a cadeia extrativista da piaçava na Amazônia- Barcelos, e da Bahia. A Cadeia Produtiva da Piaçava em Barcelos: A atividade extrativista da piaçava é descrita por Guimaraes Junior (2021), sendo integradas pelas seguintes fases: escolha do local onde existem as palmeiras, estabelecimento dos retiros, local onde dormem e se alimentam e a abertura das picadas.

A coleta da piaçava ocorre durante todo o ano, variando apenas as quantidades de retiradas das piraíbas, visto que na época de poucas chuvas, os igarapés ficam com um nível muito baixo, prejudicando o escoamento da fibra. Um ponto importante em relação aos igarapés, refere-se ao fato de que muitos deles “tem donos”, ou seja, uma determinada pessoa faz todo o processo de “abertura” do canal onde passa o leito do igarapé, de maneira que os pequenos barcos possam chegar mais próximo possível dos retiros; e em função disso, os extrativistas pagam um percentual de sua produção para poderem utilizar esses canais. A Cadeia Produtivada Piaçavana Bahia: A piaçava da Bahia é endêmica e é encontrada predominantemente na zona de transição entre a restinga e a mata higrófila1 (ambas associadas ao Bioma Mata Atlântica), sobre os tabuleiros próximos ao litoral (SILVA, 2002), e verificam-se em grandes áreas de ocorrência natural da espécie, que anteriormente foram ocupadas por comunidades indígenas e, posteriormente, com populações negras, remanescentes de quilombos; atualmente estão nas mãos de grandes empresários, proprietários de terras e indústria do turismo.

R. O. Barreto N,(2009), comenta que “o Litoral Norte da Bahia o objetivo da extração da piaçava é apenas para a confecção de artesanato, fato esse que o diferencia do Litoral Sul da Bahia, onde a piaçava é usada também para a confecção de vassouras. O extrativismo da piaçava no Estado da Bahia tem relação direta com a ocupação do estado pelos indígenas intensa relação com o histórico de ocupação dos povos indígenas concomitante a chegada dos negros no litoral do atual estado da Bahia. A piaçava da Bahia foi descrita por Martius, em 1825, utilizando a união de duas palavras latinas: “funis”, substantivo que significa “corda”, “amarra”, e “ferens”, adjetivo que significa “que produz”. No que se refere a industrialização da fibra da piaçava, existem poucas empresas que beneficiam essa matéria prima para a transformação em vassouras e escovas principalmente, sendo essas de pequeno porte e praticamente uma produção artesanal.

Um fator que providenciou o surgimento de indústrias de beneficiamento de vassouras, foi a domesticação da palmeira, onde fez surgir várias empresas, mais precisamente no Sul da Bahia. Fonte: Matos, L. C. V Figura 3. Com base nas visitas realizadas e a obtenção de dados, foi possível elaborar o quadro (1) abaixo. Os fluxogramas das duas cadeias são similares, com algumas pequenas diferentes no que se refere, principalmente a facilidade de acesso aos piaçavais, variável essa que afeta no valor pago a fibra pelos comerciantes, e função das distâncias a serem percorridas para a aquisição da fibra, no caso de Barcelos. No que se refere aos extrativistas, mesmo tendo toda uma estrutura jurídica, no caso da Bahia, observou-se que o processo de vínculo proposto a idéia de cooperativismo, é muito tímido, nos dois casos.

Em se tratando da preocupação em se repassar os conhecimentos e técnicas tradicionais de exploração extrativista da piaçava, nos dois casos são preocupantes, pois na situação dos extrativistas do Amazonas, onde a vontade de ir para a “cidade grande” é intensa, principalmente por parte dos jovens; primeiro para ter acesso a diversões como futebol, televisão, etc, bem como para estudar em uma escola melhor; já na percepção dos mais velhos, para terem acesso a serviços médicos e uma melhor qualidade de vida quando estiverem mais velhos. Ainda no caso do extrativismo em Barcelos, não existe nenhuma forma de vínculo empregatício entre os comerciantes e os extrativistas, situação essa que deixa esses atores em situação delicada, pois não tem direitos trabalhistas e nem a aposentadoria.

Valor do KG da piaçava tem caído muito, em função dos produtos sintéticos vindos da China. Sem acesso a assistência médica de direito, ou em Barcelos ou quando equipes de médicos vão até as comunidades extrativistas. Retiros na floresta Não tem poder de negociação no preço da piaçava- sistema de aviamento é a regra. Alguns piaçaveiros já foram beneficiados pelo programa PGPMBio. Remuneração ocorre quando os regatões vão até os retiros. O processo envolve até (8) profissionais, desde o extrator, passando pelo processo de beneficiamento, até o beneficiamento da fibra Venda da fibra é para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, onde são transformadas em vassouras e similares. Boa parte são beneficiadas e são exportadas para o uso em cobertura de quiosques.

Mesmo tendo sido sugerido a proposta de Ementa Constitucional-PEC 320/2009, que previa a alteração do item II do inciso § 7º do artigo 201 da Constituição Federal para regulamentar a aposentadoria do extrativista vegetal; essa ainda não foi sequer analisada, estando no aguardo na formação de uma Comissão Temporária para suas análises e provável aprovação. Evidenciamos que o Governo Federal com a aprovação da reforma da previdência, transfere para os estados a competência para a modificação desse assunto. A atividade de extrativismo em Barcelos-AM, é uma tarefa árdua, pois esses atores chegam a ficar isolados na floresta por meses, ficando sujeitos as intempéries da selva, bem como a animais peçonhentos, situação dita como normal pelos extrativistas. Ementa Constitucional-PEC 320/2009,disponível em: https://www.

camara. leg. br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?id Proposicao=594512, acesso em julho de 2021 GUIMARAES JUNIOR, José Carlos- O extrativismo da piaçava (Leopoldina Piassaba Wallace) no município de Barcelos-AM/ José Carlos Guimarães junior. Manaus(AM):[s. ibge. gov. br/home/geociencias/cartografia/glossario/gl ossario_cartografico. shtm. Acesso em: 04 jul. Disponível em: http://www. ibge. gov. br/home/geociencias/ cartografia/glossario/glossario_cartografico. shtm. Utilização de fibras vegetais para reforço de plásticos. Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária, v. p. PIMENTEL, Noara Modesto- Uso Tradicional, Manejo e Processamento da Piaçava da Bahia (Attalea funifera Mart. Noara Pimentel. SILVA, L. A. M. A Piaçava da Bahia. Ilhéus: Editus, 48 p.

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