Resumo - O problema dos gêneros discursivos - Mikhail Bakhtin

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Serviço Social

Documento 1

In: Estética da criação verbal. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes. O objeto deste resumo é o capítulo “O problema dos gêneros discursivos”, presente no livro Estética da criação verbal de Mikhail Bakhtin, filósofo e pensador russo. Nesse trecho do livro, Bakhtin mostra que, ao longo da história, a natureza do enunciado não teve a devida atenção nos estudos dos gêneros discursivos, ocasionando formalismos que afastavam a linguagem da vida. Bakhtin também aponta que, em muitos momentos, os limites entre gramática e estilística quase desaparecem. Se um fenômeno linguístico concreto for analisado somente dentro do sistema da língua, será um fenômeno gramatical. Se o fenômeno for analisado dentro da totalidade do enunciado individual ou do gênero, será um fenômeno de estilo.

Mesmo existindo uma divisão metodológica clara entre os dois pontos de vista, ambos devem combinar-se organicamente e um não pode substituir o outro de forma mecânica. Na sequência, o autor explica que, durante muito tempo, promoveu-se a ideia de formação do pensamento independente de comunicação. Porém, se a oração está diante da realidade do outro, esperando uma resposta ou compreensão, ela terá se tornado um enunciado pleno. Nesse sentido, não existe intercâmbio de orações, mas intercâmbio de enunciados que podem ser formados por palavras e orações. A segunda peculiaridade do enunciado é a conclusibilidade, que tem relação direta com a primeira. Isso quer dizer que a alternância dos sujeitos no discurso ocorre precisamente quando o falante disse tudo o que queria dizer em um determinado momento.

Ou seja, ela é necessária para que haja a possibilidade de resposta pelo outro. Essa relação também determinará a escolha dos recursos lexicais, gramaticais e composicionais do enunciado. Até que esses recursos sejam escolhidos para expressar a posição do falante, eles serão absolutamente neutros, pois os recursos sozinhos e em si mesmos nada valorizam. O mesmo se aplica às orações, que serão neutras até se tornarem um enunciado concreto. Um dos recursos utilizados pelo falante para expressar a sua relação emocional com o objeto do discurso é a entonação expressiva que aparece durante a execução oral. Ela é um traço constitutivo do enunciado e, fora dele, ela não existe. O enunciado também é cheio de tonalidades dialógicas, ou seja, do pensamento dos outros, do que já foi dito sobre o seu objeto.

Desse modo, o discurso do outro terá sempre dupla expressão, a sua própria e a alheia; o objeto do discurso, independente de qual for, não será pela primeira vez objeto; e o falante desse discurso não será o primeiro a falar deste objeto específico, que já foi avaliado e contestado de diferentes formas inúmeras outras vezes antes disso. No entanto, o autor lembra que o enunciado não está ligado somente ao que já foi dito antes, mas também ao que virá depois na comunicação discursiva, pois desde o início do enunciado o falante já está esperando uma ativa compreensão responsiva. Isso leva ao último traço constitutivo do enunciado: o endereçamento. Ao contrário da palavra e da oração, todo enunciado possui, além do autor, um destinatário, que influenciará a escolha do gênero, os procedimentos composicionais e o estilo utilizado.

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