RESENHA DE CUNHA Manuela C Relações e dissensões entre saberes tradicionais e saber científico Revista USP v 75 p 76-84 2007

p. CREDENCIAIS DA AUTORA Manuela Carneiro da Cunha é professora da Universidade de São Paulo, atuou no Departamento de Antropologia da Universidade de Chicago, com ampla pesquisa na área indígena. Autora de inúmeros livros, dentre os quais merecem destaque Direitos dos Índios (1987) e História dos Índios no Brasil (1992). RESUMO ARTIGO O artigo “Relações e dissensões entre saberes tradicionais e saber científico” foi publicado em 2007 na Revista da Universidade de São Paulo, e não possui divisão interna. A autora inicia afirmando que existem diferenças entre a ciência e a ciência tradicional. Porém, um ponto que a autora chama a atenção é para o fato de que o reconhecimento do valor da ciência tradicional não significa o reconhecimento da validade de seus conhecimentos, fato que leva muitos cientistas a buscar “ensinar” os membros de comunidades tradicionais o “jeito certo” de se fazer algo.

Por fim, a autora apresenta uma problemática contemporânea. Trata-se da questão da biopirataria. Segundo ela, a posição do Brasil apresenta um paradoxo: internacionalmente, o Brasil defende a diversidade epistemológica no sentido de evitar a biopirataria; porém, internamente, há o estímulo à uma espécie de biopirataria nacionalista, em que os cientistas advogam para si o direito de explorarem saberes tradicionais, sob a bandeira do “patrimônio nacional”. Para concluir, a autora defende que as comunidades tradicionais possuem sua própria lógica e há o desafio em reconhecer e preservar a diversidade de conhecimentos tradicionais, sem uma ação predatória.