Resenha do capítulo 6 do livro Segredos Internos engenhos e escravos na sociedade colônia de Stuart Schwartz

Tipo de documento:Projeto de Pesquisa

Área de estudo:Religião

Documento 1

No livro “Segredos Internos: engenhos e escravos na sociedade colônia”, Schwartz apresenta a sua interpretação do Brasil e formação, descrevendo as relações de trabalho, do Estado e da sociedade civil, com um olhar narrador-observador, sem deixar de lado as narrativas construídas pelos brasileiros, com foco nos detalhes que colaboraram para a construção da cultura e das práticas cotidianas dos brasileiros, sem deixar de lado a relação aos colonizadores e as práticas de dominação que constituíram complexas relações de poder subordinadas ao Estado moderno nascente, a Igreja e os grandes proprietários de terra. O livro reúne dezessete ensaios que tratam de assuntos distintos, mas que a temática permitiu o agrupamento em três grandes temas. O primeiro compreende a discussão da economia colonial, em especial do escravismo na agro exportação e da produção voltada ao mercado interno.

O escravismo foi implantado na década de 1530, quando os colonizadores iniciaram a ocupação da América Portuguesa, por meio das Capitanias Hereditárias. De início, a relação de trabalho existente foi o escambo com os povos indígenas, entretanto, com a ocupação sistemática, surgiu a necessidade de um sistema trabalhista com grande número de trabalhadores braçais a baixo custo. O trabalho assalariado era o que tina percentual menos dominante. É importante ressaltar que a mão-de-obra e o trabalho escravo se desenvolveram em todos os setores, em todas as instâncias da sociedade brasileira naquele período, e as relações deixaram suas marcas e vestígios culturais, em nossa sociedade até os dias atuais, contribuindo para a grande miscigenação populacional brasileira, mesmo que esses fatos sejam interpretados de forma forçada, devido a ambição imposta pelos brancos em mantê-los como mão de obra escrava.

As jornadas de trabalho dos escravizados variavam: o plantio (preparação do solo) demandava diariamente aproximadamente 13 horas de labor enquanto o trabalho da corte e a moagem da cana-de-açúcar demandavam 18 horas diárias. Os escravos integravam 80% dos trabalhadores e trabalhavam plantando, colhendo, guiando boiadas, pescando, caçando, entre outras coisas. Existiam os escravos na produção do açúcar e esses constituíam aproximadamente 10% dos escravizados. Portanto, é descrita a forte influência do Estado e da Igreja, deixando explícito a ideologia de deformação e o privilégio do colonizador, ao mesmo tempo que se determinam as relações de trabalho quanto de organização social. É explicito que, para o autor, as classes dirigentes castraram a possibilidade do novo, pois organização estatutária e jurídica brasileira somente expressava os interesses de dominação e privilégios a nobreza sendo a sua maior manifestação.

Como é possível perceber, Schwartz induz a leitura de um Brasil escravocrata, uma sociedade em que o Estado e a Igreja foram fundamentais para a constituição da reações sociais e econômicas, que a formação de uma sociedade miscigenada e que culturalmente múltipla, como apresenta-se nos livros didáticos de história, sofreu processos de dominação, que as peculiares da formação da cultura brasileira permeiam complexas relações entre os sujeitos sociais e seus legados culturais são fruto de um conflito por aculturação.

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