Fichamento EICHENGREEN Barry A globalização do capital uma história do sistema monetário internacional

Tipo de documento:Redação

Área de estudo:Saúde coletiva

Documento 1

São Paulo: Editora 34, 2000, pp. O recorte do texto de Barry Eichengreen disserta acerca do padrão ouro, o qual remete ao modelo de fluxo de moedas metálicas de David Hume. O autor aponta que a proposição do filósofo inglês adota premissas simplificadores, no sentido de que Hume considerava um mundo no qual circulavam apenas moedas de ouro e onde o papel bancário era inexistente. Eichengreen explica que, nesse sistema, quando uma mercadoria era exportada, recebia-se um pagamento em ouro que era cunhado na casa da moeda, assim como toda vez que a mercadoria era importada, fazia-se o pagamento exportando ouro. Dessa forma, um país com déficit comercial tinha esse segundo cenário superando o primeiro. O autor aponta que, de modo geral, era utilizado a “taxa de redesconto”, na qual o banco/intermediário financeiro emprestava dinheiro ao comerciante por um período de tempo.

O banco central podia adiantar esse dinheiro a outros bancos imediatamente, em troca do título e do pagamento de juros – justamente os juros cobrados eram a “taxa de redesconto”. Portanto, “através da manipulação de sua taxa de redesconto, o banco central podia interferir no volume de crédito doméstico”1, a partir disso, o equilíbrio do balanço de pagamentos poderia ser reestabelecido sem que houvesse transferências de ouro. Tal prática ficou conhecida como “jogar segundo as regras”. Entretanto, o texto aponta que Arthur Bloomfield descobriu que o desrespeito a essas “regras” eram comuns mesmo antes dos períodos “excepcionais” como os da Guerra de 1914. Tradução Sérgio Blum. São Paulo: Editora 34, 2000, pp. Ibidem, pp. redução nos gastos domésticos podia ser acomodada por uma queda nos preços e custos, não por um crescimento do desemprego.

Tal fato reduzia mais a pressão para se preocupar com o desemprego. Para reduzir uma crise, poderia ser necessário que as taxas de redesconto dos bancos centrais se movessem em direções opostas. Para haver cooperação, seria necessário que outros países permitissem que fluísse ouro para um banco central com dificuldades. Uma grande crise poderia exigir que bancos adotassem medidas excepcionais para dar apoio a um banco central em dificuldades. Esse tipo de cooperação era crucial nesses períodos e contradiz a visão segundo a qual o padrão ouro era um sistema atomizado. Outro fator é que uma crise de liquidez, referente a um pânico de mercado, alterava o próprio padrão ouro. Outro fato que dava maior margem de manobra a um banco central eram as “clausulas de exceção”, invocadas também em momentos de crise: os bancos centrais poderiam permitir que suas reservas declinassem para abaixo do mínimo estabelecido e até abaixo do ponto de exportação do ouro; outra clausula de exceção era a do próprio sistema bancário, na qual, as instituições financeiras enfrentavam uma corrida a um banco permitindo que ele suspendesse suas operações e assumiam o controle de seus ativos e passivos, em troca de liquidez.

O autor afirma também que, fora da Europa, os resultados não foram satisfatórios. A prática de cooperação, por exemplo, raramente alcançava regiões distantes. Os países da periferia não colocavam em risco a estabilidade sistêmica da Europa, logo, os bancos centrais europeus não pareciam muito inclinados a estabelecerem a relação de solidariedade internacional desses países. Muitos países fora da Europa sequer dispunham de bancos centrais para articular tal prática. Desse modo, Eichengreen está argumentando que a ideia do padrão ouro como sistema atomizado e regulador das forças de mercado é limitada, visto que não leva em consideração a disposição sociohistórica na qual o modelo foi proposto. Do mesmo modo, a ideia do padrão ouro como regulador só faz sentido se é levado em consideração o papel de instituições bancárias centrais e governos para a manutenção e condução do sistema.

EICHENGREEN, Barry. Op. Cit.

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