Sofrimento psíquico do Trabalhado bancario

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Administração

Documento 1

Devido a reestruturação do setor bancário na década de 80, as demissões aumentaram, bem como as atribuições do funcionário no banco. Isso ocasionou, em conjunto com más práticas de gestão, o aumento na incidência de adoecimento mental nos trabalhadores bancários. Assim, o estudo pretende expor maneiras de intervenção, uma vez que uma gestão eficaz pode promover qualidade de vida a essas pessoas. Uma boa gestão é preocupada com o bem-estar dos funcionários, uma vez que está vinculada à satisfação do cliente e, por consequência, da empresa. Algumas medidas se mostram eficazes, como promoção de lazer, escuta, participação dos processos da empresa, possibilidade de tomada de decisão, diminuição da carga horária e compartilhamento de vivências em grupo, o que demonstra uma conjuntura favorável para a intervenção dos gestores com a finalidade de minimizar o sofrimento psíquico de trabalhadores bancários.

Keywords: Mental Illness. Bank worker. Management. INTRODUÇÃO O adoecimento mental proveniente da intensa carga de trabalho e práticas inadequadas de gestão, amplificadas ao longo do século XX em função da conjuntura capitalista, mostra-se presente nos mais diversos campos laborais, o que não é diferente para os trabalhadores bancários. O aumento da intensidade dessa carga em concomitância com o risco constante de demissão, que tem ganhado força nos últimos anos, sobretudo recentemente durante a pandemia de coronavírus, tem contribuído com a falta de perspectiva para o futuro destes funcionários. A categoria bancária desde a década de 80 tem sido impactada com a reestruturação produtiva e essas transformações provocaram o “aparecimento de queixas de assédio moral e a consequências mais sérias na saúde de alguns trabalhadores, tais como depressão e suicídio.

” (MACIEL et al. Nesse sentido, o trabalhador bancário da atualidade tem jornadas de trabalho mais longas; metas a serem cumpridas; pressão pela produção e controle estrito sobre os tempos de trabalho, entre outras modificações na organização do trabalho. O bancário vive uma transformação que o coloca frente a frente às novas formas de organização do trabalho e sofre as consequências disto: um maior número de afastamentos do trabalho por LER (Lesões por Esforços Repetitivos), estresse decorrente do trabalho e sofrimento mental (Grisci, 2002; Grisci & Bessi, 2004; Laranjeira, 1997, 2001; Lima & Maciel, 2001; Maciel, 2000a, 2002b; Segnini, 1999 apud MACIEL et al. p. Entre 1996 e 2005, os suicídios por parte de trabalhadores bancários tiveram uma média de um a cada 20 dias e, a cada 4 homens mortos, sendo uma mulher.

Desses números totais, 60% foram após os 40 anos (SANTOS, 2009). Foram mencionadas, ainda, algumas características comuns as quais foram vinculadas às condições de emprego no Brasil, como por exemplo a gestão pelo medo, instigada por ameaças de desemprego. As reestruturações econômicas e produtivas suficientemente evidentes nos últimos 30 anos promoveram impactos em níveis micro e macro. Um dos principais fatores de adoecimento apresentados nos últimos 6 anos dentro da classe trabalhadora foi o modo como a gestão afeta o relacionamento das pessoas no trabalho, junto às suas tarefas diárias. Assim, trabalhar mais e melhor os traz recompensas, mesmo quando esvaziados de sua própria subjetividade (MENDES, 2003 apud CARRASQUEIRA, MORAES, SOBOLL, 2014). Essa é a lógica que pretende fazer com que o trabalhador suporte cargas-horárias extensas, em busca da alta produtividade.

Pesquisas demonstram que o sofrimento psíquico do trabalhador bancário não é um caso isolado, mas evidente (MERLO e BARBARINI, 2002) e está intimamente relacionado a práticas precárias de gestão (MENDES et al. MARQUES e GIONGO, 2016). De 2009 para 2017, os números de afastamentos do trabalho por bancários dispararam em 30%, mais especificamente de 13. A vergonha explica a dificuldade que as vítimas têm de se expressar, sobretudo quando o assédio é individual. Confusas e humilhadas, ficam sem condições de se defender sozinhas, de tomar as providências corretas e até mesmo de ousar falar. apud AGÊNCIA COMUNICA 360, 2017) Um líder ruim pode afetar a vida pessoal do funcionário. Ademais, o ambiente de trabalho se torna hostil, a imagem da empresa é prejudicada, a criatividade da equipe cai e pode, inclusive, aumentar o risco de doença cardíaca que, combinando ao sedentarismo e à obesidade, tem sua incidência aumentada em 60% (RIBEIRO, 2019).

O ofício do líder é guiar os trabalhadores para o equilíbrio entre sua saúde mental e seus resultados, no entanto há fardos e responsabilidades pesados demais sendo delegados em função dos bons resultados e cumprimento de metas. Malaquias (2018) ainda lista os fatores que geram boa saúde mental no trabalho, quais sejam: participação dos trabalhadores nos processos de melhoria da organização do trabalho; envolvimento ativo e consulta dos trabalhadores na melhoria do seu ambiente de trabalho; todas as medidas destinadas a melhorar o bem-estar no trabalho, por exemplo possibilidade de horário flexível ou de teletrabalho; encontrar sentido no trabalho realizado; ter condições para tomar decisões no trabalho; ter condições para organizar o trabalho de acordo com seu próprio ritmo; abordar a questão da alimentação saudável; promoção da saúde mental através da oferta de cursos para gestores sobre formas de lidar com o estresse e a tensão mental possivelmente encontrado em suas equipes; exercícios e atividades físicas (p.

Mendes (2003) se dedicou a discorrer sobre o enfrentamento ao sofrimento psíquico do trabalhador bancário, através da fala coletiva e relatos sobre suas vivências de trabalho. Relatou que os profissionais participantes utilizam como forma de enfrentamento ao sofrimento desde práticas saudáveis como atividade física ou terapia, até métodos mais escapistas, ignorando por meio de argumentos lógicos. Esta argumentação consiste em um mecanismo de defesa que demonstra que os investigados no estudo permanecem inertes à situação, o que é compreensível tendo em vista que o banco não oferece espaço para mudanças e parece impossível se voltar contra as estruturas de poder que os rodeiam. A autora ainda expõe que: a organização, as condições e as relações de trabalho assumem papéis fundamentais para a natureza, a intensidade e as características das estratégias de enfrentamento do sofrimento.

Com relação aos sindicatos, cada vez mais procuram parcerias com universidades para programas de apoio. Um caso de sucesso está no artigo realizado por Paparelli (2011), no qual relata que: as experiências vividas em uma parceria do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e o curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Várias vivências são relatadas como fruto dessa parceria, como as pesquisas e as intervenções feitas com trabalhadores visando desmistificar questões de saúde mental relacionadas ao trabalho (MARQUES, 2016, p. Nesse artigo mencionado, foram construídas juntamente com os psicólogos medidas para enfrentamento coletivo e individual com a finalidade de amenizar o sofrimento (PAPARELLI, 2011 apud MARQUES, 2016). Faz-se importante, portanto, segundo Marques (2016, p.

Isso, a longo prazo, gera uma relação de fidelidade entre o colaborador e a empresa. Práticas de liderança se mostram eficazes quando estão relacionadas à melhoria da harmonia local de trabalho. Verificou-se a importância da coletividade e a eficácia do compartilhamento de suas vivências para o enfrentamento ao sofrimento, já que é uma questão comum a uma categoria. Ficou nítido que as medidas mais satisfatórias envolvem considerar as subjetividades dos funcionários, promovendo a escuta das suas queixas e a melhor comunicação com os gestores. Até mesmo as modificações na gestão devem ser consultadas, já que podem ser confundidas com aumento da carga-horária. Revista Espaço, São Paulo, v. Disponível em: http://www. apcefsp. org. br Acesso em: 10 nov.

FapUNIFESP (SciELO). doi. org/10. s0102-71822007000300016 MALAQUIAS, Tiago Tomaz de Lima. A saúde mental e o papel do líder. set. MATTOS, Elisangela Carpenedo de. Prazer e sofrimento no trabalho bancário: um olhar sobre o gestor intermediário. f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016. n. p. jun. REDAÇÃO SPBANCARIOS (Brasil). Bancários são feitos reféns e têm de continuar trabalhando. br/interna/emprego-e-rh/nunca-subestime-a-ma-lideranca-e-o-impacto-de-trabalhar-em-um-ambiente-toxico. Acesso em: 12 nov. SANTOS, Marcelo Augusto Finazzi. Patologia da solidão: o suicídio dos bancários no contexto da nova organização do trabalho. f. org. br/noticias/bancarios-estao-entre-as-categorias-que-mais-adoecem-no-pais-48ac/. Acesso em: 10 nov. WROLLI, Rodolfo. Número de bancários doentes dispara em oito anos.

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