ARTIGO SOBRE CONSUMIDOR DE BAIXA RENDA

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Finanças

Documento 1

RESUMO O presente artigo tem como premissa entender os hábitos de consumo das classes C e D no que se refere ao processo de decisão de compra e em como a utilização do e-commerce influencia, ou não, neste processo. Através de uma pesquisa exploratória nos bairros Lagoinha em Eusébio e Centro Eusébio ambas no Ceará, além de, descobrir os níveis de utilização do comércio eletrônico pelos consumidores de baixa renda, estabelecer um comparativo entre estes níveis em uma comunidade no interior do estado do Ceará e uma comunidade localizada na capital do estado, o estudo também pretende responder questões importantes do ponto de vista das organizações, tais como, se os altos investimentos que as empresas fazem para distribuir seus produtos no comércio eletrônico estão efetivamente, atingindo o que corresponde a maior parte da população brasileira, as classes C e D.

A metodologia da pesquisa centrou-se em um estudo bibliográfico e uma pesquisa de campo, cujos instrumentos para coleta de dados consistem em um questionário com múltipla escolha direcionado aos moradores das localidades acima citadas. Concluiu-se que o e-commerce nesta região ainda está ganhando adeptos e espaço de maneira que esses consumidores se mantêm distantes das compras on line. O fato é que este trabalho não encerra a questão aqui proposta, mas revela que a população precisa conhecer melhor a internet e o e-commerce, mas quando se trata do poder de decisão de compra optam pelo comprar e muito, porém nos moldes tradicionais. Low income. E-commerce. INTRODUÇÃO O tema central deste trabalho é o comportamento do consumidor de baixa renda, mais especificamente as pessoas pertencentes às classes C e D, considera-se dessa classe social pessoas que têm renda mensal entre 2 e 10 salário mínimos, população representada por 49,22% da classe C, já a classe D conta com 24,35% da população (VISSOTTO et al, 2013), assim quer-se saber se esta fatia da população brasileira utiliza-se do comércio eletrônico (e-commerce) como uma alternativa no processo de decisão de compra.

Segundo Mariano (2007) 31 milhões de lares brasileiros pertencem às classes CDE. São 71% dos domicílios urbanos do país e que hoje detém maior poder de compra. O universo da pesquisa será um total de 100 pessoas das localidades acima citadas através de aplicação de um questionário semiestruturado com 14 questões objetivas e de múltipla escolha, versando sobre o perfil dos pesquisados, bem como suas escolhas na internet e as motivações que os levam a comprar ou não neste sítio. Os resultados encontrados na pesquisa serão apresentados em forma de gráficos e tabelas, em que serão discutidas as impressões dos entrevistados e uma interpretação à luz dos autores usados no trabalho bibliográfico. CONHECENDO O E-COMMERCE A nova configuração para as compras vêm acompanhando as mudanças pelas quais a sociedade atravessou ao longo do tempo, especificamente no que se refere à utilização de recursos tecnológicos.

A rede mundial de computadores, a Internet, tornou-se uma prática universal, acessível hoje a todas as classes sociais. Aliada a essa inovação, o comércio aproveitou-se desse fenômeno para não apenas realizar seu marketing, mas fazer grandes investimentos em vendas pela web. analisando famílias com rendimento de até 10 salários mínimos, o número de domicílios com acesso à Internet evoluiu 2,1 milhões em 2003 para 6,8 milhões de lares em 2007, um considerável aumento de 217%. É nesse limiar que se percebe que o comércio eletrônico, hoje, não se concentra apenas nas classes mais abastadas, haja vista que as classes emergentes da sociedade aderiram a esta ferramenta e têm se integrado neste tipo de comércio. Entretanto, não podemos nos restringir apenas ao lado positivo do e-commerce, uma vez que esta modalidade também apresenta seus entraves, fraudes eletrônicas evoluem em paralelo com a evolução das transações comercias via web, interferindo diretamente na confiabilidade destas transações.

Aliado a esses fatores, não se conhece no Brasil uma legislação específica que regulamente o comércio eletrônico, embora já tenham sido elaborados projetos de lei que, enquanto esperam aprovação, os consumidores procuram amparo legal no Código de Defesa do Consumidor. O CONSUMIDOR DE BAIXA RENDA O consumidor é toda a pessoa física ou jurídica que adquire bens de consumo, sejam produtos ou serviços; alguém que faz compras; aquele que consome. Já a classe D conta com 24,35% da população, tendo sua renda inicial em R$768 mensais. Por fim, a classe E equivale a linha de pobreza no Brasil, contendo pessoas com renda inferior a R$768 mensais. Entretanto, ao contrário da classe C que vem apresentando crescimentos sucessivos, a classe E apresentou uma redução, em 2008, de 12,27%, que representa as pessoas que migraram para a classe D (NERI, 2008).

Nesta definição é considerado consumidor de baixa renda as pessoas pertencentes as classes C, D e E, neste trabalho porém, o enfoque se dará apenas nas pessoas das duas primeiras classes. Durante muito tempo esta parcela da população foi discriminada e não era alvo das grandes empresas já que o poder de compra era detido em sua maioria pelas classes mais elevadas. Ressalta-se ainda que para este fenômeno tenha havido uma grande aumento no número de famílias que hoje desfrutam destas tecnologias, fruto de um maior poder de consumo que situa estas famílias no que hoje se chama de nova classe média, porém este poder de consumo tem agregado em si características que vão além do econômico, mas envolvem questões sociais.

No comércio observa-se que a internet veio agregar e trazer maiores investimento para as empresas que hoje tem um público relevante na busca pela compra na web. A internet é uma das tecnologias que mais cresceu, se desenvolveu e passou a ser posse de um grande número de pessoas no mundo em pouco espaço de tempo se comparada a tecnologias como o rádio, o telefone ou a TV (BARBETA, 2002). Segundo pesquisas, no Brasil o número de famílias que fazem uso de internet banda larga tem aumentado considerável e progressivamente nos últimos três anos, de maneira que as famílias passam a ter acesso a esta tecnologia em suas próprias casas, tornando-se hoje quase como uma ferramenta indispensável na vida das pessoas seja para o acesso às redes sociais, às informações ou para realizar compras (LADEIRA, 2000).

Pereira e Biondi ( 2012, p. Soma-se a isso, o fato de que este público tem sido foco de propagandas e de marketings que visa convencer este público das facilidades e das comodidades de comprar on-line. Esses tipos de clientes cresceram principalmente depois da estagnação do mercado entre as classes AB, de modo que o mercado consumidor passou a ser os que antes eram considerados como os pobres e sem poder de compra, quadro revertido devido à fatores econômicos e de políticas públicas (MARIANO, 2007). O fato é que essa mudança nos paradigmas do consumidor em que a classe alta se viu obrigada a mudar seus modelos de compra, deixando de ser exclusiva, para dar espaço à presença da classe emergente, acabou acarretando um grande impacto, pois a classe emergente alcançou condições de vida melhores, passando a comprar bens duráveis, produtos de melhor qualidade e realizando investimentos em educação.

Assim, a internet veio revolucionar e agregar ao poder de compra destes consumidores, porém há aquelas pessoas que nem sempre confiam neste tipo de comércio, entender o que influi na decisão de compra destas pessoas envolve analisar seus gostos e a confiabilidade que este meio de compra passa a seus clientes e é isto que esperamos detectar na pesquisa aqui empreendida. ASPECTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA De acordo com Lakatos e Marconi (1996) pesquisar não é apenas buscar a veracidade; é descobrir respostas para assuntos propostos, empregando metodologias científicas, neste artigo quer-se saber que fatores influenciam as classe C e D a optarem pela compra ou não na internet, aumentando a procura por este meio pelas classes de baixa renda. Vale ressaltar que os participantes contribuíram para o estreitamente dos vínculos, traduzindo-se numa postura de confiança e envolvimento com a pesquisa.

As informações adquiridas foram de grande importância para o desenvolvimento do trabalho. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Durante a pesquisa focou-se o público composto pelas pessoas da classe C e D e uma vez identificada essa amostra, tem-se que dos 100 participantes 53% eram do sexo masculino e 47% do feminino, revelando um público mesclado com números bem próximos. Quanto à idade dos mesmos o gráfico 01 revela: Gráfico 01- faixa etária dos entrevistados. Fonte: Comunicação pessoal. Fonte: Comunicação pessoal. O gráfico 4 revela que a maioria das pessoa usam a internet em suas próprias casas, uma parcela menor usa em locais tais como vizinho, escola ou trabalho e os demais na lan house e há também uma pequena minoria que diz não ter acesso a essa tecnologia.

Percebemos que o advento da internet é crescente e que já faz parte da vida das pessoas em suas próprias residências, esta realidade se dá entre outros fatores, ao aumento da estabilidade financeira de boa parte da população brasileira. Consoante Zappe Jr. o mercado hoje se encontra muito ligado a rede, pois ela possibilidade agilidade e otimização dos processos de compra e venda, além de ser um ótimo meio para o marketing, de maneira abrangente, rápida e menos onerosa para os donos das empreses. Fonte: Comunicação pessoal Notamos que dos compradores na internet, a maior parte (65%) só o faz esporadicamente, às vezes, uma menor parte (28%) diz que sempre compra e a minoria diz só comprar quando não encontra o produto procurado nas lojas, de modo que a população pesquisada demonstra não fazer muito uso das compras no e-commerce, fato que diferencia da realidade de outras cidades, como estudo feito por Macedo et al.

com acadêmicos do curso de Administração da Universidade Estadual de Ponta Grossa que concluiu que 65,34% já efetuaram compras na internet e 34,65% não efetuaram compras. Yaccoub (2011) pondera que muitas vezes as pessoas têm a internet em suas casas, mas só conseguem olhar as redes sociais, deixando de usar outros benefícios que esta ferramenta pode oferecer. Assim, os que usam o e-commerce disseram que o acessam pelas seguintes razões: Gráfico 07- razão pela qual usa compras na internet. Fonte: Comunicação pessoal Das pessoas que dizem comprar na internet, a maioria (41%) afirma que o faz pelo fato dos preços serem mais baixos, 28% afirmam que a comodidade é o melhor fator, 21% apontam a diversidade como diferencial e apenas 10% diz que compra quando não encontra na loja.

Para isto questionamos qual o grau de confiabilidade do e-commerce exposto no gráfico 09: Gráfico 9- confiabilidade do e-commerce. Fonte: Comunicação pessoal. Apesar da maior parte dos entrevistados, usuários do e-commerce dizer que nunca tiveram problemas com compras virtuais, a confiabilidade deles é mediana, visto que 72% diz que o grau de confiabilidade é média, seguido de 24% que afirma confiar muito e 4% que não confia muito. Logo, mesmo com a contradição entre a confiabilidade e a busca por produtos, vemos que os consumidores desse mercado são desconfiados com o mesmo, apesar de não terem tido problemas e acreditarem que os preços dessas lojas são melhores. Podemos relacionar que a confiabilidade mediana se coaduna com o fato dos entrevistados só fazerem compras na internet às vezes, sem tanta frequência.

A diversidade de produtos que são disponibilizados na rede permite ao consumidor uma maior possibilidade de comparações de marca, preços e lojas que ofertam o produto, de maneira que “o consumidor, ao formar sua intenção de compra, pode passar por decisões relacionadas à marca, revendedor, quantidade a ser comprada, momento em que a compra será realizada e forma de pagamento mais adequada (COSTA, 2009. p. E quanto às formas de pagamento os pesquisados revelam que quando usam o e-commerce utilizam as seguintes formas de pagamento: Gráfico 11- formas de pagamento no e-commerce. Fonte: Comunicação pessoal Das formas de pagamento, a mais utilizada é o cartão (89%), depois vem o boleto (7%) e o depósito (4%). O cartão é certamente o mais utilizado pela facilidade que oferece na compra, rapidez e a possibilidade de parcelamento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Rogério de. Guia Prático de E-Commerce. ed. São Paulo: Angra, 2001. AZEVEDO, Marcelo da Rocha; MARDEGAN, Elyseu. Florianópolis: UFSC, 2002. BOGDAN, R. C. BIKLEN, S. K. COSTA, Fabiano Leite. Comércio eletrônico: hábitos do consumidor na internet. – Pedro Leopoldo: Fipel, 2009. FALCETA, Walter Jr. O Consumo Popular e as Marcas. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. ed. São Paulo:Atlas,2010. HOOLEY, Graham; SAUNDERS, John; PIERCY, Nigel F. Estratégia de Marketing e Posicionamento Competitivo. Comércio eletrônico: identificação do perfil do e-consumidor. XXX Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010. MARIANO ,Fabio.

Rio de Janeiro: Campus, 2002. MELCA, F. A. BLOIS, M. M. Comunicação integrada de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2002 OLIVEIRA. E. C. Comportamento do consumidor: processo de decisão de compra de livros pela Internet. Bauru/SP, 2007. Disponível em: www. bocc. ubi. pt. vol. n. pp. Disponível em: http://www. scielo. br. Ac: 12 de janeiro de 2016.

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