A infância da modernidade sob a ótica foucautiana

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Abordaremos também a criança como sujeito e sua institucionalização através dos estudos de Moruzzi. Buscaremos relacionar as ideias dos três autores ao longo. O texto está organizado em quatro tópicos, no primeiro faremos uma breve introdução ao pensamento de Foucault, suas principais ideias e em seguida, sua perspectiva sobre a infância. O tópico seguinte aborda a criança e a infância numa perspectiva histórica através dos estudos de Ariès e por fim no ultimo tópico chamado a institucionalização da criança e da infância é trazido algumas questões quanto ao processo histórico das instituições de ensino. Por fim, as conclusões possuem reflexões e opiniões pessoais baseadas nos autores citados ao longo do texto.

O sujeito está envolvido nas relações de poder e se constitui a partir delas. Foucault entende o poder como algo que não é exclusivamente repressor, assim para ele o saber é feito de formas e o poder de diagramas, é micropolítico e está nas micro relações. Para Foucault o sujeito é o produto das relações do poder, ele não é a pessoa ou indivíduo, ele é um sujeito submetido as normas que exerce o poder ou é exercido por ele. Deste modo, ele não nasce sujeito, torna-se. INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO DE FOUCAULT NA PERSPECTIVA DA INFÂNCIA: Para conseguirmos sistematizar melhor as ideias de Foucault sobre a infância primeiro precisamos falar sobre controle do corpo, disciplina e esquadrinhamento. Moruzi (2017) que tem como referencia os estudos de Foucault, afirma que essa perspectiva sobre a infância a regulamenta: “A reflexão engendrada consiste em apresentar a ideia de que, a partir do momento em que a criança se torna um dos grupos estratégicos do dispositivo da sexualidade, produz-se sobre ela um conjunto heterogêneo de regimes de verdades e práticas, o qual configura uma maneira de ser e ter uma infância, influindo significativamente nas perspectivas pedagógicas modernas.

Nesta abordagem, não é possível pensar em infância de forma desassociada do conceito de sexualidade. A discussão apresentada decorre de pesquisa bibliográfica conceitual que articula sexualidade e dispositivo de modo a convergir com a ideia de infância. ” A infância como conhecemos hoje foi fabricada. Segundo Foucault (1977), a partir do século XVIII começou-se uma investigação mais profunda sobre a infância visto que por conta das Reformas Religiosas existia uma necessidade de controlar o corpo e a sexualidade. Moruzzi (2017) afirma que: “Essa ciência é expandida por uma literatura específica cujo mote era educar as crianças ou ensinar a educar as crianças. Uma literatura específica que irá produzir uma pedagogia com a disponibilização de certos conhecimentos sobre as crianças, pois não é possível educá-las sem conhecer sua Natureza”.

Como estamos abordando a infância é necessário fazer uma abordagem histórica na questão da criança e infância, como foi criada esta concepção e de que forma essa percepção reflete ate os dias de hoje. CRIANÇA E INFÂNCIA – A HISTÓRIA SOCIAL DA CRIANÇA Philippe Ariès (1914-1984), é conhecido por seu trabalho de historiador e medievalista da família e infância, sua contribuição foi de extrema importância, visto que, as pesquisas sobre a história da infância são muito recentes então até hoje ele é visto como referência no assunto. Foi através de sua obra A História Social da Criança e da família que houve um entendimento maior sobre a infância como construção socio-histórica (e não apenas biológica).

Com esse novo olhar sobre a infância começou um interesse por seus gostos, pensamentos e formas de agir. Então o sentimento de infância com relação a “paparicação” que começou lá no seio da família foi expandido aos eclesiásticos e moralistas que começaram a se preocupar com a criação das mesmas com intuito de torna-las homens racionais e cristãos. A criança começa a ocupar um lugar de destaque na família. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA CRIANÇA E DA INFÂNCIA   Tanto Ariès (1981) quanto Foucault (2009) concordam que o século XVIII foram de extrema importância para a concepção de infância que temos hoje, onde há um enorme investimento sobre o corpo da criança como um dispositivo de poder com o intuito de extrair o máximo possível no sentido de utilidade daquele ser.

Os séculos XVI e XVII tiveram uma forte influência da religião sobre o corpo da criança, já os séculos XVII e XVIII começa-se um influencia maior das instituições sobre a criança, sempre com o objetivo de proteger a criança. Ao revisitarmos a história vemos que o método de ensino era realmente mais importante do que a criança, já que havia uma enorme preocupação na aprendizagem e o sistema utilizado do que com as especificidades delas. Como vimos em Foucault (2009) a disciplina está intimamente ligada a docilizaçao dos corpos e Moruzzi (2017) reintera esta ideia: A disciplina, ora vinculada ao esquadrinhamento do espaço e do tempo, a fim de tornar os corpos “úteis” e “dóceis”, possibilita também o esquadrinhamento da população, e dentro dela, das crianças, em uma rigorosa concepção de assepsia e de higienização social.

MORUZZI,2017) Através desse pequeno recorte histórico podemos ver como a infância é uma invenção, uma fabricação da modernidade, produzida no interior dessa rede complexa de poderes e saberes que constituem diferentes práticas, entre elas as pedagógicas, médicas e culturais. Ao revisitar o processo de criação da infância e das instituições de ensino, vemos através dos olhares dos autores citados o processo de imposições de regras e normas sobre a infância e consequentemente sobre os adultos já que essa invenção possui algumas funções estratégicas. Então compreendemos que sim, segundo o Foucault (2009) a infância, tal como a sexualidade, é também um dispositivo histórico do poder. Esse regime de verdades imposta sobre a infância desde o século XVII evidenciado por Ariès (1981) busca normatizar e padronizar a infância para produzir adultos cada vez mais úteis e produtivos.

Nas duas realidades o brincar que é tão importante fica em segundo plano. Já no segundo vídeo vemos a forma mais vil que a mídia vê a infância, crianças faz parte de um negócio muito lucrativo. As propagandas são direcionadas de modo a influencia-las afetando a família num consumismo desenfreado ficando o brincar em segundo ou terceiro plano. o TER acaba tendo muito mais valor. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Rio de Janeiro: Vozes, 2009b. MORUZZI, Andrea Braga.  A infância como dispositivo: uma abordagem foucaultiana para pensar a educação.  Conjectura: Filos.

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