ASSOCIAÇÃO ENTRE MICROBIOTA INTESTINAL E OBESIDADE: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Tipo de documento:Revisão integrativa de literatura

Área de estudo:Administração

Documento 1

Foram selecionados 25 documentos publicados nos últimos 20 anos, selecionados a partir das bases de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online), PubMed e Google Scholar. Após a análise dos estudos desenvolvidos nessa área, foi possível constatar que, quanto a relação da microbiota intestinal com a obesidade em humanos, ainda existem grandes lacunas e dúvidas que ainda permanecem sem respostas, sendo necessário mais discussões sobre o assunto e um número maior de estudos na área, para a partir disso, desenvolver novas intervenções e tratamentos no sentido de regular a microbiota intestinal e tratar ou prevenir a obesidade. O uso de prebióticos e probióticos como ferramenta de modulação da microbiota merece mais atenção, sendo necessárias mais pesquisas que demonstrem e discutam sobre o uso destes produtos sob diferentes condições.

Palavras-chave: Microbioma Intestinal. Modulação. A composição da microbiota possui variações de acordo com a localização no trato gastrointestinal, do microambiente específico e entre indivíduos (COSTELLO et al. O conjunto desses microrganismos formam a flora comensal normal, constituída em sua maioria por bactérias anaeróbias, localizadas no intestino grosso, possuindo múltiplas funções, destacando-se entre estas: a defesa contra patógenos, armazenamento de energia e metabolização de polissacarídeos, como a celulose (RODRIGUES, 2011). Nesse sentido, essa pesquisa teve como objetivo apresentar a relação da composição da microbiota intestinal no desenvolvimento da obesidade, expondo as principais características destes dois elementos e enfatizando as implicações dessa associação. METODOLOGIA O estudo pautou-se no método de análise documental. Foram selecionados 25 documentos que abordam as principais características e a relação da obesidade com a microbiota intestinal e a modulação da microbiota a partir de prebióticos e probióticos, publicados nos últimos 20 anos.

Por volta dos dois a três anos de idade, o ecossistema microbiano do intestino torna-se parcialmente instável e semelhante à de indivíduos adultos. Quando há o estabelecimento completo da microbiota, fatores como o tipo de alimentação, estilo de vida e uso de antibióticos, interferem na composição da mesma, possuindo grande importância nos processos de modulação metabólica e balanço energético (PENDERS et al. Esse conjunto de bactérias são encontradas em grande escala no trato digestivo humano, estando em maior número no jejuno, íleo e cólon em comparação com estômago e duodeno. Os filos dominantes nessa composição, são: Firmicutes, Bacteroidetes, Actinobacteria e Proteobacteria. Nos humanos, os filos dominantes são as bactérias Gram-positivas Firmicutes, que representam 60-80% (incluindo Ruminiococcus, Clostridium, Lactobacillus, Eubacterium, Faecalibacterium e Roseburia) e as Gram-negativas Bacteroidetes, compondo cerca e 10-30% (a qual incluem Bacteroides, Prevotella e Xylanibacter).

Uma série de estudos tem demonstrado que a obesidade está ligada de forma direta com a incapacidade funcional, redução na qualidade e expectativa de vida e aumento da mortalidade. Condições crônicas como doença renal, osteoartrose, câncer, diabetes tipo 2, apneia do sono, doença hepática gordurosa não alcoólica, hipertensão arterial sistêmica e doenças cardiovasculares podem ser desencadeadas ou agravadas pela obesidade (MELO, 2011). Devido aos problemas gerados por essa doença, novos estudos têm surgido sobre a fisiopatologia e estratégias de controle da obesidade. Tem sido mostrado que os padrões alimentares, quantidade e tipo de nutrientes da dieta, são fatores que influenciam no desenvolvimento desta doença e na alteração da comunidade bacteriana intestinal (JUMPERTZ et al.

Influência da Microbiota Intestinal na Obesidade A obesidade é um problema causado por fatores genéticos, hábitos de vida e fatores biológicos diversos. teve como objetivo determinar a influência de um programa de tratamento da obesidade na microbiota intestinal e no peso corporal de adolescentes com excesso de peso. Participaram desse estudo 36 adolescentes com faixa etária entre 13 e 15 anos, classificados com sobrepeso de acordo com o IMC da Força Tarefa Internacional para Obesidade. Estes indivíduos foram submetidos a uma dieta com restrição calórica (10-40%) e aumento da atividade física (15-23 kcal/kg corporal peso/semana) durante 10 semanas. A microbiota intestinal foi analisada por PCR quantitativo em tempo real antes e após a intervenção.  Os resultados demonstraram um aumento do grupo Bacteroides fragilis e grupo Lactobacillus, e à diminuição do grupo Clostridium coccoides.

Modulação da Microbiota A ciência tem investido na busca de nutrientes que tenham a capacidade de modificar a microbiota intestinal de forma favorável (BINNS, 2013) e sabendo que uma dieta adequada deve priorizar não só a sobrevivência dos indivíduos, mas também reduzir riscos patológicos, os probióticos e prebióticos se apresentam como alternativas favoráveis para constituir e complementar uma dieta apropriada. De acordo com a OMS, os probióticos são suplementos alimentares à base de microrganismos vivos que afetam a saúde humana de forma benéfica quando consumidos em quantidades adequadas. O consumo de probióticos de forma adequada pode melhorar os movimentos peristálticos do intestino, aumentando a absorção de nutrientes e prevenindo ou controlando infecções intestinais, além de melhorar a digestão de lactose por pessoas classificar como lacotse-intolerantes, reduzir os níveis de colesterol, o risco de câncer de cólon e a hipersensibilidade em doenças atópicas (BINNS, 2013).

Pesquisas tem demonstrado resultados positivos quanto ao uso de probióticos na regulação de desordens metabólicas e peso corpóreo. No estudo desenvolvido por Kadooka et al. Uma alimentação equilibrada, aliada a prática de exercícios físicos se apresentam como medidas essenciais para esse processo. REFERÊNCIAS ANGELAKIS, E. ARMOUGOM, F. MILLION, M. RAOULT, D.  PloS one, v. n. p. e7125, 2009. ABESO - Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica. SEMENKOVICH, C. F. GORDON, J. I. The gut microbiota as an environmental factor that regulates fat storage. Pesquisa nacional de saúde 2013: acesso e utilização dos serviços de saúde, acidentes e violências. Brasil, grandes regiões e unidades da federação / IBGE, Coordenação de Trabalho e Rendimento.

– Rio de Janeiro. IBGE, 2015. COSTELLO, E. DEWULF, E. M. CANI, P. D. CLAUS, S. gutjnl-2012-303304, 2012. DIBAISE, J. K. ZHANG, H. CROWELL, M. HOLTROP, G. INCE, J. JOHNSTONE, A. M. LOUIS, P. p. mai. HARRIS, K. KASSIS, A. MAJOR, G. CHINWALLA, A. T. WHITE, O. Structure, function and diversity of the healthy human microbiome. Nature, v. I. KRAKOFF, J. “Energy-Balance Studies Reveal Associations between Gut Microbes, Caloric Load, and Nutrient Absorption in Humans. ” The American Journal of Clinical Nutrition. v. T. SMITH, J. D. Intestinal microbiota metabolism of L-carnitine, a nutrient in red meat, promotes atherosclerosis.  Nature medicine, v.  nature, v. n. p. LOPEZ-LEGARREA, P. FULLER, N. p. Moraes, A. C. F. Análise da microbiota intestinal em adultos com hábitos alimentares distintos e de associações com a inflamação e resistência à insulina.

Gut microbiota and type 2 diabetes mellitus.  Endocrinología y Nutrición (English Edition), v. n. p. PARFREY, L. p. PENDERS, J. THIJS, C. VINK, C. STELMA, F. R. O. FREITAS, S. F. T. n. p. RODRIGUES, A. Microbiota Intestinal e sua Possível Relação com a Obesidade. Abeso, p. p. SCHWIERTZ, A. TARAS, D. SCHÄFER, K. BEIJER, S. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. World Health Organ Tech Rep Ser, v. n. i-viii, 2003. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Health Topics. Obesity: World Health Organization; 2016.

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