Tratamento não farmacológico para alivio da dor em neonato na UTI

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Enfermagem

Documento 1

Foram excluídas as duplicidades encontradas nas bases de dados, bem como as dissertações, teses, cartas para o editor. Os descritores utilizados foram: dor; recém-nascido; enfermagem neonatal; A questão norteadora utilizada foi: “O que a literatura tem apresentado acerca das medidas não-farmacológicas utilizadas no alívio dor de neonatos?”. Resultados: Foram identificados 193 artigos nas bases de dados baseados nos critérios de inclusão, sendo excluídos 172 com base em títulos e resumos que não se adequassem a questão norteadora. Foram analisados 21 artigos, na qual abordavam medidas não-farmacológicas, sendo, as mudanças de posição e contenção facilitada antes do procedimento doloroso, evidenciadas em 15 (37,5%) artigos. O controle de medidas ambientais (iluminação, ruídos, musicoterapia) foi relatado em 4 (10%) artigos. No RN, o sistema nociceptor já se encontra formado, porém as respostas destes aos estímulos dolorosos são inespecíficas e desorganizadas, visto que há mielinização incompleta do sistema nervoso e fraca modulação pelos mecanismos de controle endógeno da dor.

Como resultado, a dor sentida pelo neonato é bem mais forte e aguda do que na criança maior ou no adulto, traduzindo-se em desconforto físico, psíquico e sofrimento para os neonatos, incapazes de relatá-lo verbalmente(7). Esta dor frequente e prolongada é prejudicial ao desenvolvimento do sistema nervoso, pode ameaçar a estabilidade fisiológica de crianças prematuras e doentes, e está associada à instabilidade hemodinâmica aumentando o risco de morbimortalidade em prematuros. Além disso, pode levar à ocorrência de alterações permanentes e ocasionar um desenvolvimento alterado do sistema de dor associado à diminuição do limiar de dor(7). A enfermagem devido a maior proximidade do RN tem sido apontada como os profissionais que podem diretamente realizar medidas para alívio da dor. Tabela 1. Estilo da Busca Literária, 2019.

Busca Literária Seleção para inclusão baseada no título SCIELO, PUBMED, LILACS e MEDLINE. • Enfermagem Neonatal; • Dor; • Recém-nascido. Critérios de seleção • Publicados entre 2010 e junho de 2019; • Em português e inglês; • MeSH e DeCS: Dor; Recém-nascido; Enfermagem Neonatal. TIPO DE ESTUDO PORCENTAGEM (%) Estudo Qualitativo 30% Estudo Quantitativo 70% De acordo com os estudos abordados nesta pesquisa (Tabela 2), observou-se que 70% destes apresentam caráter quantitativo em sua metodologia, pois buscam compreender de maneira estatística o objeto estudado, neste caso, os métodos não-farmacológicos usados pela equipe de enfermagem. Estudos de caráter qualitativo representam 30% desta busca, pois em sua especificidade permitem uma aproximação íntima entre o sujeito que investiga e o investigado, que neste caso, é a equipe de enfermagem. Gráfico 1 - Publicações evidenciadas de acordo com o ano.

De acordo com a metodologia estipulada para seleção, um dos critérios estabelecidos, foram publicações desenvolvidas no intervalo de tempo de 2010 a 2019 (gráfico 1). Foi analisado 1 (4,3%) artigo referente ao ano de 2010. al. Estudo descritivo e qualitativo Analisar os parâmetros utilizados pela equipe de enfermagem de um hospital público da Bahia para a avaliação da dor no recém-nascido prematuro e descrever as intervenções utilizadas para aliviar a dor. N4 AMARAL, Jesislei Bonolo et. Al. Estudo exploratório-descritivo quantitativo Caracterizar a equipe de enfermagem e identificar as formas de avaliação e manejo da dor do recém-nascido (RN) prematuro. Al. Estudo descritivo, exploratório com abordagem qualitativa Descrever as práticas da equipe de enfermagem no manejo da dor em recém-nascidos submetidos à inserção do cateter central de inserção periférica (PICC) em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).

N4 MELO, Gleicia Martins et. Al. Estudo comparativo com abordagem quantitativa Avaliar a dor em recém-nascidos pré-termo e comparar as variáveis neonatais e terapêuticas com os escores totais da Neonatal Facial Coding System de recém-nascidos pré-termo submetidos à punção arterial exposto à música e glicose 25% oral. N1 COSTA, Kassandra Silva Falcão et. al Estudo quase experimental Comparar os efeitos da aplicação de redes de descanso em prematuros, após a troca de fraldas, em comparação com o ninho N3 KUCUKOGLU, Sibel et. al Estudo randomizado experimental Este estudo foi realizado para avaliar as percepções de dor de recém-nascidos durante as vacinações contra hepatite B (HBV) realizadas na posição de dobra facilitada e na posição de espera clássica, respectivamente.

N1 STEVENS, Bonnie et. al Estudo quantitativo Determinar a dose minimamente eficaz de sacarose 24% para reduzir a dor em neonatos hospitalizados submetidos a um único procedimento de punção de calcanhar. REVISTA/ESTUDO PUBLICAÇÕES QUALIS ANO Revista Brasileira de Enfermagem 5 A2 Identification and treatment of pain in the premature newborn in the Intensive Care Unit. The non-nutritive sucking of premature newborn as a nursing technology. Non-pharmacological measures in preterm newborns submitted to arterial puncture. Clinical application of the Standard Operating Procedure of Positioning with Premature Infants. Assistance Flowchart for pain management in a Neonatal Intensive Care Unit. Revista Cuidarte 1 B2 Neonatal pain: the perception of nursing staff in the neonatal Intensive Care Unit. Revista Gaúcha de Enfermagem 1 B1 Hammock position and nesting: comparison of physiological and behavioral effects in preterm infants.

Italian Journal of Pediatrics 1 B1 The effect of the facilitated tucking position in reducing vaccination-induced pain in newborns. No gráfico 2 é possível realizar a mensuração das tipologias das medidas não-farmacológicas realizadas pela equipe de enfermagem, tendo em vista que diversos artigos mostraram mais de uma intervenção. Gráfico 2. Entretanto, em um estudo de abordagem qualitativa, afirma que as enfermeiras realizavam a técnica sem respaldo de protocolo assistencial de enfermagem de maneira indiscriminada e não sistematizada(9). Em relação à percepção dos enfermeiros sobre a técnica utilizada como alternativa de analgesia, um estudo que participaram 12 enfermeiros de uma UTIN relata que a maioria acredita que a glicose tenha um efeito analgésico sobre a dor e que seu uso faz parte da prática de muitos dos entrevistados(10).

No que se refere que a dosagem da glicose, na literatura é mencionada as doses de 0,5ml e 1,0ml, sendo 0,3ml a 0,4ml para recém-nascidos prematuros(1,2,9,10). Entretanto, em um estudo canadense afirma que não houve diferença entre as doses de 0,1ml; 0,5ml e 1,0ml, levantando a hipótese que a ação da analgesia mediada pela glicose não se baseia na dose mas pela exposição em repetidas vezes à solução antes do procedimento doloroso(11). A técnica de administração de solução adocicada pode trazer maior conforto e alívio a dor quando mensurada pela escala de dor, como a Neonatal Infant Pain Scale (NIPS). Os neonatos foram divididos em dois grupos controles, sendo os dois submetidos ao CPAP, mas apenas um grupo utilizando intervenção de sucção, inclusive seriam mensurados pela escala de dor NIPS.

Logo, O grupo que recebeu a sucção não-nutritiva obteve os menores escores na escala de dor em relação ao grupo que não recebeu, confirmando que essa intervenção foi eficaz ao manejo de dor e sendo considerada uma tecnologia de enfermagem. Categoria III – Medidas ambientais como relaxamento do RN antes e após o procedimento doloroso. Acredita-se que a implementação da musicoterapia a recém-nascidos pode trazer alívio quanto a dor, ao fornecer um estímulo auditivo que diminui ou evita a necessidade do uso de agentes farmacológicos. Em um estudo analítico experimental do tipo clínico randomizado, utilizando 80 neonatos prematuros, realizado em uma UTIN, dividiu-se os neonatos em três grupos, o Grupo 1 utilizou o método da instituição de uma canção em fones de ouvido por 10 minutos antes da realização de punção, o Grupo 2 fez uso dos fones de ouvido, associado a administração glicose oral 25%, e o Grupo 3 realizou sucção adocicada dois minutos antes do processo doloroso.

Categoria IV – Medidas de Posicionamento e contenção para uma assistência mais confortável. No meio externo, em processo de adaptação, o RN recebe estímulos diversos que podem trazer estresse e dificuldades para lidar com todo o processo nas unidades de terapia intensiva. A literatura mostra que as mudanças de posições e medidas de aconchego no RN, facilita na evolução motora da criança e quando é feita de maneira inadequada pode interferir no sono, no conforto, no padrão respiratório e alterações posturais. Uma estratégia para minimizar essas dificuldades em neonatos são as medidas de posicionamento e contenção, na qual vêm sendo utilizadas em muitos lugares, porém, sem implementação por protocolos assistenciais. Em um estudo(20) comparativo quase experimental realizado em uma UTIN, utilizando 30 recém-nascidos pré-maturos, foi realizada comparação entre os decúbitos de rotinas da unidade e decúbitos baseados em protocolo operacional padrão (POP) de posicionamento em neonatos, na qual houve melhora no bem-estar, como também a redução da frequência cardíaca e respiratória e escores de escala de dor, evidenciando que a implementação de medidas de posicionamento corretas no manejo ao RN é eficaz e traz benefícios.

Conclusão O uso de métodos não-farmacológicos demonstra ser eficaz para promover o alívio da dor em neonatos. Entretanto, as intervenções ainda ocorrem sem respaldo de protocolo assistencial, evidenciando a necessidade da elaboração de protocolos sistematizados e a capacitação para a realização de terapias não-farmacológicas para manejo da dor no neonato visto que, seria um ganho para a prática de enfermagem. Referências 1. Kegler JJ, Paula CC de, Neves ET, Jantsch LB. Pain management in the use of the peripherally inserted central catheter in newborns. Esc Anna Nery - Rev Enferm. Guinsburg, Ruth; Balda R de CX. A linguagem da dor no recém-nascido. Vol. Cardoso MVLML, Farias LM, de Melo GM. Available from: http://doi. wiley. com/10. j. x 9. Available from: http://www.

ncbi. nlm. nih. gov/pubmed/29475433 12. Esc Anna Nery. Dec;15(4):694–700. Antunes JCP, Nascimento MA de L. A sucção não nutritiva do recém-nascido prematuro como uma tecnologia de enfermagem. Rev Bras Enferm. The effect of non-nutritive sucking and maternal milk odor on the independent oral feeding in preterm infants. Iran J Child Neurol. Sep 1;12(4):55–64. Qiu J, Jiang Y fei, Li F, Tong Q hong, Rong H, Cheng R. Effect of combined music and touch intervention on pain response and β-endorphin and cortisol concentrations in late preterm infants.

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