A organização das sociedades em cidades

Para os autores, o advento da vida cosmopolita traz consigo a individualização do ser, Georg Simmel mostra como o ritmo da vida de uma pessoa da cidade grande é totalmente diferente do de uma pessoa da zona rural disso decorrendo todas as relações emocionais. Mostram o poder avassalador com que a sociedade industrial urbana suprime o ser (homem) a ponto deste se individualizar devido ao constante movimento à qual é submetido, não criando assim vínculos, e conquistando sua liberdade, que neste caso é vista no século XVIII como a liberdade iluminista, e não obstante o liberalismo econômico de Smith. As cidades passam a ser entendidas para Sennett como espaços de circulação, não mais de enraizamento. De acordo com Simmel, cria-se uma estrutura nesse espaço urbano industrial onde os relacionamentos passam a se dar de forma impessoal graças a grande produção de produtos e serviços.

Não se produz mais para o cliente, se produz para o mercado, a vida passa do âmbito qualitativo para o quantitativo, o dinheiro ocupa seu espaço inclusive mensurando o tempo. Quanto mais alto o burburinho das ruas, mais quieto eu me torno. ” ( SENNETT, Richard p. Para além desta concepção de espaço de circulação e individualização do homem que a cidade do século XVIII traz Sennett aponta que a cidade é um instrumento de poder, totalmente articulada para regular e ordenar possíveis manifestações das massas populares. O caráter livre da ação individual é suprimido quando esta se torna coletiva já que o choque se dá de forma direta entre dominantes e dominados nesse espaço público, não há instancias mediadoras.

A arquitetura urbana é um instrumento de domínio da população, o poder se dá de forma unilateral, há um pacto porem é difícil delimitar o que é pacto e o que é resistência. IN: Velho, Otávio Guilherme. O fenômeno urbano. – Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1973.